SL Benfica 0-0 FC Famalicão: Brilhou um Júnior em jogo de graúdos

A CRÓNICA: FALTOU UM MATE AO XEQUE

 

E quando tudo o se quer passa a ser tudo o que se queria, pelo menos que se fique com tudo o que se consegue. A SL Benfica e FC Famalicão restam objetivos no fenecer do campeonato que esperavam não serem seus, mas aos quais compete agora correr atrás.

A verdade é que nenhuma das equipas foi muito afirmativa na tentativa de resolver os próprios problemas. Quando assim é, por vezes, há quem venha e trate deles por nós, e, normalmente, a solução não é dos nossos interesses.

O SL Benfica assumiu de início uma atitude proativa, mas que se revelou infrutífera. Também o FC Famalicão falhou na tentativa de visar a baliza. Nos 45 minutos iniciais poucas exceções houve a esta regra.

A mais flagrante partiu de um remate de ressaca de Diogo Gonçalves, cuja falha deu a Luiz Júnior destaque maior no jogo. Já antes, Gonçalo Ramos tinha motivado perigo, mas a bola que cabeceou estava demasiado alta para não sair da mesma forma.

Nélson Veríssimo foi ao banco buscar algo que aproximasse da baliza contrária. O treinador do SL Benfica reposicionou Darwin e Gil Dias e lançou Yaremchuk. Os movimentos das peças do xadrez aproximaram a hora do xeque-mate.

Primeiro, Gil Dias não deu arco suficiente à bola para que ela contornasse o alcance das mãos de Luiz Júnior. Depois, Paulo Bernardo quis ultrapassar o guarda-redes famalicense de bicicleta, mas Luiz Júnior mostrou que conduz um carro.

Vlachodimos continuava de mãos frias. Se a defesa encarnada anulava facilmente as investidas contrárias, os homens do ataque continuavam a criar perigo com cruzamentos venenosos, mas sem que fossem concluídos.

Sem que nenhum adepto pudesse vibrar com um golo, foi o FC Famalicão que saiu da Luz a sorrir e com um ponto conquistado. Os minhotos beneficiam da derrota de rivais diretos na luta pela permanência e o SL Benfica vê escapar ainda mais o primeiro lugar entre os vencidos, hipotecando a entrada direta na Liga dos Campeões da próxima temporada.

 

A FIGURA

SL Benfica 0
Fonte: Zito Delgado/ Bola na Rede

Luiz Júnior intransponível. Ágil e rápido entre os postes, é como se a exibição que assinalou na jornada passada se prolongasse para esta. O FC Famalicão está em dívida com ele.

 

O FORA DE JOGO

SL Benfica 0
Fonte: Zito Delgado/ Bola na Rede

Gil Dias revelou alguma falta de entendimento com Grimaldo no lado esquerdo, mas foram os erros técnicos ao nível do passe que mais o fizeram sobressair pela negativa. Podia ter feito mais na oportunidade de golo que teve.

 

ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

 

Como se calculava, a postura do SL Benfica no jogo não foi a de recuar o bloco e jogar na expectativa, como fez diante do Sporting CP. Para dar velocidade, Gil Dias e Diogo Gonçalves foram as setas do arco do SL Benfica.

Nélson Veríssimo incorporou também Paulo Bernardo para jogar junto a Weigl. Gonçalo Ramos completou o trio, mas com uma liberdade de movimentos muito maior, mesmo que partindo de um posicionamento de médio interior esquerdo.

Respeitando a largura no terreno que o FC Famalicão meteu no jogo, Diogo Gonçalves ficou responsável por baixar o corredor direito.  Por seu lado, Gil Dias adiantava-se para condicionar um dos centrais. O 4-2-3-1 do SL Benfica desdobrava-se assim para encaixar individualmente nos construtores de jogo do FC Famalicão e para, atrás, ter mais conforto.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Odysseas Vlachodimos (5)

Gilberto (6)

Nicolás Otamendi (5)

Jan Vertonghen (5)

Álex Grimaldo (5)

Julian Weigl (5)

Paulo Bernardo (5)

Diogo Gonçalves (5)

Gil Dias (4)

Gonçalo Ramos (7)

Darwin Núñez (5)

SUBS UTILIZADOS

André Almeida (4)

Roman Yaremchuk (3)

Adel Taarabt (3)

Nemanja Radonjic (3)

Haris Seferovic (-)

 

ANÁLISE TÁTICA – FC FAMALICÃO

 

A equipa famalicense dispôs-se em 5-2-3. Rui Pedro Silva abdicou de um médio para incluir três homens na frente de ataque – Heriberto e Pedro Marques, nas faixas, e Banza, ao centro. A fazer dupla no meio-campo, Pêpê e Pickel. O primeiro assumiu um papel mais vincado na primeira fase de construção.

