A importância particular do ritmo competitivo nos defesas-centrais

    Já outro bom exemplo de instabilidade no sector defensivo existiu na equipa do SC Braga. Embora neste caso, as alterações na defesa tenham sido um pouco forçadas devido ao castigo do capitão, entre  André Pinto e as lesões graves de Ricardo Ferreira e Emiliano Velásquez, a equipa arsenalista não teve a estabilidade necessária para realizar uma época regular, devido às constantes alterações no centro da defesa entre André Pinto, Rosic, Velásquez, Ricardo Ferreira e Artur Jorge.

    Já no Sport Lisboa e Benfica a estabilidade defensiva foi um dos factores que levou a equipa encarnada a atingir o histórico Tetracampeonato. Desde a sétima à 33ª jornada do campeonato, Rui Vitória repetiu sempre a mesma dupla de centrais: Luisão e Lindelof, embora o capitão tenha sido substituído por Lisandro López no clássico da 10ª jornada devido a lesão.

    A aposta nesta dupla levou muitos adeptos a questionarem a ausência de Jardel das opções de Rui Vitória. Aquele que para muitos foi considerado o melhor defesa-central do campeonato 2015/2016, foi bastante atormentado por lesões, lesões essas que começaram ainda na pré-temporada. Ora, a pré-temporada é a pior altura para um jogador se lesionar, pois faz desde logo com que o jogador lesionado perca andamento em relação aos seus concorrentes na posição.

     

    Jardel foi bastante fustigado por lesões na última época. Fonte: SL Benfica
    Jardel foi bastante fustigado por lesões na última época.
    Fonte: SL Benfica

    E quando este recuperou, já Luisão e Lindelof tinham assentado no onze dos encarnados. Apesar das questões dos adeptos acerca da ausência de Jardel, e da insistência em alguns dizerem que Luisão já não tinha capacidade física para aguentar uma época inteira, a verdade é que com a dupla de centrais formada pelo capitão e pelo jovem central sueco, a equipa encarnada obteve o melhor registo defensivo dos clubes campeões dos principais campeonatos europeus, com 18 golos sofridos em 34 jogos, que resulta numa média de 0,53 golos sofridos por jogo.

    Pegando também na equipa do Benfica, o jogo contra o GD Estoril-Praia a contar para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal mostrou o risco de se apostar num defesa-central sem ritmo. Rui Vitória decidiu dar descanso a Luisão nesse jogo, dando lugar a Lisandro López. E a defesa ressentiu-se da sua falta de ritmo e actuou muito mal nesse jogo, fazendo os benfiquistas passarem por um valente susto.

    É óbvio que o andamento e o ritmo competitivo é importante em todas as posições, mas com isto, acredito que é nos defesas-centrais que o ritmo competitivo é mais importante. E que a partir daí se consegue construir uma equipa sólida e consistente com a qual se consegue cumprir os objectivos.

    Foto de Capa: FC Porto

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Tiago Serrano
    Tiago Serranohttp://www.bolanarede.pt
    O Tiago é um jovem natural de Montemor-o-Novo, de uma região onde o futebol tem pouca visibilidade. Desde que se lembra é adepto fervoroso do Sport Lisboa e Benfica, mas também aprecia e acompanha o futebol em geral. Gosta muito de escrever sobre futebol e por isso decidiu abraçar este projeto, com o intuito de crescer a nível profissional e pessoal.