É mesmo preciso parar um mês?

    30 de setembro, 22h00: terminou aqui o último jogo da jornada que antecede a pausa de quase um mês no campeonato português. Estamos habituados a paragens de duas semanas com jogos de seleção pelo meio, mas esta será, provavelmente, a primeira vez que há um período tão alargado sem jogos da liga, imposta pela realização de eleições legislativas e pelos jogos das seleções.

    Devemos entender que esta interrupção pode ser benéfica de várias formas para alguns clubes, ora porque têm a possibilidade de descanso – algumas equipas vêm de verdadeiras maratonas em termos futebolísticos, com quatro jogos em 15 dias -, ora porque conseguem, desta forma, o tempo necessário para que haja assimilação de novas ideias por parte daqueles clubes que mudaram recentemente de treinador.

    No caso do Sporting CP, o treinador Silas assumiu o comando da equipa apenas três dias antes do último jogo para o campeonato frente ao CD Aves, pelo que esta pausa será decisiva para que a equipa de Alvalade se transfigure e reverta o mau momento na liga, em que contabilizou apenas uma vitória nos últimos quatro jogos.

    Para tal, os jogos que se avizinham na Liga Europa e na Taça de Portugal podem ser cruciais para testar novos conceitos e retificar o que for necessário. Não que estes jogos não sejam importantes e merecedores da maior concentração por parte da equipa, mas afiguram-se como determinantes para a consolidação de processos.

    Por outro lado, temos a questão da possível perda de competitividade por alguns emblemas. Aqueles já eliminados da Taça da Liga, como o Boavista FC, Moreirense FC e FC Famalicão, por exemplo, terão neste espaço de um mês apenas um jogo, para a Taça de Portugal. Para este último, note-se ainda a eventual quebra do bom momento que atravessa na liga portuguesa, com uns inéditos 19 pontos em sete jogos e o primeiro lugar isolado na tabela classificativa.

    Carlos Carvalhal foi um dos treinadores que criticou o calendário do campeonato
    Fonte: Rio Ave FC

    Vários treinadores criticaram já esta escolha de calendário. João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, classificou esta paragem como “um exagero”, já o treinador do Rio Ave FC, Carlos Carvalhal, considerou que “esta pausa tem dois aspetos negativos: o primeiro é a perda de competitividade, o segundo é haver demasiado rescaldo dos jogos”. Também o SL Benfica, através da sua newsletter, apelou à revisão urgente do calendário.

    Visto numa perspetiva de aficionada do futebol, temos de ter em conta o impacto nos adeptos. O futebol tem, por definição, a capacidade de juntar pessoas que muitas vezes nem se conhecem à volta dele, seja numa ida ao estádio ou em frente à televisão. Os dias dos jogos são esperados com um nervoso miudinho, como se houvesse algo que nos falta e que não sabemos muito bem o que é, mas que vemos respondido com o apito inicial do árbitro.

    Claro que durante esta interrupção terão lugar outros jogos, tanto de competições internas como europeias. Mas, na verdade, o campeonato é aquele que normalmente agarra os adeptos e que traz mais emoções à flor da pele.

    Assim, resta-nos aguardar de forma angustiada o final do mês e com ele o desejado regresso da Primeira Liga. Até lá, ficamos com as taças e com as seleções.

    Foto de Capa: Seleções de Portugal

    Artigo revisto por Diogo Teixeira

     

     

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    Diana Oliveira
    Diana Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
    A Diana é licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Porto e, desde cedo, que a escrita faz parte de si. Poder conjugá-la com o futebol, outra das suas paixões, é a cereja no topo do bolo. A Diana escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.