Afinal de contas, vale a pena ser campeão de inverno?

    “Taça da cerveja”, “taça da carica”, muitas foram as alcunhas inicialmente dadas para a Taça da Liga assim que foi criada. É verdade, muitas foram as questões levantadas assim que esta competição surgiu. Na altura, questionava-se até se esta não seria mais uma competição apenas para cumprir calendário. Se virmos bem, no início até os clubes ditos mais pequenos olhavam para a atual Allianz Cup com algum desprezo e preconceito.

    Uma taça é uma taça e tem sempre um caráter competitivo diferente de um campeonato. O formato em que esta ocorre poderia vir a privilegiar clubes mais modestos e esta podia até ser vista como uma oportunidade mais realista de os mesmos ganharem algum título no seu palmarés. Mas a verdade é que a tendência se pautava sempre pela gestão do plantel na utilização de jogadores com menos minutos. Claro está que isto em nada engradecia a prova e só a descredibilizava ainda mais.

    O seu início também não ajudou a todo este processo, porque, sejamos honestos, o facto de SL Benfica ter vencido logo sete das taças nos primeiros nove anos da existência da competição não ajudou muito à promoção da mesma.

    Volvidos 12 anos, e depois de uma revitalização em relação ao formato de toda a prova, a Taça da Liga está a conseguir ganhar cada vez mais prestígio assim como disse o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional – Pedro Proença. Ainda que ache que a prova sofre de algumas lacunas flagrantes é, atualmente, uma competição tida muito mais em conta por todos os clubes portugueses. Este ano, inclusive, estão presentes as quatros maiores equipas de Portugal – SL Benfica, FC Porto, Sporting CP e SC Braga.

    Pedro Proença declarou que a Taça da Liga é, atualmente, “uma competição que todos os clubes querem ganhar”
    Fonte: Liga Portugal

    Neste sentido, podem ser evidenciadas as lacunas de que falei há pouco. Será que este formato privilegia os clubes de topo da tabela? Na minha ótica, sim. O facto de os quatros primeiros classificados serem distribuídos pelos quatro grupos existentes na fase de grupos, em nada promove o aparecimento de um possível “outsider”. “Cortam-se”, mais uma vez, os pés às equipas pequenas e dá-se privilégio aos quatro grandes do futebol português.

    A Allianz Cup está, sem dúvida, mais prestigiada do que nunca, mas será que esta evolução está a ocorrer de forma justa? Acaba por ser mais do mesmo: mais uma competição, mais uma prova formatada para um dos grandes a ganhar. E é assim mais uma evidência do futebol português…

     

    Foto de Capa: Liga Portugal

    Artigo revisto por: Rita Asseiceiro

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    Inês Marques Santos
    Inês Marques Santoshttp://www.bolanarede.pt
    A Inês é licenciada em Jornalismo. A experiência do Bola na Rede veio juntar duas coisas de que gosta de fazer: escrever e ver futebol. Desde nova que quer entrar no mundo do jornalismo desportivo e espera um dia conseguir marcar o seu lugar no mesmo.