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César Peixoto vence Prémio Revelação Bola na Rede Agosto/Setembro 2025

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O Prémio Revelação Bola na Rede referente ao mês de Agosto/Setembro já foi entregue. César Peixoto, treinador do Gil Vicente, foi o nome distinguido com um galardão que premeia o excelente início de temporada do conjunto de Barcelos na Primeira Liga.

Quem é César Peixoto?

César Peixoto nasceu a 12 de maio de 1980, na cidade de Guimarães. Natural da Cidade Berço, iniciou a sua formação nas camadas jovens do Vitória SC, mas foi nos Caçadores das Taipas que deu os primeiros passos na carreira profissional. As duas temporadas no conjunto minhoto permitiram-lhe subir à Primeira Liga pelas portas do Belenenses, em 2001/02, onde não precisou de tempo de adaptação ao campeonato mais exigente do futebol nacional, terminando a época com sete golos e quatro assistências.

O desempenho de destaque no Restelo chamou a atenção do FC Porto, que o contratou na temporada seguinte. César Peixoto viveu uma das fases mais marcantes da história dos dragões, ao conquistar uma Taça UEFA e a tão aclamada Champions League, sob o comando de José Mourinho.

Em 2004/05, regressou ao Vitória SC por empréstimo do FC Porto, agora com maior maturidade e experiência no futebol profissional. Seguiu-se uma nova temporada na Invicta, uma passagem fugaz pelo Espanyol, duas épocas no Braga (2007–2009), duas no Benfica (2009–2011) e, finalmente, cinco temporadas ao serviço do Gil Vicente, clube que agora lidera como treinador. Em 2008, somou a sua primeira e única internacionalização pela Seleção Nacional, num jogo amigável diante do Brasil, que terminou com a derrota de Portugal por 6-2.

Na época 2014/15, aos 34 anos, César Peixoto terminou a sua carreira profissional, com 318 jogos disputados e 34 golos marcados. Após pendurar as chuteiras, tornou-se comentador desportivo, antes de regressar ao campo, desta vez como treinador, na temporada 2018/19, assumindo o comando do Varzim na Segunda Liga.

Seguiram-se passagens pela Académica e pelo GD Chaves, também na Segunda Liga, antes de dar o salto para a Primeira Liga, ao serviço do Moreirense na época 2020/21. Entre 2021 e 2023, orientou o Paços de Ferreira, antes de regressar a Moreira de Cónegos na temporada passada. Já a meio da temporada, César Peixoto assumiu o Gil Vicente, cumprindo o principal objetivo do clube na Primeira Liga: a manutenção. Com a oportunidade de começar do zero e preparar a pré-temporada com o conjunto gilista, o técnico de 45 anos tem-se destacado neste arranque da época 2025/26, impondo uma ideia de jogo muito vincada, assente na solidez defensiva, na objetividade ofensiva e nos resultados positivos que têm despertado a atenção dos clubes e adeptos do futebol nacional.

Fevereiro e Março em números

  • Jogos: 7
  • Vitórias: 4
  • Empates: 1
  • Derrotas: 2

Qual o estilo de jogo de César Peixoto?

Desde que assumiu o Varzim, na Segunda Liga, na sua primeira experiência como treinador principal, César Peixoto tem procurado afirmar-se como um técnico do futebol moderno, muito ligado a um jogo impositivo, procurando impor sempre as suas ideias, fazendo os ajustes necessários para cada adversário, mas sem nunca abdicar dos seus princípios de jogo.

A sua carreira tem sido marcada por projetos interrompidos a meio das temporadas (Chaves, Varzim, Académica e primeira passagem pelo Moreirense), o que o impediu de completar uma época do início ao fim. Essa falta de continuidade tem condicionado a consolidação das suas dinâmicas e ideias de jogo, algo natural num treinador em fase de afirmação.

Ainda assim, este projeto no Gil Vicente parece ser diferente. Há uma consonância evidente entre as ideias de César Peixoto e a direção, e o próprio técnico referiu ao Bola na Rede que nunca tinha estado num clube onde tivesse tanta importância na construção do plantel para esta época. Os resultados comprovam essa sintonia, revelando uma evolução clara face à temporada conturbada que o Gil Vicente viveu no ano transato.

No momento de saída de bola, César Peixoto equilibra bem o risco e o benefício. Numa fase inicial da carreira, privilegiava sempre a construção curta desde trás, mas, com a experiência, aprendeu a equilibrar melhor o risco. Hoje, nota-se um crescimento evidente e uma maior sustentabilidade nesse momento do jogo, não só por estar menos propenso a erros, mas também pela capacidade de adaptação a diferentes contextos, apresentando abordagens variadas consoante o adversário.

Enquanto treinador moderno, que valoriza o espetáculo e o jogo positivo, não hesita em subir o bloco e pressionar alto, mesmo que isso aumente o espaço nas costas da defesa e exponha a equipa a bolas longas e tentativas de explorar a profundidade. É aí que ganha importância o perfil dos defesas rápidos e agressivos, essenciais para reduzir esse espaço em poucos segundos.
Também é notória a valorização dos médios como elementos-chave na construção, casos de Luís Esteves no Gil Vicente e a diversidade de perfis nos laterais, geralmente um mais projetado e físico (Konan) e outro mais associativo e técnico (Zé Carlos), embora César Peixoto adapte essas características ao plantel que tem à disposição.

