Académica OAF 3-0 UD Oliveirense: Bouldini não perdoa e a “lei do ex” também não

     A CRÓNICA: SEM PÚBLICO, SEM PROBLEMA PARA A ACADÉMICA

    O que era para ser não foi. O jogo era para receber público nas bancadas, mas o mesmo acabou por não acontecer. Ainda assim, no impecável relvado do Estádio Cidade de Coimbra, o jogo foi quentinho. A Académica OAF entrou para o campeonato com objetivos humildes e realistas, mas a verdade é que tem vindo em crescendo e não larga os lugares cimeiros. Se isto continuar assim vão ter que os deixar sonhar. A UD Oliveirense, por sua vez, revela alguma inconsistência ao nível dos resultados na Segunda Liga, ainda assim, o bom futebol praticado pela equipa vai causar problemas a muito boa gente. No entanto, Bouldini e Fabinho não estiveram para brincadeiras e fizeram a vida negra à sua antiga equipa.

    O jogo começou a um ritmo alucinante, com agressividade e demonstrações de bom futebol de ambos os conjuntos. A Oliveirense apresentou-se com muita audácia e ligada à corrente. No entanto, a dinâmica ofensiva da Briosa foi capaz de descobrir situações perigosas em que a equipa da casa esteve perto de fazer golo. Primeiro, Traquina atirou ao poste e, logo de seguida, Bouldini, isolado por Fabinho falhou no frente a frente com Coelho. Estava dado o mote para o que aconteceria aos 17 minutos. Novamente Fabinho a isolar Bouldini, após uma perda de bola infantil de Filipe Gonçalves, e, desta vez, o marroquino não perdoou. A “lei do ex” não falha, estava feito o 1-0.

    A Oliveirense não ficou a ver jogar e manteve a mesma atitude com que entrou e quase chegava ao empate com um remate espontâneo de Leo Bahia que esbarrou no poste. Aos 36 minutos, tudo se complicou quando, num lance desnecessário, Thalis agarrou Traquina e viu o segundo amarelo e consequente vermelho. Como um mal nunca vem só, logo a seguir, Coelho fez falta para penálti sobre Bouldini e Fabinho converteu o castigo máximo. Outro ex-Oliveirense a fazer estragos.

    Na segunda parte, o jogou ficou mais morno, com as duas equipas a pagarem cara a intensidade que impuseram no primeiro tempo. Ainda houve tempo para Fabiano coroar uma bela exibição individual com o golo e estabelecer o 3-0.

    Com todas as cautelas que um campeonato tão traiçoeiro como este exigem, o certo é que esta Académica entusiasma e pode pensar em grande. Para já, não descola da frente da classificação.

    A FIGURA

    Bouldini – já começa a merecer a alcunha de “Goldini”. Avançou para o seu quarto golo na temporada e bateu-se muito bem entre os centrais adversários. Conseguiu ainda ganhar uma grande penalidade que deixou o jogo mais tranquilo para os estudantes.

     

    O FORA DE JOGO

    Thalis – está referenciado como um dos melhores jogadores da equipa de Oliveira de Azeméis. Dentro de campo, não conseguiu ser influente, apenas imprudente. Aos 39 minutos ficou literalmente fora de jogo.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICA OAF

    A Académica não mudou nada relativamente ao que tem apresentado nos últimos jogos. O quarteto defensivo foi formado por Fabiano, Rafael Vieira, Silvério e Bruno Teles. À frente do setor defensivo, a forte dupla Ricardo Dias/Guima, sendo que este último teve mais liberdade de desdobramento, fazendo muitos movimentos de rotura pela direita. À frente destes dois, Fabinho com maior liberdade criativa. No ataque, João Mário sobre a esquerda e Traquina sobre a direita foram os homens mais próximos no apoio a Bouldini.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Mika (6)

    Fabiano (7)

    Rafael Vieira (6)

    Silvério (6)

    Bruno Teles (6)

    Ricardo Dias (6)

    Guima (6)

    Fabinho (6)

    Traquina (6)

    João Mário (6)

    Bouldini (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Chaby (4)

    Leandro Sanca (5)

    Mimito (4)

    Dani Costa (-)

    Pedro Pinto (-)

    ANÁLISE TÁTICA – UD OLIVEIRENSE

    A Oliveirense alinhou num 4-3-3 clássico que encaixava no 4-2-3-1 da Académica. Israel na direita, Leo Bahia na esquerda e Pedro Machado e Raniel no eixo. Filipe Gonçalves foi o médio mais recuado que funcionou como o mecânico que suja as mãos a montar o carro para que os seus companheiros de setor, Luiz Henrique e Michel, o pudessem pôr a andar. Pelas alas, Thalis e Miguel Lima, a procurarem servir Jorge como avançado de referência. Thalis e Miguel Lima aproximaram-se sempre muito de Jorge no momento ofensivo, tentando criar situações de três para quatro na sua zona de ataque, enquanto Michel e Luiz Henrique fixavam os médios mais recuados da Académica, impedindo-os de ajudarem muito o seu setor defensivo.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Coelho (5)

    Israel (4)

    Pedro Machado (4)

    Raniel (5)

    Leo Bahia (6)

    Filipe Gonçalves (4)

    Michel Lima (4)

    Luiz Henrique (6)

    Miguel Lima (5)

    Thalis Henrique (4)

    Jorge Teixeira (4)

    SUBS UTILIZADOS

    António Gomes (-)

    Pedro Bortoluzo (3)

    Dionathã (3)

    Ricardo Tavares (3)

    Oliveira (3)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Académica OAF

    Bola na Rede: Na antevisão, destacou a qualidade ofensiva da Oliveirense, mas hoje eles não conseguiram marcar. Qual foi a estratégia para anular o ataque do adversário?

    Rui Borges: A estratégia passa por ser Académica. Queremos sempre pressionar a construção do adversário. Se houver um jogador que falhe nesse momento é fatal, mas fizemo-lo bem.  Eles conseguiram sair uma ou outra vez, pela qualidade que têm, mas mesmo aí reagimos bem. A nossa linha defensiva, e mesmo os dois médios, o Dias e o Guima, estiveram muito bem.

    UD Oliveirense

    BnR: A Oliveirense, mesmo a perder, nunca abdicou de sair a jogar nem de ter bola. Não ganhou este jogo, mas acredita que ganhará outros assim?

    Pedro Miguel: Gostamos de ter bola. Com dez ficou mais difícil, mas treinamos para ter a bola, não faz sentido chegarmos ao jogo e não a queremos ter. Lógico que com menos um, quer a atacar, quer a defender, tudo ficou mais difícil, mas não abdicamos dessa ideia.

     

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Francisco Grácio Martins
    Francisco Grácio Martinshttp://www.bolanarede.pt
    Em criança, recreava-se com a bola nos pés. Hoje, escreve sobre quem realmente faz magia com ela. Detém um incessante gosto por ouvir os protagonistas e uma grande curiosidade pelas histórias que contam. É licenciado em Jornalismo e Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e frequenta o Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social.