Vitória FC 1-1 SL Benfica: Encarnados voltam a tropeçar

A CRÓNICA: ÁGUIAS SEM PONTA DE INSPIRAÇÃO VOLTAM A TROPEÇAR

Final de tarde bastante ameno no Bonfim. Tanto Julio Velázquez quanto Bruno Lage abordaram esta partida com um sentimento de risco zero. Foi uma primeira parte onde o Vitória FC se preocupou mais em preencher os espaços no seu meio campo, condicionando a posse de bola encarnada, e onde o SL Benfica procurou não arriscar defensivamente, actuando com Taarabt ao lado do Samaris; e, na incapacidade de colocar dinâmica no jogo interior, procurando atacar com um futebol de passes longos para as costas da defesa.

Os sadinos conseguiram a primeira grande oportunidade de golo do jogo ao minuto 27′, após uma boa combinação no meio-campo: Carlinhos, com bola, temporizou e abriu na esquerda para Mansila, que faz uma soberba recepção e cruza largo para o segundo poste, onde aparece Zequinha a finalizar de primeira e quase a inaugurar o marcador.

Já o SL Benfica só conseguiu levar perigo à baliza de Makaridze no fecho da primeira parte, num cabeceamento de Samaris após um canto de Pizzi ao primeiro poste.

Digamos que foi uma primeira parte setubalense de serviços mínimos e uma primeira parte benfiquista de grande desinspiração.

E se os golos são o principal afrodisíaco do futebol, a segunda parte animou logo com dois golos nos primeiros minutos. Aos 46 minutos, Sílvio, Nuno Valente e Zequinha trabalham a bola e o último acaba por assistir Carlinhos, que, no coração da área, finaliza sem contemplações.

Bola ao centro, passe em profundida e canto para o SL Benfica. Bola batida e, totalmente fora da jogada, Semedo comete uma falta tosca sobre Rúben Dias. Penalty para os encarnados: Pizzi bate e Pizza marca.

Um Vitória FC com os médios mais subidos na procura de oportunidades de atacar, um SL Benfica com mais espaço a conseguir construir melhor as jogadas e chegar mais vezes a zonas de perigo. O segundo tempo foi mais interessante que o primeiro, mas o empate manteve-se e Pizzi ainda falhou uma grande penalidade.

A equipa da casa fez um jogo de esforço, que lhe foi suficiente pois o adversário pouco puxou pela criatividade. O candidato ao título nunca mostrou qualidade colectiva nem inspiração individual para sair vitorioso do jogo.

Voltámos a assistir a um Benfica de futebol largo e pelo ar, com os centrais e os médios constantemente a bater bola para as costas da defesa. E assim, este outrora líder, vai facilitando a vida das defesas adversárias e desperdiçando o talento do seu plantel.

A FIGURA

Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Giorgi MakaridzeDepois da polémica da semana, esperava que o guardião sadino se apresentasse algo nervoso. Contud,o foi totalmente o oposto disso. O destaque a este guarda-redes não se prende por várias defesas de grande qualidade, mas sim pelo jogo completo em total serenidade. Abordou de forma calma todos os lances, dominou a sua área, saiu sempre bem da baliza e foi exímio com a bola nos pés, não tremendo e conseguindo sempre permitir que a equipa saísse a jogar com a bola controlada. Foi exibição de clube grande.

O FORA DE JOGO

Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Pizzi A dúvida era entre Pizzi e Samaris, mas acabei por optar pelo 21 encarnado. O grego deu muito pouco à posse encarnada e acabou substituído por o treinador lhe reconhecer um total descontrolo emocional. Já Pizzi foi o capitão de toda uma equipa que passou 90 minutos a procurar más opções. Não foi pior que os seus colegas, mas foi o espelho destes. Falhou remates, falhou passes, falhou cruzamentos e ainda falhou um penalty. Como as principais estrelas, tinha de fazer a diferença e não fez. Como capitão, tinha obrigação de guiar o colectivo por caminhos mais competentes, mas também não o fez. Recebe esta distinção em nome do colectivo.

ANÁLISE TÁCTICA – VITÓRIA FC

Julio Velázquez lançou o seu 4-3-3 com o trinco a fazer de terceiro central no momento de posse. Optou por um jogo de risco zero, procurando principalmente condicionar a construção encarnada e preencher os espaços do seu meio campo.

A linha defensiva não jogou muito recuada ,mas toda a equipa jogou em bloco no seu meio campo. Esta proximidade de sectores obrigou o adversário a procurar constantemente as bolas em profundidade e a defesa sadina estava preparada para isso. De destacar o movimento dos laterais em constante alternância de posicionamento com os extremos.

Para a segunda parte optou por dar mais espaços ao jogo, avançando Carlinhos para as proximidades do ponta de lança. Com isso, conseguiu o primeiro golo do jogo e também deixar a imagem que em algum momento o Vitória FC poderia criar uma jogada de perigo.

Com as substituições, procurou somente refrescar os seus jogadores da frente – tanto para defenderem e atacarem com maior disponibilidade. De ressalvar que o Vitória caiu na tentação de procurar o jogo em profundidade e manteve-se fiel a um jogo de construção a partir da defesa com a procura de criar desequilíbrios com trocas de bola no centro do terreno.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Makaridze (8)
Sílvio (6)
Jubal (6)
A. Jorge (6)
A. Sousa (5)
J. Semedo (5)
Carlinhos (6)
N. Valente (6)
Zequinha (6)
Mansilla (6)
Ghilas (4)

SUBS UTILIZADOS

Guedes (4)
Antonucci (-)
Leandrinho (-)

ANÁLISE TÁCTICA – SL BENFICA

Bruno Lage lançou o seu 4-2-3-1, desta vez deixando Weigl no banco e dando o meio campo a Samaris e Taarabt. Talvez por tanto reconhecer as fragilidades do processo defensivo da equipa, o treinador encarnado optou por um jogo de menor risco, deixando os dois médios lado a lado e muito próximos dos centrais.

E, na esquerda, voltou a actuar Cervi, na sua dinâmica de acompanhamento às subidas do lateral adversário. Desde cedo a equipa abdicou de construir jogo pelo centro do terreno e foi um SL Benfica em constante procura da profundidade e das costas dos centrais. Só alguns escassos momentos de rebeldia de Taarabt contrariaram esta tendência.

Logo no arranque da primeira part,e e ao perceber que o jogo estava com mais espaço, Bruno Lage lançou Rafa a jogo. Sim, Rafa tinha espaço para progredir. Não, o futebol encarnado não permitiu esses movimentos a Rafa. Foi lançado também Dyego Sousa para os cruzamentos e voltámos a assistir ao jogo que tanto tem sido criticado nas últimas jornadas. Futebol de muito pouca imaginação.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Vlachodimos (5)
Tomás Tavares (5)
Rúben Dias (5)
Ferro (5)
Grimaldo (6)
Samaris (4)
Taarabt (6)
Pizzi (4)
Cervi (4)
Chiquinho (4)
Vinicius (4)

SUBS UTILIZADOS

Rafa (4)
Dyego Sousa (4)
Weigl (4)

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Daniel Oliveira
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Primeira palavra bola. Primeiro brinquedo bola. E assim sempre será. É a ver jogos que partilha os melhores momentos de amizade. É a ver jogos que faz as melhores viagens. É a ver jogos que esquece os maiores problemas. Foi na paixão pelo jogo que sempre ultrapassou os outros desgostos de amor. Agora a caminhar para velho pode partilhar em palavras aquilo que sempre guardou para si em pensamentos e pequenos desabafos.                                                                                                                                                 O Daniel não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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