Na página oficial de Facebook do Campeonato de Portugal (CP), podemos encontrar a seguinte descrição: “Campeonato das Oportunidades”. Não poderia estar mais de acordo. Cada vez mais, as equipas profissionais dão maior importância a este Campeonato e estendem as suas redes de observação ao largo de todo o território nacional. Talvez por fruto de uma menor capacidade de investimento, estas equipas acabam por apostar em jogadores de divisões inferiores. Mas será que isto significa que partem em desvantagem em relação às outras equipas que preferencialmente investem noutros mercados? Pegando em dois exemplos claros, destaco o Vitória Futebol Clube e o Leixões Sport Clube como dois dos clubes que mais apostam na observação de jogadores das ditas divisões inferiores.
Os sadinos serão, talvez, das equipas no principal campeonato que mais importância dão à contratação destes jogadores, colocando-os directamente no seu plantel principal, sem entrar no carrossel de empréstimos que é por vezes tão frequente nas equipas primodivisionárias. De há três épocas para cá, foram já vários os jogadores trazidos do CP: Ruca (ex-CD Mafra, actualmente no CD Tondela), Costinha (ex-Lusitano FCV), Vasco Costa (ex-Fafe, actualmente no FC Famalicão), João Amaral (ex-FC Pedras Rubras), Rafinha (ex-Amarante FC), Allef (ex-Real SC), Jacob Adebanjo (ex-AD Oliveirense) e Miguel Lázaro (ex-Sport Benfica e Castelo Branco).
Esta aposta precisa e organizada culminou na excelente prestação que o Vitória FC teve esta temporada na Taça da Liga, acabando por sucumbir na Final, aos pés do Sporting CP, somente no desempate através da marcação de grandes penalidades. No entanto, já nas temporadas anteriores, a maior parte destes jogadores tinha tido um papel preponderante nas equipas vitorianas. À cabeça, destacam-se Costinha e João Amaral, autênticos dínamos do jogar da equipa comandada por José Couceiro. Estes dois elementos são fundamentais nos vários momentos de jogo dos sadinos; o primeiro pela capacidade de trabalho, critério e pulmão que oferece ao meio-campo e o segundo pela inteligência, classe e desequilíbrio no momento ofensivo.
Os restantes elementos podem ainda não ter tido uma participação muito activa na equipa, devido à quantidade de opções para os seus lugares, mas serão certamente jogadores a ter em conta, nomeadamente Rafinha (um médio-ofensivo inteligente, com uma visão de jogo e capacidade de passe extremamente apuradas) e Miguel Lázaro (um jovem guarda-redes de qualidade da formação do Vitória FC, que era na temporada passada o titular da baliza do Sport Benfica e Castelo Branco e que foi entretanto “repescado”).