Moreirense FC | A vontade faz acontecer História

A competitividade na Segunda Liga Portuguesa é algo comum. Várias vezes, as equipas estão apenas a alguns pontos de descer ou subir rapidamente na tabela classificativa. As nove vitórias e um empate, do Moreirense FC, em dez jogos disputados, exemplifica como tem sido a fase inicial da temporada em Moreira de Cónegos. O coletivo do treinador Paulo Alves até já realizou História. O Moreirense bateu o recorde de pontos da Segunda Liga à nona jornada, ultrapassando o Varzim SC (2000/2001) e o Portimonense SC (2016/2017), fazendo 25 pontos, mais dois que o antigo recorde. É de assinalar que, em ambas as ocasiões, os antigos detentores do recorde subiram de divisão no final da temporada.

Os “Homens de Moreira de Cónegos” estão inclinados para a subida e vão bastante rápido. Quase tão rápido como a forma com que fazem golos.  O Moreirense possui o melhor ataque da Segunda Liga, marcando uns impressionantes 26 golos em 10 jogos. Mais cinco golos que o segundo lugar da lista dos clubes mais marcadores: o SC Farense. A supremacia do Moreirense ofensivamente divide-se por toda a equipa, demonstrando o entrosamento entre os Homens de Paulo Alves. Vários jogadores conseguem colocar o seu nome na lista de marcadores. Os dois jogadores que mais vezes assinaram essa lista, ambos com quatro golos, foram os dois extremos da equipa, o sul-africano Kobamelo Kodisang e o brasileiro Walterson Silva.

A equipa de Moreira de Cónegos gosta especialmente de se arrumar num 4-3-3 de grande capacidade ofensiva, onde tanto os laterais como os extremos têm o trabalho de dinamizar a manobra ofensiva do esquadrão. Destaca-se Kodisang como principal objeto de perigo do tridente de ataque de Paulo Alves. O jovem de 23 anos emprestado pelo SC de Braga, para além dos quatro golos apontados, soma ainda três assistências e várias exibições de luxo na segunda liga portuguesa.

Defensivamente, Paulo Alves, também tem uma equipa muito bem preparada. Apesar de ser apenas o terceiro lugar na lista das melhores defesas do campeonato, com 9 golos sofridos, atrás do FC Porto ‘B’ (5 golos) e do CD Feirense (8 golos). Dividem ainda o terceiro lugar com o FC Penafiel e o Leixões SC. A escolha tem recaído principalmente no quarteto defensivo de David Bruno e Godfried Frimpong como laterais e de Hugo Gomes e Luís Rocha como centrais. Na baliza tem dominado Kewin Silva. A solidez defensiva e o disparo rápido para o ataque, principalmente pelas alas, define bastante esta defesa.

A equipa do técnico português fica ainda bastante definida pela sua identidade e mentalidade em campo. No último jogo da competição, contra o Farense, o terceiro classificado (com um jogo a menos que o segundo classificado), o Moreirense esteve por duas vezes em desvantagem no jogo, mas acabou por dar uma grande alegria aos seus adeptos. A primeira parte terminou empatada a uma bola e aos 79 minutos o Farense coloca-se em vantagem pela segunda vez no jogo. O Moreirense faz o golo do empate aos 88 minutos e dá a volta ao resultado aos 90+3, por Platiny, que tinha entrado após o segundo golo do Farense. Momentos destes, em que o futebol alcança o seu êxtase mais puro, são muitas vezes os primeiros sorrisos de um sucesso à vista.

De facto, o trabalho realizado por Paulo Alves e pelos seus jogadores merece ser reconhecido. Na sua primeira temporada como treinador principal em Moreira de Cónegos e com uma árdua missão na Segunda Liga, o treinador foi capaz de trabalhar uma reformulação do plantel. Tarefa de qualquer equipa que desce de divisão. Montou um esquadrão à sua visão, com várias caras novas e incutiu uma mentalidade vencedora no futebol dos “Homens de Moreira de Cónegos”, os resultados são naturais.

É inegável afirmar que o Moreirense já é o principal candidato à subida para a primeira divisão, e quem sabe, talvez, candidato a colocar mais um título nos seus palmarés. Será a terceira taça de campeão da segunda divisão para o Moreirense. Após um fim de temporada, na última época, até um pouco ingrato, em que perdeu o Play-off de manutenção da primeira divisão para o terceiro classificado da segunda, o GD Chaves, o Moreirense procura retornar o mais rápido possível ao mais alto voo do futebol em Portugal.  As sete temporadas seguidas que a equipa se manteve na primeira divisão (entre 2015 e 2022) afirmam que a segunda divisão talvez seja pouco para este Moreirense. O mesmo dizem o sexto lugar na temporada 2018/2019 e Taça da Liga conquistada em 2016/2017.

 

Artigo da opinião de Emanuel Sebastião.

Redação BnR
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