A CRÓNICA: ATÉ AO LAVAR DOS CESTOS É VINDIMA E A REVIRAVOLTA NÃO SE CONSOMOU
Numa luta entre clubes que anseiam pela manutenção na Segunda Liga, o Leixões SC recebeu, no Estádio do Mar, o Académico de Viseu FC. Este seria um duelo marcado, principalmente, pela vontade de vencer de ambas as equipas, dadas as posições ocupadas na tabela. O Leixões SC estava marcado pela necessidade de vencer para tornar a sua caminhada e manutenção mais tranquila, enquanto o Académico Viseu se encontrava, à data, na linha vermelha dos clubes da Segunda Liga.
Das entradas em campo, a que ficou verdadeiramente marcada foi a do Leixões SC. Os matosinhenses mostraram-se bastantes aguerridos nas transições ofensivas, tendo sido a equipa com mais vontade em chegar à área adversária.
A primeira parte ficou vivamente marcada pela quantidade de vezes que a equipa de José Mota criou perigo para a baliza de Ricardo Fernandes. Uma das ocasiões mais flagrantes foi aos 33 minutos, quando Avto conseguiu deixar o defesa para trás e passou a Sapara, que, colocado na zona central da área, se oposição, rematou sem qualquer tipo de oposição, mas não conseguiu concretizar a jogada. Foi uma brilhante oportunidade criada por Avto que acabou desperdiçada por Sapara.
Cinco minutos depois de o Leixões ter tido a ocasião para inaugurar o marcador, foi pedida a marcação de uma grande penalidade, após o defesa do Académico Viseu cortar a bola no centro da área, com eventual toque no braço, mas o árbitro Artur Soares Dias mandou seguir a jogada.
A grande oportunidade de golo do Académico Viseu, algo contra o rumo do jogo, dada a alavancagem do Leixões SC, ocorreu no seguimento de canto. O capitão Pica conseguiu cabecear e a bola tirou mesmo tinta ao poste da baliza da Stefanovic, naquele que foi um dos últimos lances da primeira parte.
Era notória a necessidade do intervalo, principalmente para a equipa visitante. O técnico Paulo Cadete transpareceu, durante a primeira parte, algum desagrado com o posicionamento defensivo da sua equipa, que necessitava urgentemente de uma reposição e de uma nova estratégia.
A segunda parte começou da mesma forma que a primeira se desenrolou, com um Leixões bastante ofensivo. E foram precisos apenas sete minutos para a turma de Matosinhos inaugurar o marcador, com aquele vendaval ofensivo. Sapara, aos 53 minutos, conseguiu redimir-se do lance da primeira metade e consagrou da melhor forma a exibição que estava a fazer, sendo um dos homens mais importantes na construção de jogo do Leixões.
O espelho permaneceu, tal como a capacidade ofensiva do Leixões. Com um Académico Viseu a jogar no erro das transições da equipa adversária, as oportunidades criadas pelos forasteiros foram diminutas, mas com algum critério.
Esse critério e a procura do evidente erro deram lugar à marcação de uma grande penalidade favorável aos visitantes aos 75 minutos. Paul Ayongo não quis deixar passar a oportunidade e bateu com frieza para o golo que determinaria a igualdade no marcador.
Após o empate, foi o Académico Viseu a mostrar o quanto queria concretizar a reviravolta, a ponto de João Vasco rematar “do meio da rua” e conseguir fazer com que a bola batesse com estrondo no poste direito da baliza de Stefanovic. Faltavam apenas dez minutos para o final do tempo regulamentar e as duas equipas mostravam.se bem vivas na busca pelo resultado, ao contrário do que foi visível ao longo do encontro.
Mas a busca pela reviravolta do Académico Viseu teve um ponto final. Já para lá dos 90 minutos, Artur Soares Dias apontou para a marcação de grande penalidade, após a bola ter batido no braço de Yuri Araújo, num duelo com Nenê. O avançado do Leixões bateu o penalidade, que foi defendido por Ricardo Fernandes, mas, na recarga, Paulo Machado não perdoou e fechou o resultado num 2-1.
A FIGURA
Golo! Goal!
53 minutos.
Leixões SC 1-0 Ac. Viseu
#ArmadaDoMar #LSCAVFC
Publicado por Leixões SC – Futebol, SAD em Domingo, 28 de fevereiro de 2021
Sapara – Se o Leixões conseguiu arrecadar os três pontos no Estádio do Mar foi, também, devido à exibição e influência de Sapara no encontro. Apesar de substituído aos 67 minutos, o homem da equipa de Matosinhos fez o que podia e o que não podia. Toda a construção de jogo passou por ele e também esteve num grande dia a nível defensivo, quando chamado à ação.
