A dança dos cacifos

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    Por detrás de uma transferência e consequente apresentação oficial com o cachecol e a nova camisola, há inúmeros contactos prévios entre aqueles que aparecem na fotografia para a posteridade, assim como muitos entre os envolvidos que fazem parte dessa movimentação.

    Quando se fecha a janela de transferências, termina a corrente de ar entre o balneário dos jogadores, a equipa técnica e os escritórios dos responsáveis dos clubes cujas decisões diariamente afectam o processo de treino, pois, da mesma forma que os jogos começam bem antes do apito inicial e terminam para lá do trancar das portas do estádio, tudo influencia o quotidiano de uma equipa de futebol.

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    O efeito dominó do entra-e-sai de atletas que tanto empolga mediaticamente tem efeitos opostos de interesse, pois os treinadores pretendem o mais rapidamente começar a implementar as suas ideias de jogo e treino com a tranquilidade de saberem que ninguém abandona o seu cacifo. Assumem o compromisso de corpo e alma sem estarem permanentemente com o desejo de se transferir e, dessa forma, nem sempre colocarem o pé nos duelos, além de terem a atitude mental desejada que não se pode medir, nem pesar, mas é bem evidente nos 90 minutos de competição.

    São comissões que causam comichões, pois o custo zero por vezes é muito dispendioso; como afirmou Scolari, “jogador ruim é que é caro”. Naturalmente que, fora uma percentagem mínima de clubes a nível mundial, os demais estão “obrigados” a vender para (sobre)viver e assim há pouca vontade de encerrar o período de transferências antes do início das respectivas competições, pois além de maquilhar alguns erros da composição inicial do plantel e lesões seriam as únicas excepções, com foco nos guarda-redes, pois não há adaptação possível, no terreno muitos beneficiariam dessa alteração, mas outros valores se levantam.

    Fonte: Sebastião Rôxo / Bola na Rede

    Apesar de a qualidade acelerar adaptação, treinar, rotinar e olear as transições para jogar, para vencer, são tarefas árdua para qualquer treinador, seja qual for a divisão, e daí a grande maioria procurar jogadores com quem já trabalhou, sem esquecer que, mais do que os vídeos, o cartão de visita dos atletas é muito aquilo que os ex-colegas e treinadores falam deles, para além das capacidades técnicas e tácticas.

    É importante manter presente, porém, que o perfil de contratação além do scouting pode (e deve) ser feito em função do projecto a curto, médio e longo prazo pelos clubes, algo que por vezes nem no papel existe. O reforço, por muita qualidade que tenha, pode nem sempre ser benéfico com a instabilidade que pode trazer, ao nível da titularidade, dos minutos e da influência, desaguando sempre no momento das convocatórias.

    Todo este processo mexe (e de que maneira!) com o balneário, pois o futebol é feito e jogado por seres humanos e não por craques de consola, seres humanos esses que têm famílias cuja mudança de país implica alterações que influenciam o rendimento de qualquer atleta. Tal como todos os que os rodeiam diariamente, desde amigos a agentes, e por tudo isto que mencionei, aquele que na teoria seria ou é uma mais valia, no final, mais valia não ter vindo.

    Artigo de opinião de Óscar Botelho,
    comentador de futebol


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    Óscar Botelho
    Óscar Botelhohttp://www.bolanarede.pt
    O Óscar é comentador de futebol e membro da Tribuna VIP do Bola na Rede.