O cenário que rodeava o Estádio Cidade de Coimbra remetia-nos para outras alturas. Para o tempo em que o futebol era vivido em sã convivência entre adeptos e gerações diferentes. O resultado era o menos importante, perante os valores familiares e a paixão, saudável, pelo clube.
Leixões e Académica fizeram jus, no campo, ao ambiente vivido fora dele e procuraram o golo desde o início. Os de Matosinhos deram o primeiro aviso, aos cinco minutos, com Pedro Henrique a cabecear por cima, quando Ricardo Moura já estava batido. Os estudantes não se fizeram rogados e reagiram, aos dez minutos, com… golo. Na sequência de um canto batido por Júnior Sena, Brendon aproveitou um desvio que traiu o guarda-redes leixonense e inaugurou o marcador.
Um tento que mexeu com o marcador, mas não com o jogo. Ambas as equipas continuaram a procurar o golo. Ofori, num disparo de fora da área, e Hugo Almeida (regressado à titularidade), num trabalho “à ponta de lança”, ameaçaram o que Pedro Henrique, à beira do intervalo, concretizou. O ponta de lança do Leixões impôs-se aos centrais da Académica e respondeu da melhor forma ao cruzamento de Poloni, deixando tudo igualado no regresso aos balneários.
A segunda parte conheceu uma toada menos intensa e as oportunidades foram-se diluindo por entre o desgaste físico leixonense, que os obrigou a baixar linhas, e a falta de inspiração coletiva dos estudantes. Só Júnior Sena e Ofori, em disparos de longe, ameaçaram mexer com o marcador, nos instantes iniciais da primeira parte, e parecia que só um golo conseguiria agitar o jogo. Não se via era maneira de ele chegar. Mas chegou. Aos 77 minutos, Júnior Sena (outra vez ele) bateu um livre sobre a direita e Djoussé, que tinha entrado para o lugar de Hugo Almeida, subiu mais alto do que a defesa leixonense e fez o 2-1 que sentenciou a partida.
O Leixões reagiu, como seria de esperar, mas a pressão final dos matosinhenses não teve efeitos práticos, além da expulsão de Jean Filipe, já que a Académica, mesmo reduzida a dez e incapaz de ligar defesa e meio-campo, revelou-se muito difícil de bater no seu último terço.
O Leixões somou a quarta derrota consecutiva e está agora a três pontos da zona de descida. A Briosa, por outro lado, conseguiu o segundo triunfo seguido, que a coloca, provisoriamente, no sexto lugar e a nove pontos dos lugares de subida. Já esteve mais longe…
ONZES INICIAIS:
ACADÉMICA OAF: Ricardo Moura; Brendon (Traquina 45’ e Marinho 70’), Zé Castro, Yuri Matias, Mike; Ricardo Dias, Júnior Sena, Reko; Romário Baldé, Jean Filipe e Hugo Almeida (Djoussé 70’).
LEIXÕES SC: Tony; Jorge Silva (Evandro 58‘), Pedro Monteiro, Bura, Poloni; Oudrhiri, Ofori (Kukula 81’) e Luís Silva; Roniel (Erivaldo 75’), Bernardo e Pedro Henrique.
Pedro Machado