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13 de maio, 2018 – acompanhei quase todos os jogos do Estoril Praia em casa nessa época, que foi dificílima. Na última jornada, visita ao também aflito Feirense. O Mágico precisava de ganhar para se manter.
O clube organizou viagens de autocarro para Santa Maria da Feira, mas eu, o meu primo Ricardo e o nosso amigo João decidimos ir por conta própria, para não andarmos presos por horários, etc. (SPOILER ALERT: foi uma péssima ideia).
Arrancamos a partir de minha casa em Carcavelos, num Mercedes de 89, era um antigo taxi. Devia ter quilómetros suficientes para ir à Lua e voltar umas quantas vezes.
Estamos na A1 e eu, no banco de trás, começo a ver algum fumo dentro do carro, um cheiro esquisito e alerto a malta. Paramos na área de serviço de Leiria. O tubo que faz a ligação do depósito de combustível para o motor tinha uma fuga. Percebemos que não podíamos ir muito além dos 90/100km/h e que metade do combustível era para consumir e a outra metade ficava pelo caminho.
Bom, eis que chegamos a Santa Maria da Feira, estava um festão. Primeira preocupação: deixar o carro estacionado numa descida para qualquer eventualidade. Conseguimos e fomos para o restaurante do estádio. Ainda não tínhamos comido nada e lá fomos.
Entramos no Marcolino de Castro (cheio), mas a nossa bancada era a mais bonita e mais em festa. Os 90 minutos passaram, futebol pobre, poucas oportunidades, zero a zero, Estoril na segunda.
Muitas lágrimas, na bancada e no relvado. Saímos do estádio, fomos para o portão dar um aplauso à saída do autocarro e seguimos para a nossa viatura.
A tristeza da descida e do jogo varreu-nos da memória aventura que foi a viagem da manhã. Já de noite arrancamos com o carro na reserva e com muitas dúvidas sobre a capacidade de chegar inteiro a Carcavelos. A verdade é que alguns 60€ de gasóleo e mais de quatro horas de viagem depois chegamos a casa. Num percurso que se faz tranquilamente em duas horas e meia.
O Estoril pode estar prestes a regressar à Primeira Liga e eu quero muito poder fazer uma deslocação, mas desta vez num carro capaz! E, claro, como é unânime entre toda a gente, ver jogos da primeira na Amoreira, que é dos estádios mais bonitos e que melhor sabe receber neste país.
Apoio dois clubes em Portugal: Atei FC que é o clube da terra dos meus pais na Divisão de Honra de Vila Real e o Estoril Praia porque é a única equipa do meu concelho em campeonatos profissionais. Força, Mágico!
Artigo de opinião de João Pedro Rodrigues,
jornalista TVI