Quo vadis Nacional? ou: A Lei de Murphy não é só um clichê

    A análise

    A todos os níveis atípica, a temporada da formação insular revelou um grupo desnorteado e sem organização. Uma defesa permeável e fértil em erros e descoordenações, principalmente dos centrais César, Tobias e Rui Correia, que muitas vezes comprometeram os guarda-redes, primeiro Rui Silva e depois Adriano, que acabaram por ser os menos culpados. Faltam até adjetivos para elogiar as atuações do brasileiro de 34 anos, um dos mais injustiçados pela conclusão de campeonato da sua equipa. Do meio-campo para a frente, o cenário não era mais animador. Jogadores como Tiago Rodrigues, Willyan e Salvador Agra estiveram muito abaixo do que sabem e do que já haviam mostrado anteriormente. No setor intermédio, só com a chegada de Filipe Gonçalves pareceu a equipa ganhar um patrão e organizador. O experiente médio destacou-se como uma das boas contratações da formação nacionalista e, apesar das suas principais tarefas serem maioritariamente defensivas, não se coibiu de ditar o ritmo e criar linhas de passe, fazendo uso de uma visão de jogo apurada. O jovem egípcio Zizo, também ele contratado na reabertura do mercado, deixou algumas boas indicações e certamente teria beneficiado de melhores companheiros.

    Adriano foi um dos poucos destaques positivos de uma época terrível para os insulares  Fonte: Adriano Facchini/Facebook
    Adriano foi um dos poucos destaques positivos de uma época terrível para os insulares
    Fonte: Adriano Facchini/Facebook

    Na frente, os avançados eram frequentemente mal servidos, mas também muito perdulários na hora de aproveitar as oportunidades de que dispunham. Hamzaoui começou prometedor, mas um traumatismo craniano em Chaves obrigou-o a uma paragem de algumas semanas. O argelino nunca recuperou a veia finalizadora que demonstrou no início do campeonato, atravessando uma seca de vários meses antes de voltar a marcar. Companheiro de setor, o venezuelano Fernando Aristeguieta, recrutado ao Nantes em janeiro, também começou por mostrar bons pormenores, mas foi desaparecendo à medida que as jornadas avançavam, terminando muito abaixo das expectativas. No geral a equipa mostrou-se desunida, sem conseguir ligar as fases do jogo durante boa parte da temporada, até chegar João de Deus, mas os bloqueios mentais, a incapacidade de reação nos momentos difíceis e a ineficácia ofensiva persistiram até ao fim. O Nacional foi a equipa que mais golos sofreu e a que menos marcou e em todo o campeonato somou apenas quatro vitórias, terminando como lanterna-vermelha com 21 pontos, menos 11 que o penúltimo, o Arouca.

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    Marco António Milho
    Marco António Milhohttp://www.bolanarede.pt
    Nascido no Funchal, licenciou-se em Ciências da Comunicação, antes de passar pela redação do Diário de Notícias da Madeira. Dividido entre a rádio e a escrita, é amante incorrigível do jornalismo, do cinema, da história e do desporto em geral, onde o futebol e o basquetebol ocupam o lugar de destaque.                                                                                                                                                 O Marco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.