Como é que isto foi acontecer?

    Pelo menos, há que dar mérito na escolha de substituto, já que Ivo Vieira é outro extremamente competente treinador com provas dadas no futebol nacional. Sendo justo, a equipa melhoraria com a troca, mas a verdade é que o efeito nos resultados se ficou mais pela injeção de moral das primeiras semanas que outra coisa.

    Depois desse início auspicioso, que viu a equipa sair da linha de despromoção, ganhar ao Sporting CP e ir para intervalo a ganhar ao FC Porto (num dos intervalos mais longos da história do campeonato), as coisas voltaram a complicar-se e a incapacidade de derrotar o Feirense no último jogo levou mesmo à condenação a, pelo menos, uma época na Segunda.

    Este último jogo demonstra bem o fracasso da época do Estoril, porque a diferença na qualidade do plantel das duas equipas é abismal, mas foi a com piores recursos que se salvou. Entre a equipa estorilista deste ano não faltavam jogadores de qualidade, vários que estão recorrentemente nas seleções jovens, outros que finda a época já confirmaram que vão para outros voos. As anunciadas contratações de Aílton e Eduardo Teixeira pelo SC Braga são exemplo disso. Como é que jogadores do último classificado são contratados por uma equipa que se intrometeu entre os três grandes (e fez mais 45 pontos que o Estoril!)? Só se forem realmente bons.

    Não foi por falta de qualidade dos jogadores que se ficou em último
    Fonte: GD Estoril Praia SAD

    Ora, então, se há bons treinadores e bons jogadores, qual foi o problema? Em primeiro lugar, é verdade que faltou em muitos jogos atitude. Não sei se houve problemas no balneário ou não, mas durante grande parte da época parecia que faltava algum empenho para todos darem o seu melhor. Ainda assim, os maiores problemas são de fundo.

    A estrutura já estava habituada a mudar de treinador durante a época e a fazer contratações de inverno para melhorar a posição na tabela. Em anos anteriores resultou, neste não. Porque não podia resultar sempre, porque qualquer pessoa percebe que não é filosofia sustentável no longo prazo. 

    Posto isto, resta-nos esperar que a direção encontre o caminho da razão e, já a partir do próximo ano, invista num projeto sério e bem pensado com pernas para durar vários anos e que, o mais cedo possível, o Mágico Estoril esteja a reviver os tempos áureos de Marco Silva e a lutar pela qualificação europeia. 

    Foto de Capa: GD Estoril Praia SAD

    Artigo revisto por: Rita Asseiceiro

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