5 nomes que merecem integrar o mural da Rotunda Cosme Damião

4.

O mural da Rotunda Cosme Damião já conta com 39 rostos da História do SL Benfica, tendo-se transformado num monumento intemporal do clube.
Fonte: SL Benfica

Simão Sabrosa – O ‘20’ surgiu por força das circunstâncias, já que o número predilecto ocupado estava: «não podendo optar pelo ‘10’, que já tinha dono, encontrou a solução recorrendo a uma simples operação matemática: dez mais dez igual a vinte». Mal imaginava ele que se tornaria a sua imagem de marca e número sagrado de uma geração de benfiquistas que às suas cavalitas saiu do “Vietname” do final dos anos 90.

Era um jogador do Barroco futebolístico. Sustentou a sua eficácia de composição nas trajectórias curvilíneas com que encarava o adversário e a baliza. Da esquerda para o meio, os ziguezagues interpretavam um pensamento sem a rigidez dos ângulos rectos. Criações flexíveis, criatividade efeverscente, os elementos decorativos em doses sempre certeiras.

O remate em arco concluía na perfeição um futebol sempre em prol do colectivo – sem nunca se afastar do génio que se sobrepunha aos talentos em seu redor. Era Simão Sabrosa, o menino que se inventou a si próprio nas longas tardes de peladinhas com o irmão Serafim, que «chegou a ser convidado para jogar no FC Porto», mas que não chegou a ir por imposição dos pais. Os mesmos pais que, anos depois, não tiveram coragem de rejeitar pela segunda vez um convite de um grande. E Simãozinho abalou sozinho rumo a Lisboa, tinha 13 anos. No Estádio de Alvalade viveu até à subida aos seniores, em 1997.

Foi um instante até ganhar preponderância e mudar-se para a Catalunha. Cresceu, marcou num El Clásico, mas não estava pronto ainda. Os 12,5 milhões que o Benfica ofereceu em 2001 convenceram os culés e o regresso a Portugal não incomodou Simão.

Recebido apoteóticamente pelos benfiquistas, teve direito a um abraço de Eusébio na apresentação – estava dado o mote para a carreira ímpar, levando os encarnados das piores classificações de sempre ao reencontro das noites europeias do passado, sempre como capitão e figura da equipa.

O título de 2005, 11 anos depois, é a sua grande obra. Líder de uma equipa abnegada, mas sem o talento de outras, Simão foi a jóia que manteve vivo o brilho e a esperança encarnada. Trapattoni era uma velha raposa do futebol europeu, mas dele se socorreu inúmeras vezes, pedidos de ajuda que ficam bem representados na frase marcante dita em conferência de imprensa para todos ouvirem, ainda a época ia a meio: «Graças a Deus temos Simão!»

Quando o talento já era demasiado para a Liga Portuguesa, ausentou-se. A braçadeira ficou bem entregue a Rui Costa, Nuno Gomes e Luisão, igualmente símbolos superiores desse ressurgimento.

Pedro Cantoneiro
Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, de opinião que o futebol é a arte suprema.

Subscreve!

Artigos Populares

Grupo Orlegi desmente aquisição da SAD do Chaves

O Grupo Orlegi foi apontado como o novo detentor de 70% da SAD do Chaves, mas tal informação não corresponde à verdade, segundo o que o Bola na Rede pode confirmar.

Benfica x Qarabag | Afogar as mágoas

Depois de um desaire açoriano, o Benfica procura afogar as mágoas junto dos seus, a contar para a competição milionária, com o Qarabag.

Para Luís Campos não há debate: Ousmane Dembélé é o claro favorito à Bola de Ouro

Luís Campos não tem dúvidas, Ousmane Dembélé é o principal candidato à Bola de Ouro. PSG conta com nove jogadores indicados ao prémio.

Chris Wilder regressa ao Sheffield United 3 meses depois de ter sido despedido

Chris Wilder regressa ao Sheffield United apenas três meses depois de ter sido despedido por não conseguir a subida à Premier League.

PUB

Mais Artigos Populares

Bayern Munique pensou em avançar por Raheem Sterling

O Bayern de Munique terá elaborado uma abordagem no último dia de transferências para contratar Raheem Sterling. Jogador não conta para Enzo Maresca.

Caos no Estádio Carlos Osório: Oliveirense x Académico de Viseu termina com violência no relvado e nas bancadas

A Oliveirense e o Académico de Viseu não foram além de um empate a duas bolas e o jogo acabou com episódios de violência.

Portugal Legends brilha e aplica goleada ao Resto do Mundo

A equipa do Portugal Legends recebeu e venceu uma equipa composta por craques do Resto do Mundo por 4-1, no Estádio José de Alvalade.