📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

SC Braga x SL Benfica: 5 confrontos memoráveis na pedreira

- Advertisement -
Benfica

Volta o futebol nacional, volta o inatacável SL Benfica de Roger Schmidt na máxima força – e com ele as promessas de futebol de alto nível e títulos. Pelo caminho atravessa-se o SC Braga de Artur Jorge, já sem o brilho do inicio de época, mas disposto a reentrar nos eixos que o fizeram assegurar o segundo lugar durante algumas jornadas.

Na Pedreira, o historial recente dá razão aos mais optimistas do lado arsenalista – o Braga conta tantas vitórias sobre o Benfica no novo milénio (nove em 25 jogos) como em todo o século XX (50 jogos, o primeiro em 1927) o que mostra bem a evolução competitiva do clube, sobretudo desde a chegada de António Salvador em 2003.

O presidente alcança longevidade e sucesso a lembrar outras figuras, igualmente transformando o regime em autocracia – que outros só perderam por intervenção exterior. Salvador tem conseguido crescimento sustentado, tornou o clube no verdadeiro 4.º Grande e procura ainda o seu Santo Graal – o Campeonato, que pode estar ao alcance de disputa se esquecer rapidamente os cinco de Alvalade e dar à equipa as condições para que volte à boa forma.

E é exactamente desde 2003 que o Benfica mais dificuldades tem encontrado. A mudança do Estádio 1.º de Maio para a Pedreira dotou o Braga duma capacidade competitiva acima da média nacional, exigindo aos Grandes um brio exemplar se de lá quiserem levar três pontos.

O Bola Na Rede decidiu então relembrar cinco grandes clássicos entre os dois rivais de vermelho jogados no Minho, jogos que ficaram na memória colectiva pela espectacularidade dentro de campo e pelas circunstâncias históricas fora dele.  

1.

SC Braga 2-0 SL Benfica

2009/10

Braga e Benfica dividiam a liderança destacadíssimos, criando aí a rivalidade intensa que dura até hoje. É essa a primeira época que coloca arsenalistas e águias como opositores directos na luta por títulos – naturalmente então, a visita do Benfica à Pedreira foi envolta em polémica.

Mal recebidos foram os encarnados (imensos desacatos nas imediações do recinto), mal preparados se apresentaram e tristes saíram. Jorge Jesus comandava as águias em série de sete vitórias seguidas depois do empate inicial, Domingos fazia a mesma conta – 22 pontinhos para ambos. Mas o Benfica demonstrava já ter armas ofensivas doutro quilate, eram já 30 golos marcados – CD Nacional tinha sido despachado com seis, Leixões levara cinco para Matosinhos, o Vitória arrecadou oito.

A condição de visitante impunha ao Benfica outras dificuldades, goleadas só uma (no Restelo, 4-0). Mas ainda assim, todos os jogos fora contavam como vitórias. Em Braga, era a primeira grande prova daquela equipa.

Chumbado foi o resultado. O Benfica acusou a envolvência aparatosa, nunca conseguiu replicar o que de espectacular já tinha feito e saiu vergado perante um Braga convincente, que soube anular as principais peças. Vitória no relvado, que deu a liderança destacada, mas as peripécias extra-campo explodiram ao intervalo, no túnel de acesso ao relvado.

As equipas envolveram-se em confrontos, Vandinho é acusado de agredir Raul José – eterno sidekick de Jesus – e apanhar três meses de castigo, Mossoró apanha três jogos. Uma machadada na competitividade daquele conjunto, com naturais repercussões mais à frente.   

2.

SC Braga 1-0 SL Benfica

2010/11

Tudo perdido para o Benfica, a única hipótese de resgatar alguma dignidade na época seria vencendo a Liga Europa.

Chegando às meias-finais, o sonho parecia cada vez mais realista, ainda para mais olhando que da outra banda se perfilava o Braga de Domingos, rival à altura das circunstâncias, mas ao alcance dum Benfica na melhor forma.

