O AVS SAD está em posição de subida. Esta tem sido uma frase repetida desde o início da temporada, de forma surpreendente. A surpresa advém do facto de se tratar não apenas de uma equipa, mas de um clube montado praticamente de raiz. Apenas e só. Nada do que o conjunto vila-franca-avense tem feito dentro de campo, no entanto, causa surpresa.
O timoneiro é um líder nato e um treinador com provas dadas em contexto de Segunda Liga e o plantel – em que pontifica um “jovem” de grande valor chamado Nenê, melhor marcador da Segunda Liga com uns “míseros” 21 golos, “apenas” mais nove que o segundo listado – tinham tudo para dar certo. Restava saber quão certo. E ainda resta.
As aves de Jorge Costa estão engalfinhadas na luta extracontinental pela subida, com Santa Clara, CD Nacional e Marítimo ao seu redor. A oito jornadas do final, os homens de Vila Franca das Aves somam os mesmos 56 pontos dos açorianos, mais cinco que o Nacional e mais oito que o Marítimo. A posição é agradável, mas não é segura.
No entanto, parece haver capacidade – olhando para a equipa – para assegurar a subida e, diria, até de forma direta, sem necessidade de jogar play-off de ascensão. A dúvida residirá na estabilidade da estrutura, bastante recente e construída por fusão. Basta a fusão virar fissão e tudo se poderá desintegrar (e recorde-se a saída de Jorge Costa do Académico viseense numa fase crucial da temporada passada).
Ainda assim, parece-me que a subida do AVS SAD será uma realidade. Tal como me parece, contudo, que a descida quase imediata também o será. Posso estar redondamente enganado – e perdoam-me as boas gentes que têm o coração dividido entre as localidades “vizinhas” de Vila Franca de Xira e de Vila das Aves -, mas não perspetivo haver no AVS SAD a capacidade para se estabilizar na Primeira Liga nas próximas temporadas.
O foco primordial, no entanto, é a subida e nesse capítulo acredito que os pupilos de Jorge Costa têm a narrativa certa para o fechar com um final feliz.