Casa Pia AC 3-0 CF Estrela da Amadora: De vento em popa, mais perto da Primeira

    A CRÓNICA: PRIMEIRO GOLO DEFINIU O VENCEDOR

    Num Estádio de Pina Manique muito animado, Casa Pia AC e CF Estrela da Amadora partiam para esta partida com a igual ambição de vencer, os primeiros para continuarem a disputar o primeiro lugar, os segundos para garantirem a permanência na Segunda Liga.

    Início de jogo nivelado, com ambas as equipas a querem a iniciativa do mesmo. Nos gansos, Godwin era o principal disruptor, mas o Estrela foi tendo um ligeiro ascendente, controlando a posse e dificultando a saída de bola do adversário.

    Contra a corrente do jogo, os da casa chegaram ao golo na cobrança de um canto – cruzamento de Galo e Zach teve cabeça para fazer o seu terceiro golo da época. O golo mudaria por completo a toada da partida.

    O Casa Pia partiu para cima do adversário, que não encontrou resposta para tamanho assalto à sua baliza. Godwin disparou contra a barra, Jota fez um golo (anulado por posição irregular), mas também proporcionou uma grande defesa a Tabuaço e o Estrela desesperava pelo intervalo. Só que antes disso, Michel fez falta sobre Jota na sua grande área.

    Tamanha oportunidade não foi desperdiçada, tendo Lelo feito o 2-0 em cima do descanso. A tarefa na segunda parte adivinhava-se difícil para o Estrela, que não marcava há três jogos, contra uma equipa que, a jogar em casa, só sofrera seis golos em 15 jogos na II Liga.

    E assim foi. O Casa Pia continuou a atacar e o Estrela não esboçava nenhuma reação.

    Com o jogo na mão, os gansos praticaram um futebol de qualidade. Taira combinava muito bem com o trio da frente e os alas (Lelo e Galo) eram sempre perigosos, tendo ambos feito remates para defesas de altíssimo nível de Tabuaço.

    Ao minuto 59, Jota viu, de novo, um golo seu ser anulado por estar em fora-de-jogo. Por seu lado, o Estrela só deu nas vistas com um remate acrobático de Diogo Pinto, mais vistoso do que eficaz.

    O terceiro golo dos gansos chegaria com naturalidade. Num lance aparentemente inofensivo, André Duarte não dominou a bola, deixando-a à mercê do recém-entrado Sanca, que ficou isolado perante Tabuaço e atirou a contar.

    Até final, Godwin ainda protagonizou uma grande jogada individual que só não terminou em golo devido a (outra) excelente intervenção de Tabuaço.

    O Casa Pia venceu um jogo em que foi claramente superior ao adversário, estando (à condição) no 1º lugar da II Liga. O Estrela manter-se-á no 13º lugar, estando agora sem ganhar há seis jogos consecutivos.

    A FIGURA

    Fonte: Zito Delgado / Bola na Rede

    Zach (Casa Pia AC) – Não só fez o primeiro golo da partida, desbloqueando um período de algum equilíbrio, como também foi muito competente nas suas tarefas, transmitindo uma imagem da solidez defensiva do Casa Pia AC.

    O FORA DE JOGO

    Desconcentração defensiva do CF Estrela da Amadora – Além de termos assistido a vários erros defensivos no decurso da partida, houve também falhas dos defesas em dois dos golos que sofreram: no primeiro, de canto, insucesso na marcação a Zach, e no terceiro, com grande erro de André Duarte. De frisar que se não fosse Gonçalo Tabuaço, a diferença no marcador seria maior.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CASA PIA AC

    O Casa Pia AC voltou a mostrar que é uma equipa com ideias táticas consolidadas e não mudou muito. Organizou-se em 3-4-3 com os dois laterais Lelo e Galo bem abertos nas alas, Taira e Neto lutaram pelo meio-campo, posicionando-se face ao espaço, e os extremos Jota e (principalmente) Godwin procuraram terrenos mais interiores para ajudarem nas combinações ofensivas. No decurso da primeira parte, foram inicialmente superiorizados no meio-campo devido ao maior número de homens que o CF Estrela da Amadora empregou. Relativamente à construção ofensiva, procuraram desequilibrar mais pelas faixas laterais com Godwin em grande plano nos duelos individuais.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ricardo Batista (6)

    Zach (8)

    Vasco Fernandes (7)

    Zolotic (7)

    Leonardo Lelo (7)

    Taira (8)

    Neto (7)

