SL Benfica 2-0 FC Penafiel: Pistola encarnada tentou disparar, mas só foi lá com recargas

Benfica

A CRÓNICA: PEGOU NA BOLA, DEU CERTO E LÁ FOI O GILBERTO

No multiverso podem acontecer muitas situações em simultâneo, mas sem que o que se passa num lado tenha influência de maior no que acontece no outro. Fora do contexto da ficção científica, num mundo baseado em evidências, um Mundial no Qatar tem efeitos visíveis numa Taça da Liga com o qual partilha, não o espaço, mas o tempo. Enquanto SL Benfica e FC Penafiel jogavam a segunda jornada do grupo C da competição nacional, Enzo Fernández e Otamendi, habituais titulares nas águias, estavam a jogar no Médio Oriente ao serviço da seleção da argentina. Do que se viu no Estádio da Luz, bem que a representação encarnada no campeonato do mundo teria sido ajuda útil.

Antes do SL Benfica começar a mostrar que produz menos sem alguns dos habituais, houve um momento a assinalar. Como a morte não olha a méritos, antes do início do jogo, foi prestado um minuto de silêncio em honra de Fernando Gomes, lenda de FC Porto e Sporting CP, que faleceu este sábado.

Rolou a bola e a desilusão que pairava no ar por o SL Benfica não estar a jogar tanto como o habitual foi pior para os adeptos que saltaram da cadeira, mas viram que não valia a pena terem deixado arrefecer o lugar, porque Draxler tinha rematado para a rede, mas do lado de fora.

O FC Penafiel, não criando perigo, conseguia ter a bola por períodos prolongados e em zonas altas do campo. Como sempre, o tempo encarregou-se de melhorar o que parecia não estar a correr de feição. No final da primeira parte, já era um SL Benfica mais perto do seu nível. Rafa, por duas vezes, em cima do intervalo, deixava antever o que a segunda parte viria a confirmar: um domínio avassalador.

O central encarnado, João Victor, quase fazia um autogolo por ter trocado os pés e a noção da baliza para onde devia atacar. Baliza essa, defendida por Caio Secco, onde o SL Benfica ia chegar ao golo pouco depois. Grimaldo arrancou e quando ia depositar a bola na baliza, acabou por ser Musa a conseguir a finalização. O defesa penafidelense intercetou o remate e, na recarga, Gilberto rematou com imparável potência para o golo.

Dois minutos depois, da mesma maneira, ou seja, de recarga, Neres aumentou a vantagem. Seguiram-se oportunidades para Rodrigo Pinho e Henrique Araújo, dupla atacante que saltou do banco, mas o resultado não se mexeu. O SL Benfica venceu e fica a aguardar pelo jogo do Moreirense FC para fazer contas à passagem aos quartos de final.

A FIGURA

SL Benfica 2-0 FC Penafiel
Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

Gilberto Tentou uma assistência de calcanhar para Rafa que foi mais bonita do que o golo que marcou aos repelões. Todas estas ações no último terço, o brasileiro só as conseguiu por se ter disponibilizado muito para atacar e ter estado particularmente feliz na hora de definir lances ofensivos.

FORA DE JOGO

Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

Simãozinho Foi a vítima preferencial dos dribles de Neres e ainda teve que lidar com um Gilberto embalado que o atropelou sempre que subia. Acabou substituído por Afonso Figueiredo.

 

ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

Com as esperadas e inevitáveis mexidas em relação ao onze base, o 4-2-3-1 procurou, perante um bloco baixo do adversário, usar os três corredores. Mesmo variando muito o jogo, o SL Benfica teve dificuldade em descobrir a profundidade quando o espaço entre linhas era negado. Foi via ala direita que, ora por Gilberto, ora por Neres, os encarnados descobriram espaço para realizarem cruzamentos.

Na segunda parte, a equipa melhorou na reação à perda da bola. Com isso, recuperou a bola em zonas mais subidas e encontrou um FC Penafiel desposicionado abrindo espaços passíveis de serem explorados.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Odysseas Vlachodimos (5)

Gilberto (7)

João Victor (4)

Morato (6)

Álex Grimaldo (6)

Florentino (6)

Chiquinho (6)

David Neres (7)

Julian Draxler (5)

Rafa Silva (7)

Petar Musa (6)

SUBS UTILIZADOS

John Brooks (4)

Rodrigo Pinho (4)

Henrique Araújo (5)

Paulo Bernardo (4)

 

ANÁLISE TÁTICA – FC PENAFIEL

O FC Penafiel operou uma revolução no onze. Filipe Rocha dispôs a equipa rubro-negra em 4-3-3. Deste modo, foi possível aos durienses, com um meio-campo em 1-2, ter sempre um jogador, no caso, Filipe Cardoso, à frente da defesa a vigiar os movimentos em apoio de Rafa e Musa.  Os laterais, a defender, fecharam bastante por dentro e com os extremos a fazerem um acompanhamento intenso aos laterais do SL Benfica. Os médios interiores, João Oliveira e Feliz, encarregavam-se de controlar os movimentos interiores de Draxler e Neres.

Nas saídas para o ataque, o FC Penafiel beneficiou do critério de jogadores como Feliz e Adriano Castanheira para espreitar o golo. A equipa trouxe as situações de bola parada ofensiva bem trabalhadas, conseguindo várias vezes situações de finalização, tendo por base a referência de João Miguel no jogo aéreo.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Caio Secco (5)

Robinho (5)

João Miguel (5)

Leandro (4)

Simãozinho (4)

Filipe Cardoso (5)

João Oliveira (5)

Feliz Vaz (5)

Edi Semedo (4)

Adriano Castanheira (4)

Marcus Molvadgaard (4)

SUBS UTILIZADOS

Roberto (5)

Vasco Braga (4)

Rúben Freitas (4)

Afonso Figueiredo (4)

Silvério (-)

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

FC Penafiel

Bola na Rede: Notou-se que o FC Penafiel, através do posicionamento do Filipe Cardoso, mostrou uma grande preocupação em controlar os apoios frontais do Musa e do Rafa. Negar as combinações do SL Benfica no corredor central era parte importante da estratégia que a equipa trazia para o jogo?

Filipe Rocha: Era mesmo isso. Sabíamos que o SL Benfica coloca três jogadores entre linhas: o Rafa, no corredor central, o Neres e o Draxler. A estratégia passou por tentar evitar as ligações a esses jogadores, porque quando esses jogadores se viram para as defesas, são jogadores perigosíssimos, não só no passe à profundidade, como no remate exterior. A equipa, nesse aspeto, foi cumprindo. Não gostei da defesa dos corredores. Acho que aí não estivemos tão bem. Permitimos entradas em tabelas a partir dos corredores e não pode acontecer. Mérito do SL Benfica, demérito nosso.

 

SL Benfica

Bola na Rede: Na primeira parte, os jogadores do SL Benfica não reagiram à perda da bola como costumam fazer. Por que é que isso aconteceu?

Roger Schmidt: Acho que começámos bem. Criámos algumas oportunidades. A determinado ponto, o adversário começou a defender muito baixo e com uma linha de seis – com três defesas para um avançado nosso. Não estávamos a encontrar o tempo certo para as movimentações de ataque à profundidade. Falámos sobre isso ao intervalo. Tínhamos que investir mais no ataque à profundidade. Na segunda parte, estivemos muito bem. Marcámos os golos e criámos excelentes ocasiões para marcar golos. Às vezes, precisas de paciência. Se marcas no início do jogo, tudo bem. Se não consegues marcar, tens que mostrar qualidade e mentalidade. Foi o que fizemos.

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