Contudo, apesar do contrato de três anos e das 42 participações em campo, viu o futuro ser ameaçado pela chegada de Lucas Veríssimo. O brasileiro obrigou a equipa a mudar para um sistema de três centrais e não é certo que assim se mantenha na próxima temporada.
A Vertonghen interessa sobretudo jogar e ter protagonismo em contexto de Liga dos Campeões, chamariz dos grandes craques, e continuar a sua carreira ao mais alto nível, como fez no FC Ajax e ao serviço dos Spurs. E se em Portugal não lhe agradar por muito mais tempo a convivência do Seixal, há sempre uma porta aberta em Amesterdão.
Aliás, em fevereiro de 2020 era essa a mais forte hipótese como destino de Jan Vertonghen em 2020-21, quando até Erik Ten Hag se mostrou complacente com a sugestão. “Jan tem história no Ajax. Claro que vamos seguir a sua situação de muito perto”, afirmava ao programa Rondo do portal Ziggo, principal patrocinador ajacied, rematando de maneira inequívoca – para canto – uma hipotética limitação quanto à sua idade e tendo em conta a prioridade holandesa de valorização do talento jovem: “Neste caso, a idade é uma não-questão. Se alguém é bom o suficiente como ele é, a idade não interessa”.
Outro caso bicudo para a gestão encarnada é o de Luca Waldschmidt, alemão contratado ao SC Freiburg por 15 milhões mas que teimou em consagrar-se como o “nove e meio” pelo qual a equipa implorou em muitas fases – as opiniões divergem quanto à sua capacidade futebolística, numa discussão em que até Jorge Jesus parece entrar. Dos 41 jogos em que foi utilizado, a mediana quantia de 26 titularidades – nas quais foi 22 vezes substituído!

Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede
Na Primeira Liga, de possíveis 2430 minutos, completou 1400, tempo que ainda assim lhe permitiu marcar sete golos, que acrescem a dez no total das competições. Não foi, consequentemente, convocado para o Euro 2020, golpe baixo nas suas aspirações, premeditado pela ausência na convocatória dos últimos jogos da qualificação da Maanschaft, em março.
E apesar do seu score internacional desde a chegada a Portugal não parecer vergonhoso (chamado em setembro, outubro e novembro, participando em quatro de oito jogos possíveis – titular duas vezes, em amigáveis com a República Checa e a Turquia), um dos seus objetivos primordiais nesta mudança para a Primeira Liga fica assim comprometido – a grande afirmação em contexto europeu, fora da Bundesliga, para servir como rampa de lançamento para a seleção.