SL Benfica 2-1 FC Vizela: Uma Luz ao “topo” do túnel

Benfica

A CRÓNICA: A BONANÇA DEPOIS DA TEMPESTADE

Nove vitórias em nove jogos. Roger Schmidt tinha ganho o prémio de treinador do mês e o Benfica estava numa série incrível de vitórias. No meio de uma tempestade, tudo parecia indicar que esta noite seria o fim do sucesso, mas a bonança acabou por chegar. Não foi nada fácil.

O Benfica tinha o caldeirão pronto, mas o lume estava apagado. Era uma ilusão. Tinha mais bola, mas estava com dificuldades em criar ocasiões claras de golo face à organização defensiva muito compacta do Vizela. Para culminar, ao minuto 20, a equipa de Álvaro Pacheco arrefece o Estádio da Luz na sequência de uma sublime transição ofensiva. Grande assistência de Kiko Bondoso a rasgar e remate de Osmajic à gaveta inferior de Vlachodimos.

Aos poucos, os caseiros iam acendendo o lume futebolístico, mas ainda assim, na primeira parte, estiveram muito aquém do expectável: apenas dois remates enquadrados. As dificuldades eram evidentes e a estratégia de Álvaro Pacheco levava a melhor. A perguntava pairava no ar: conseguiria o Benfica perfurar a muralha azul e ainda vencer?

Fosse qual fosse a estratégia implementada ao intervalo, tudo parecia igual: grandes dificuldades do Benfica em construir situações flagrantes de golo e superioridade defensiva do Vizela. As águias lá iam tentando, mas nada resultava. David Neres foi a resposta. Um remate fortíssimo de fora de área colocou o Benfica empatado na partida. Seriam capazes de virar o resultado?

Apesar da expulsão polémica de Gonçalo Ramos aos 92 minutos num lance possível penálti, o Benfica seria feliz mesmo no último minuto! De grande penalidade, João Mário teve uma decisão complicadíssima nos pés, mas não vacila e entrega os três pontos às águias. O Estádio da Luz explodiu. Sim, o lume estava bem aceso e a vitória cozinhada. Que filme foi este!

 

A FIGURA

João Mário SL Benfica
Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

João Mário (SL Benfica): À primeira vista, pode-se pensar que está aqui pela grande penalidade. A razão principal é claramente essa. Deu a vitória ao Benfica num momento muito importante. Contudo, ainda brilhou durantes os 90 minutos com seis passes-chave, sete cruzamentos, cinco passes longos, oito duelos terrestres e um aéreo com sucesso e quatro desarmes. Irrepreensível!

 

O FORA DE JOGO


Samu (FC Vizela): Defensivamente, ainda ajudou um pouco, mas teve níveis abaixo do habitual. Perdeu a bola 13 vezes, foi driblado em três ocasiões e apenas ganhou um duelo terrestre em seis. Ofensivamente, não acrescentou praticamente nada.

 

ANÁLISE TÁTICA –  SL BENFICA

O sistema tático não foi surpresa para ninguém: 4-2-3-1. Gilberto voltou à titularidade no flanco direito. A pressão alta na primeira fase de construção começa a ser uma rotina e uma das marcas do Benfica de Roger Schmidt. A formação da casa possuía mais bola e instalava a maioria da equipa no meio-campo adversário, mas depararam-se de adversidades de construção no último terço devido a um Vizela organizado e compacto no momento defensivo.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Vlachodimos (6)

Grimaldo (7)

Otamendi (7)

António Silva (7)

Gilberto (6)

Florentino (7)

Enzo Fernández (8)

Rafa Silva (7)

João Mário (9)

David Neres (8)

Gonçalo Ramos (6)

SUBS UTILIZADOS

Petar Musa (6)

Fredrik Aursnes (6)

Alexander Bah (7)

Diogo Gonçalves (-)

 

ANÁLISE TÁTICA – FC VIZELA

Durante a partida, os pupilos de Álvaro Pacheco variaram entre o 4-4-2 e o 4-3-3, consoante a localização do esférico e o seu dono. Quando o Benfica estava mais perto da grande área, observava-se uma mudança tática para o 4-4-2, no qual as linhas defensiva e média se revelavam muito próximas, além do recuo (por vezes) dos avançados. Através de um grupo compacto, não queriam dar espaço à frente dos centrais ao Benfica, condicionando a construção do adversário. Neste mesmo espectro em zonas menos recuadas,  verificou-se muitas vezes uma grande proximidade dos médios do Vizela para encurtar combinações ofensivas, sobretudo entre-linhas.

Ainda no panorama defensivo, face aos cruzamentos do Benfica, o Vizela instalava muitos homens dentro de área. Entretanto, apesar das dificuldades em manter bola devido à pressão alta encarnada, procuravam atacar a baliza oposta por intermédio de transições rápidas (assim nasceu o golo do Vizela).

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Buntic (6)

Kiki (6)

Anderson (7)

Wilson Valdez (7)

Tomás Silva (6)

Samu (5)

Mendez (6)

Guzzo (6)

Moreira (6)

Osmajic (7)

Kiko Bondoso (7)

SUBS UTILIZADOS

Ivanildo Fernandes (5)

Diego Rosa (5)

Alejandro Alvarado Jr (5)

Claudemir (5)

Kevin Zohi (6)

 

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

SL Benfica

BnR: Boa noite, míster. Antes de mais, parabéns pela vitória. Durante a partida, o Benfica teve algumas dificuldades na construção de situações claras de golo. Acredita que terão sido muito pelo adversário fechar a zona central com um grupo muito compacto e fechado e como procurou contrariar as dificuldades ao intervalo?

Roger Schmidt: Falámos ao intervalo o que tínhamos de mudar, mas não era fácil. Nos primeiros 60 metros, tivemos de jogar mais rápido com menos toques e de nos deslocar mais sem bola. Nos últimos 30 metros, podemos correr riscos e ir no 1v1, mas também tínhamos de ter paciência. Mostrámos isso na segunda parte. Hoje não foi um jogo que poderíamos criar muitas oportunidades claras de golo, mas marcámos dois golos nos momentos certos. Situações de 1v1 e remates bons eram o que precisávamos para abrir o jogo de novo.

 

FC Vizela

BnR:  Boa noite, míster. Durante a partida, o Vizela partiu num 4-3-3, mas sempre que o Benfica se aproximava da sua área mudavam para um 4-4-2 com as linhas média e defensiva muito próximas e ainda se observava por vezes o recuo dos avançados para ajudar. Pergunto-lhe se o sucesso defensivo do Vizela passou pela estratégia de fechar o espaço frontal para limitar a construção do Benfica?

Álvaro Pacheco: Sim, somos uma equipa que temos de reajustar em relação à tomada de decisão e à forma como fazemos a pressão- A nossa estratégia passava por retirar as ligações do duplo pivot do Benfica com os jogadores da frente. Queríamos manter também as linhas juntas para quando a bola entrava termos capacidade de pressionar e de nos ajustarmos. Fizemos uma exibição fantástica defensivamente e também penso que ofensivamente. Faltava-nos mais audácia e não ter medo de ter bola.

Diogo Lagos Reis
Diogo Lagos Reishttp://www.bolanarede.pt
Desde pequeno que o desporto lhe corre nas veias. Foi jogador de futsal, futebol e mais tarde tornou-se um dos poucos atletas de Futebol Freestyle, alcançando oficialmente o Top 8 de Portugal. Depois de ter estudado na Universidade Católica e tirado mestrado em Barcelona, o Diogo está a seguir uma carreira na área do jornalismo desportivo, sendo o futebol a sua verdadeira paixão.

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