Quem é, na tua opinião, o maestro da orquestra encarnada?
É ponto assente que o SL Benfica não está, de longe, a fazer uma boa época.
Dos quatro troféus possíveis para conquistar esta temporada, a equipa da Luz pode apenas conquistar duas delas, sendo que a tarefa no campeonato é virtualmente impossível, por já estarem a 12 pontos de diferença para o primeiro classificado, o FC Porto, quando já só faltam oito jornadas para o fim.
A outra possível conquista é só a Liga dos Campeões. Apesar de no futebol tudo ser possível, a passagem do SL Benfica aos quartos-de-final oferece como possíveis adversários o Liverpool, o Manchester City, o Bayern München e o Real Madrid. Quer isto dizer que não será fácil ao SL Benfica conquistar qualquer troféu este ano.
A Nélson Veríssimo não se pede, portanto, qualquer milagre e, bem vistas as coisas, o seu trabalho não tem sido mau de todo. O SL Benfica não perde há nove jogos e nos últimos 8 marcou 16 golos e sofreu metade. Também com Nélson Veríssimo tem-se vindo a notar uma forma de jogar diferente na defesa e também no meio campo.
No sector mais recuado, é clara a opção por quatro defesas em vez da linha de três centrais usada por Jorge Jesus. No meio campo, passámos de João Mário e Weigl na primeira metade da época, para Weigl e Taarabt. E sendo Weigl claramente a melhor opção para a posição seis, terá sido a alteração na posição box-to-box para melhor?
Resumindo a resposta em curtas palavras, na minha opinião sim. O SL Benfica não sabe jogar futebol de posse em forma continuada. É algo tradicional. A equipa está talhada para a transição defesa-ataque da forma mais rápida possível, com bola no pé, e nessa dinâmica tática, Taarabt encaixa que nem uma luva. E como vamos ver a seguir, não é só a minha opinião, os números sublinham essa ideia.
Taarabt tem apenas 240 minutos no campeonato e consegue somar um golo e duas assistências. Como comparação, João Mário soma apenas mais um golo que o marroquino e as mesmas assistências, mas tem nos pés quase 1500 minutos. Clara superioridade no rendimento para Taarabt.
Por isso, e mesmo que cause alguma estranheza dado o historial e estatuto do médio português, não é difícil de entender a opção de Nelson Veríssimo em ter deixado cair o jogador.