Segunda Liga: uma “escola” de treinadores

Começando pelo treinador campeão nacional, Rui Vitória, que se transferiu para o FC Paços de Ferreira em 2010, após ter promovido o CD Fátima aos escalões profissionais pela primeira vez na história do clube. Passando pelos treinadores que estão no estrangeiro, Leonardo Jardim começou a notabilizar-se ao ser campeão da Segunda Liga pelo CD Beira-Mar em 2009/2010. Marco Silva iniciou a sua ascensão meteórica ao ser campeão da Segunda Liga pelo Estoril-Praia. Paulo Fonseca deu o salto para a Primeira Liga após levar o CD Aves ao terceiro lugar na segunda divisão e aos quartos-de-final da Taça de Portugal. Vítor Pereira quase levou o CD Santa Clara de volta à primeira divisão antes de se transferir para o FC Porto. Depois, Miguel Leal subiu o FC Penafiel de divisão antes de assentar o Moreirense FC na primeira divisão e agora estar a tornar o Boavista FC numa das revelações deste campeonato.

No futebol português, esta época tem sido marcada pelas muitas chicotadas psicológicas e isso também serviu para lançar mais treinadores para a Primeira Liga. No início da época, havia mais três treinadores estreantes: Nuno Capucho no Rio Ave FC, Carlos Pinto no FC Paços de Ferreira e Pepa no Moreirense FC. Mas as experiências destes não correram da melhor forma, sendo que ainda procuram conquistar o seu espaço. Aqueles que foram lançados já no decorrer desta época têm sido mais bem sucedidos.

Daniel Ramos, o técnico que levou o CD Famalicão de regresso aos escalões profissionais, tem sido um dos “treinadores sensação” desta época. Após levar o CD Santa Clara a realizar um início de época notável, foi o escolhido pelo presidente do CS Marítimo para substituir o “erro de casting”, Paulo César Gusmão. Chegou ao clube madeirense quando este ocupava a última posição da tabela classificativa com 4 derrotas em 5 jogos, colocando-o, actualmente, no sexto lugar, com a terceira melhor defesa do campeonato.

O Rio Ave tem praticado um futebol positivo
O Rio Ave tem praticado um futebol positivo
Fonte: Rio Ave FC

Luís Castro relançou a sua carreira na Primeira Liga no Rio Ave FC. O técnico transmontano já tinha orientado a equipa do FC Penafiel na primeira divisão entre 2004 e 2006, mas depois de ter sido o coordenador da formação do FC Porto e de fazer um excelente trabalho na equipa B azul e branca, tornou-se num treinador de cara lavada. Tornou-se num treinador que gosta de bom futebol e que tem aplicado tudo aquilo que aprendeu no Rio Ave FC, embora o clube vila-condense ainda revele algum défice na finalização, défice esse que deixa o clube uns lugares mais abaixo do que merece.

Ricardo Soares é um caso inédito no futebol português. Há cinco anos treinava nos distritais da AF Porto. E, nesta mesma época, estreou-se nos escalões profissionais após ser vice-campeão do Campeonato de Portugal Prio ao serviço do FC Vizela. Entretanto, seria o treinador escolhido para substituir Jorge Simão no CD Chaves, onde tem dado seguimento à grande época realizada pela equipa flaviense, apesar da perda de vários jogadores titulares no mercado de Inverno.

Com estes exemplos de treinadores a serem lançados na primeira divisão a meio da época, pode-se dizer que a segunda divisão está a afirmar-se cada vez mais no que diz respeito à revelação e desenvolvimento de treinadores. Mas este estatuto também traz aspectos negativos. É que, com estes treinadores lançados na primeira liga a meio da época, fora as outras chicotadas psicológicas ocorridas na Segunda Liga, faz com que não seja possível os clubes da Segunda Liga estabeleceram planos a curto, médio e longo prazo.

E, de certa forma, a competitividade da Segunda Liga também provém daí, porque sem um projecto sólido e estável, um clube que numa época lutou para subir de divisão, na época seguinte pode lutar para não descer, como está a acontecer, por exemplo, com o SC Freamunde. Outro exemplo de um clube com dificuldades em estabilizar um projeto, é o CD Santa Clara, que teve três treinadores diferentes na época passada e, nesta época, já vai no quarto, situação que leva muita gente a defender a existência de um regulamento que limite o número de treinadores por época, no mesmo clube.

Seja como for, creio que a actual Liga Ledman Pro tem vindo a ganhar um estatuto de “viveiro” de treinadores e, a partir daqui, podem muito bem vir a surgir mais treinadores que darão cartas em Portugal e na Europa.

Foto de Capa: GD Chaves

Artigo revisto por: Diana Martins

Tiago Serrano
Tiago Serranohttp://www.bolanarede.pt
O Tiago é um jovem natural de Montemor-o-Novo, de uma região onde o futebol tem pouca visibilidade. Desde que se lembra é adepto fervoroso do Sport Lisboa e Benfica, mas também aprecia e acompanha o futebol em geral. Gosta muito de escrever sobre futebol e por isso decidiu abraçar este projeto, com o intuito de crescer a nível profissional e pessoal.

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