Ao longo dos últimos anos, César Peixoto tem evoluído como treinador pela sua capacidade de adaptação. Os ajustes táticos realizados neste arranque de temporada, mesmo estando a vencer e a convencer, mostram uma evolução na leitura de jogo e uma maior maturidade no equilíbrio entre solidez defensiva e o poderio ofensivo e ambição ofensiva. Adapta-se ao plantel que tem, compreende as características dos seus jogadores e tira o melhor partido delas, algo que começa a refletir-se de forma evidente neste Gil Vicente 2025/26.

O Gil Vicente de César Peixoto

César Peixoto Gil Vicente
Fonte: Paulo Ladeira/Bola na Rede

O que mais se destaca neste Gil Vicente de César Peixoto é, sem dúvida, a organização defensiva. O facto de a equipa ter sofrido apenas quatro golos em oito jornadas da Primeira Liga (dois frente ao Benfica e dois frente ao FC Porto) evidencia o trabalho que tem sido desenvolvido em Barcelos.

Em momento defensivo, o conjunto gilista organiza-se num 4-2-4, em bloco médio/alto, ajustando-se ao contexto e ao adversário. Este sistema permite referências individualizadas: se o adversário sair com uma linha de quatro, o Gil Vicente mantém o equilíbrio; se sair a três, garante superioridade numérica (quatro jogadores contra três defesas ou 2+1). A premissa principal do futebol de César Peixoto passa por fechar o corredor central, garantindo que os extremos também fecham por dentro e pressionam em diagonal para cortar os caminhos dos alas ou laterais adversários.

Neste sentido, o trabalho de Pablo (incansável) e de Luís Esteves ou Santí Garcia, dependendo de quem assume a posição de 10, é fundamental, já que são eles os primeiros a iniciar a pressão, como o próprio técnico explicou em exclusivo ao Bola na Rede. A pressão inicial de quatro jogadores sobre o adversário obriga-o a recorrer a bolas longas, e é aí que entram as características da linha defensiva. Konan, Buatu, Elimbi e Zé Carlos formam um quarteto rápido, agressivo nos duelos e eficaz na transição defensiva, correndo para trás para fechar ao máximo a profundidade explorada pelas equipas adversárias, enquanto médios como Facundo Cáseres complementam essa organização.

No processo ofensivo, o Gil Vicente revela igualmente muita qualidade. Jogadores como Luís Esteves e Santí Garcia assumem a batuta, enquanto extremos como Joelson Fernandes e Murillo acrescentam irreverência e velocidade. A equipa utiliza combinações rápidas e inteligentes para chegar à área adversária com grande facilidade, reflexo dos dez golos já apontados na Primeira Liga 2025/26.

César Peixoto tem mostrado variabilidade e, apesar de manter uma ideia de jogo muito bem definida, tem feito ajustes pontuais nas dinâmicas da equipa, potenciando o rendimento coletivo jornada após jornada. Um dos exemplos foi a decisão de baixar Luís Esteves no terreno, de modo a garantir maior qualidade na fase de construção. Já Ghislain Konan, uma das grandes surpresas desta temporada no campeonato português, tem-se destacado pela profundidade e agressividade ofensiva. Proveniente do Burgos, da La Liga 2, o lateral tem sido um dos desequilibradores da equipa, com movimentos fortes de trás para a frente, tendo assinado uma exibição de gala frente ao Benfica, na jornada 7.

Por fim, é impossível não destacar Pablo, atual melhor marcador da Primeira Liga, com seis golos (em conjunto com Luis Suárez, Clayton e Jesús Ramírez) e o crescimento notório que tem apresentado sob o comando de César Peixoto. Um avançado cada vez mais completo, que alia a intensidade e a capacidade de pressão à qualidade técnica e eficácia na finalização. O golo frente ao Moreirense, no Estádio Cidade de Barcelos, é o exemplo perfeito dessa evolução.

Resultados em agosto e setembro

  • Nacional 0-2 Gil Vicente
  • Gil Vicente 0-2 FC Porto
  • Famalicão 0-0 Gil Vicente
  • Gil Vicente 2-0 Moreirense
  • Braga 0-1 Gil Vicente
  • Gil Vicente 2-0 Estoril
  • Benfica 2-1 Gil Vicente

César Peixoto na 1ª pessoa

Lê a entrevista completa de César Peixoto ao Bola na Rede AQUI.

O Prémio Revelação Bola na Rede

O Bola na Rede está atento ao melhor do desporto nacional, em particular o futebol e, a partir deste mês, entregará um prémio a reconhecer méritos e feitos.

Prémio Revelação Bola na Rede permitirá distinguir uma personalidade que, dentro das quatro linhas ou de qualquer outro terreno de jogo, tenha sido, como o próprio nome indica, uma revelação. Assim, o Bola na Rede vai procurar premiar os desportistas capazes de brilhar nos mais diversos palcos de Portugal e, quiçá, do mundo.

Artigo redigido por Rodrigo Lima e Diogo Ribeiro

Rodrigo Lima
Rodrigo Limahttp://www.bolanarede.pt
Rodrigo é licenciado em Ciências da Comunicação e trabalha atualmente na área do jornalismo desportivo. Apaixonado pelo mundo do desporto, tem no futebol a sua principal área de interesse e análise.

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