Na Luz deu vantagem magra (2-1), na Pedreira pedia-se contenção e muita cabeça. Que a houve, mas de Custódio, que à cabeçada fez o golo que decidia tudo – numa altura em que valiam ainda os golos fora – e o Benfica, já sem Salvio – operado ao metatarso – e Aimar – castigado – não fez mais que figura de corpo presente, sem força anímica depois de tudo o que se passou durante a época.

A luta inglória por um mísero golo não encheu ninguém de orgulho, a equipa estava desfeita e ainda pior ficou quando Martin Atkinson apitou para o final – mal sabia o Benfica que voltaria às finais europeias apenas dois anos depois, mas aquela meia-final foi encarada como falhanço brutal e oportunidade única de voltar a um jogo que os adeptos não experienciavam desde 1990.

No final, muito desespero no relvado, a raiva acumulada libertou-se em enxurrada de lágrimas – Coentrão foi um dos mais inconformados – e o banho de realidade que 2009-10 fez questão de exigir: tanta histeria nesse ano tinha dado azo a sobranceria no planeamento do plantel e a uma desnecessária arrogância competitiva. Aprendizagem para dirigentes, jogadores e adeptos.

3.

SC Braga 1-1 SL Benfica

2011/12

Já não era o Braga de Domingos, agora era Leonardo Jardim no primeiro grande trabalho enquanto treinador principal – continuar a colocar o Braga como candidato ao título.

Não o conseguiu da mesma forma, mas os bracarenses continuavam a colocar imensas dificuldades ao Benfica de Jesus, que entrava na Pedreira a medo, uma sombra daquilo que era noutros confrontos. O próprio treinador encarava as visitas ao Minho como desafios quase inultrapassáveis, desistindo quase por completo de almejar os três pontos – repetia a fórmula que lhe tinha garantido o ponto frente ao United de Alex Ferguson umas semanas antes (Amorim como falso ala direito) e remetia a equipa à urgência dos duelos físicos e da combatividade.

Ora, num onze com Witsel, Aimar, Gaitán ou Cardozo, era abordagem contranatura. Pior: para a segunda parte entra já sem o canhoto argentino – por troca com Rodrigo -, colocando a equipa em losango com Amorim e Witsel nas extremidades: se o Benfica já era inofensivo, mais alheado dos três pontos ficou.

O golo chegou de forma fortuita, o empate foi uma bênção dada a falta de ideias – e de luz, que faltou durante grandes períodos da primeira parte, levando o jogo para inimagináveis cronometragens de descontos, como 45’+34’. Ingredientes que não podiam faltar a um Braga-Benfica de inícios dessa década.  

4.

SC Braga 0-1 SL Benfica

2016/17

A 19 de Fevereiro de 2017 o Benfica ia a Braga com o FC Porto a morder-lhe os calcanhares na tabela – eram segundos com 50 pontos, benfiquistas contavam 51 – mas a envolvência da partida subjugou a luta tática para terceiro ou quarto plano. Cinco dias antes, o Benfica tinha vencido o Dortmund de Tuchel na Luz pela margem mínima – num jogo de muita aflição… – com Mitroglou a ser herói da partida. Na Pedreira voltaria a sê-lo, em nova demonstração Benfiquista da teoria enfatizada por Jorge Simão no pré-jogo, momento que ajudou a limar o conceito de ‘Tugão’ futebolístico.

«Perguntam-me frequentemente das questões da posse de bola e eu vou contar-vos uma história. Uma vez saí à noite, fui a um bar, uma rapariga engraçou comigo e meti conversa. Estivemos a brincar, beber uns copos e a divertirmo-nos até às 4/5 da manhã. A essa hora, chegou um homem, pegou nela e foram fazer amor para a casa de banho. Depois, saíram de lá e foram embora. Moral da história? Eu tive muito mais posse de bola. Esta é basicamente a minha ideia».