O FORA DE JOGO
#LSCxAVFC
⚽️ FIM DA PARTIDA
Leixões SC 2-1 Académico de Viseu FC
#TerrasdeViriato #AVFC #Viriato
Publicado por Académico de Viseu Futebol Clube em Domingo, 28 de fevereiro de 2021
Posicionamento defensivo do Académico Viseu na 1.ª parte – O Académico Viseu mostrou-se algo frágil a nível do posicionamento defensivo, principalmente na primeira parte. O erro podia ter sido crasso, caso o Leixões tivesse mais critério no último terço.
ANÁLISE TÁTICA – LEIXÕES SC
Stefanovic voltou a assumir a guarida da baliza do Leixões. A linha defensiva montada por José Mota foi composta por quatro defesas, mas com algumas alterações tanto no setor, como a nível tático nos restantes espaços do terreno. Diogo Gomes e o relançado Brendon assumiram a zona central da defesa, enquanto Seck e Lucas Lopes voltaram às linhas laterais.
Num sistema de 4-4-2, ao contrário do 4-3-3 habitual, o meio-campo foi tomado por Nduwarugira e Rodrigo. Avto e Sapara atuaram como extremos e Belkheir assumiu a posição de ponta de lança titular, a par de Joca Samuel que se apresentou bastante subido no terreno.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Stefanovic (6)
Seck (6)
Brendon (6)
Diogo Gomes (6)
Lucas Lopes (6)
Avto (6)
Cristophe Nduwarugira (6)
Rodrigo (6)
Sapara (7)
Joca Samuel (6)
Belkheir (6)
SUBS UTILIZADOS
Kiki (6)
Bruno Monteiro (6)
Nenê (5)
Paulo Machado (7)
Papalele (6)
ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICO VISEU FC
André Oliveira montou um 4-4-2, com Pica e Mathaus na zona central da defesa e as laterais ocupadas por Mesquita e Joel.
O meio-campo foi composto por Diogo Santos e Zimbabwe, com João Vasco e Luisinho subidos no terreno para dar apoio aos homens mais avançados no terreno. Fernando Ferreira e Paul Ayongo foram os pontas de lança do Académico Viseu.
Foram notadas algumas debilidades a nível defensivo por parte da equipa, que o técnico tentou colmatar logo após ter sofrido golo à entrada para a segunda parte, com as entradas de Paná e Yuri Araújo.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Ricardo Fernandes (5)
Mesquita (6)
Pica (6)
Mathaus (6)
Joel (5)
João Vasco (6)
Diogo Santos (6)
Zimbabwe (5)
Luisinho (5)
Fernando Ferreira (5)
Paul Ayongo (6)
SUBS UTILIZADOS
Yuri Araújo (6)
Paná (6)
Carter (6)
André Carvalhas (6)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Leixões SC
BnR: Peço-lhe uma análise àquilo que foi o jogo e, perante a exibição do Leixões, pergunto se o resultado podia ter sido mais avolumado?
José Mota: Nós estivemos bem. O adversário era experiente e com jogadores co um grande traquejo de Segunda Liga. Na primeira parte estivemos por cima, o Académico não teve rigor ofensivo e limitou-se a travar as transições ofensivas do Leixões. Tivemos duas ou três grandes oportunidades de golo que não conseguimos aproveitar. Na segunda parte, chegámos ao golo. Depois, como quem não marca sofre, o Académico teve uma reação normal ao golo sofrido e marcou. Não importa como, sofremos golo. Depois disso, conseguimos dar a volta e conseguimos a vitória. O futebol é isto. Hoje dou os parabéns aos meus jogadores, porque mostraram alma.
Académico Viseu FC
BnR: A sua equipa apresentou algumas debilidades a nível defensivo, principalmente, na primeira parte e foi notório o desagrado com esse fator. Na segunda parte foi visível o rigor ofensivo por parte da equipa e um melhor posicionamento defensivo. Acha que o resultado podia ter sido outro?
Paulo Cadete: Tem razão na sua observação. É triste chegar àquele balneário e ver os jogadores cabisbaixos. Não merecíamos por aquilo que fizemos. Conseguimos controlar muitas vezes o Leixões. Estivemos por cima e, a haver um vencedor justo, seria o Académico.