Com o reduzido envolvimento dos laterais, o ataque ficou entregue aos três da frente. Heriberto arriscou mais vezes movimentos de ataque à profundidade, ao contrário de Banza que explorou muitas vezes o espaço nas costas dos médios. Sendo que também Pedro Marques procurou mais bola no pé, os minhotos atacaram de forma bastante diferente dos dois lados do campo, devido às características diferenciadas dos extremos.

Nos pontapés de baliza, a equipa preparou-se de modo a sair longo pelo corredor direito. Nessa zona, as bolas aéreas eram disputadas por Banza, que descaía no corredor, e Grimaldo, com vantagem de estatura para o avançado francês.

A prioridade do FC Famalicão a defender foi impedir que Weigl tivesse tempo e espaço para pensar. A estratégia obrigou as águias a usarem muito mais os corredores laterais do que a faixa central.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Luiz Júnior (9)

Hernán De La Fuente (6)

Alexandre Penetra (6)

Riccieli (5)

Alex Nascimento (5)

Adrián Marín (5)

Pêpê Rodrigues (6)

Charles Pickel (6)

Heriberto Tavares (4)

Pedro Marques (5)

Simon Banza (7)

SUBS UTILIZADOS

Bruno Rodrigues (5)

Ivan Dolcek (3)

Junior Kadile (5)

Jhonder Cádiz (-)

 

BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

 

SL BENFICA

Bola na Rede: O FC Famalicão tentou condicionar o corredor central do SL Benfica, nomeadamente o Weigl. Como é que avalia a prestação do SL Benfica no convite ao jogo exterior por parte do FC Famalicão?

Nélson Veríssimo: Sentimos isso. Um dos aspetos que melhorámos na segunda parte foi o jogo exterior, nomeadamente nas ligações que conseguimos fazer nos triângulos lateral/ala/médio interior. Em alguns momentos faltou-nos um bocadinho mais daquilo que são as diagonais curtas, porque, à medida que o jogo foi correndo, o FC Famalicão foi juntando linhas mais próximo da grande área.

Faltou-nos ligações mais curtas, embora, às vezes, as tenhamos conseguido, mas nem sempre com a definição que devíamos ter, mais até no corredor central entre o Seferovic e o Roman, e o próprio Darwin quando vinha para dentro a partir da esquerda.

Nem sempre tivemos a lucidez necessária para ligar mais o jogo. É verdade que o espaço que devíamos ter aproveitado estava mais por fora, até porque é esse espaço que as equipas dão quando se juntam mais à grande área. O Gil Dias criou uma situação de perigo através de uma combinação pelo corredor direito e era algo que devíamos ter explorado mais, mas não tivemos o sucesso que queríamos.

Globalmente, o que temos que perceber é que a equipa fez de tudo para tentar ganhar o jogo. Com o decorrer do tempo, a lucidez e o critério não estiveram tão afinados como pretendíamos.

 

FC FAMALICÃO

Bola na Rede: O papel do Simon Banza permitiu que a equipa subisse e respirasse com bola. Muitas vezes até jogou mais recuado que os dois extremos. A tarefa do jogador foi importante para a equipa sair daqui com pontos?

Rui Pedro Silva: Tinha comentado com o Simon que ele ia ter um papel fundamental no que seria o jogo de hoje exatamente por isso.

Normalmente, os avançados gostam de estar próximos da baliza e de onde têm mais oportunidade de fazer golo. Pedi-lhe para baixar mais linhas para dar oportunidade quer ao Pedro Marques, quer ao Heriberto de terem mais profundidade e ele disponibilizou-se para fazer esse trabalho.

Francisco Grácio Martins
Francisco Grácio Martinshttp://www.bolanarede.pt
Em criança, recreava-se com a bola nos pés. Hoje, escreve sobre quem realmente faz magia com ela. Detém um incessante gosto por ouvir os protagonistas e uma grande curiosidade pelas histórias que contam. É licenciado em Jornalismo e Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e frequenta o Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social.

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