Era a sua ideia, mas quem a colocou em prática foi Rui Vitória, dose dupla numa semana com dois escassos, mas importantíssimos sucessos – com Mitroglou como protagonista da forma mais inimaginável: descobrindo espaço onde nem os mais talentosos conseguiram, ultrapassando adversários com uma astúcia inédita e que nunca mais voltou a ser vista.

Um momento de génio de alguém que, pouco depois, haveria de ser despachado por míseros 15 milhões – em direcção a Marselha – para arranjar espaço para um tal de Seferovic. Faltou astúcia…  

5.

SC Braga 1-4 SL Benfica

2018/19

Os bébés de Lage iam de vento em popa. Esmagavam, tinham ido a Alvalade dar quatro, trouxeram a vitória do Dragão e pelo caminho o famoso 10-0 ao Nacional, percurso com média de golos nunca antes replicada e que punha em êxtase a maré vermelha – que lotou a Pedreira de Braga para levar o Benfica rumo ao título.

Tendência paradoxal daquela equipa: dava as primeiras partes de avanço. Como um infantil reflexo da evidente superioridade, o Benfica deixava-se adormecer nas fases iniciais, dando esperança aos adversários – ao Braga possibilitou ir para a cabine com 1-0 no placard, depois de Wilson Eduardo marcar de penalty à passagem da meia-hora. Não se sabe como dava Bruno Lage o tal ‘click’ para eletrocutar aquele 4-4-2 de ideias ilimitadas. Mas funcionou, mais uma vez. O FC Porto tinha empatado na véspera, em Vila do Conde, e pode ter sido essa uma das razões para segunda metade tão assustadoramente competente.

Quatro golos foram quando podiam ter sido seis, sete, oito. Félix, Rafa e Pizzi arregaçaram as mangas e meteram as suas qualidades ao dispor do conjunto – que confiou neles para carregar a baliza de Tiago Sá como na primeira volta (quando ficou 6-2) e essa confiança deu em novo festival de futebol assassino, de alegria contagiante que deu ao Benfica o título, praticamente. Ficariam a faltar apenas três jogos, com o luxo de se poder empatar um deles: mas nada, três vitórias categóricas foram com 12 golos marcados – acabando Bruno Lage com 72 nos 19 jogos que orientou das águias na Liga. Uma média nunca antes vista de… 3,78 por jogo. Esse sim, o verdadeiro luxo!

Pedro Cantoneiro
Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, de opinião que o futebol é a arte suprema.

Subscreve!

Artigos Populares

Coreia do Sul vence Paraguai por 2-0 em jogo de preparação para o Mundial 2026

A Coreia do Sul venceu, em casa, o Paraguai por 2-0 num jogo de preparação. As duas seleções vão estar presentes na próxima edição do Mundial 2026.

Eleições do Benfica vão contar apenas com voto físico

As eleições do Benfica, que vão ser disputadas no dia 25 de outubro, vão contar somente com voto físico.

Real Madrid decide que defesa central não vai continuar no clube

Antonio Rudiger não vai prosseguir a sua carreira no Real Madrid. O jogador está a cumprir o seu último ano de contrato.

Há novidade importante em relação ao regresso de Rúben Semedo à Primeira Liga

Rúben Semedo está muito perto de regressar a Portugal. O defesa vai assinar um contrato válido por uma temporada com o AVS SAD.

PUB

Mais Artigos Populares

Chaves dá informação relativa ao duelo contra o Benfica

O Chaves anunciou que já não existem bilhetes disponíveis para venda, referentes ao encontro frente ao Benfica.

André Villas-Boas fala sobre Jorge Costa: «Era um grande companheiro, um homem que nunca me deixou só, que se manteve sempre ao meu lado

André Villas-Boas esteve presente na cerimónia de alteração do Olival para Centro de Treinos e Formação Desportiva Jorge Costa,

Luís Figo deixa mensagem enigmática: «Acho que chegou o momento»

Luís Figo deixou uma mensagem nas suas redes sociais, assumindo que chegou a altura de ser presidente de algo.