    Galo (7)

    Saviour Godwin (7)

    Antoine (6)

    Jota (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Derick Poloni (6)

    Sanca (7)

    Cuca (6)

    Vitó (-)

    João Vieira (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CF ESTRELA DA AMADORA

    No duelo com o Casa Pia AC, Ricardo Chéu apostou num 3-5-2 com o intuito de ganhar a supremacia pelo meio-campo ao colocar vários homens nesta zona: Mamadou Traoré (mais recuado), Maestro e Xavi com liberdade de movimentação e até Diogo Salomão a descer, por vezes, para zonas mais interiores. Entretanto, Sérgio Conceição e Michel pretendiam dar mais largura nas alas, ajudando no panorama ofensivo.

    Sem bola, o CF Estrela da Amadora alinhou-se num 5-4-1 – isto no primeiro tempo porque na segunda parte foi diferente. O médio Xavi foi substituído em virtude do avançado Fabrício e, por isso, trocaram de dinâmicas táticas para um 3-4-3/3-4-1-2, com Salomão (e depois Diogo Pinto) atrás dos avançados Fabricio e Schutte, e 5-3-2 a defender.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Gonçalo Tabuaço (7)

    André Duarte (5)

    Anthony Correia (5)

    Miguel Lopes (4)

    Michel (6)

    Maestro (7)

    Mamadou Traoré (5)

    Xavi (5)

    Sérgio Conceição (5)

    Schutte (6)

    Salomão (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Fabrício (5)

    Chapi (5)

    Diogo Pinto (5)

    Paulinho (5)

    Afonso Pinto (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Casa Pia AC

    BnR: Na primeira parte, os médios-centro da sua equipa (Neto e Taira) estavam claramente em inferioridade numérica no centro do terreno (nessa zona, o Estrela tinha Mamadou, Xavi, Maestro e Salomão). Como é que procurou contrariar isso, porque, como se viu, essa inferioridade não impediu que o Casa Pia controlasse a maior parte do jogo?

    Filipe Martins: Tentámos com a nossa superioridade na linha de cinco, dividindo espaços. O Maestro caiu muitas vezes ali em zonas cinzentas, mas acho que com comunicação e principalmente ter muita bola, escondemos um bocadinho essas debilidades que poderiam ter aparecido, mas que na minha opinião, não foram muito danosas para a nossa equipa.

    Não mudámos a nossa estrutura, sabemos que muitas das vezes aproveitam aquele espaço para poder fazer desequilíbrios e principalmente quando apanhamos equipas com o meio-campo em superioridade. Foi pena o Neto ter ficado condicionado com o amarelo, porque nunca é igual, mas acho que mesmo assim conseguimos contrariar essa pequena nuance estratégica que o Estrela tentou implementar no jogo.

    CF Estrela da Amadora

    BnR: Partindo de uma dinâmica de 3-5-2, iniciou a partida com uma abordagem tática de ganhar superioridade no meio campo ao instalar vários homens como Traoré, Maestro e Xavi com mais liberdade de movimentos e por vezes Diogo Salomão em terrenos mais interiores. A segunda parte foi completamente distinta a nível tático. Gostava de lhe perguntar o que pretendeu mudar ao intervalo e qual foi a estratégia para a segunda parte?

    Ricardo Chéu: Sim, essa foi a nossa intenção: tentar ganhar superioridade numérica no meio-campo e ter mais bola. Só que a verdade é que fomos completamente anulados por dois jogadores que foram muito mais agressivos do que os nossos quatro. Eram mais quatro do que cinco, porque queríamos que Xavi caísse no corredor e faltou muitas vezes isso.

    O Casa Pia AC acabou por entrar melhor e marcou dois golos de bola parada, depois de transições. Na segunda parte, tentámos atacar mais direto, pressionar mais alto e subir um pouco as linhas, mas não foi fácil com a escassez de jogadores, muitos por castigo.

    Faltou-nos muita coisa, acima de tudo agressividade nos duelos e esta ambição que o Casa Pia apresentou no jogo. Temos de melhorar isso rapidamente e melhorar em casa. Não posso permitir que a equipa se vá arrastar até ao final da temporada e apenas estejamos aqui para cumprir calendário. Temos de ser dignos e sérios, repensar internamente e dar uma alavancagem a esta equipa para começarmos a ser aquela equipa que fomos durante grande período de tempo.

     

    Rescaldo da opinião de Afonso Santos e Diogo Lagos Reis.

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