É assim que está o DEZporto NACIONAL?

    O passado domingo vai ficar marcado na memória de muita gente, disso ninguém tem dúvidas. Até porque não são todos os dias que vemos uma equipa perder por uns aglomerados 10-0. E, verdade seja dita, ainda bem!

    O SL Benfica venceu o CD Nacional por duas mãos cheias de golos, naquela que foi a maior goleada das “águias” no campeonato nos últimos 55 anos. Só para reforçar o teor caricato da situação, conto-vos uma pequena curiosidade: a app oficial da Liga teve de ser atualizada, pois havia um “problema de resultados com mais de nove golos”. É preciso dizer mais alguma coisa? Penso que não.

    A postura competitiva da equipa do Nacional foi nula e, para vos ser sincera, o jogo do passado domingo mais pareceu um treino à porta aberta, onde cerca de 64.591 espectadores puderam ver o Benfica a treinar as suas jogadas.

    A facilidade com que Grimaldo e Seferović rasgaram o corredor esquerdo logo ao primeiro minuto, quando o número três dos “encarnados” faz o primeiro golo, diz muito daquilo que foi a entrada da equipa do Nacional da Madeira.

    O problema é que aquilo era apenas o início de uns 90 minutos extremamente infelizes para a equipa de Costinha, onde houve direito a tudo ou, como preferirem chamar, a nada: má ocupação dos espaços, que permitiu demasiada liberdade ao ataque benfiquista. Já para não falar na falta de pressão sobre os jogadores de Bruno Lage, numa linha defensiva que mais parecia manteiga e num meio-campo completamente disfuncional. Foi realmente tudo muito mau naquela tarde de domingo para os madeirenses.

    O CD Nacional foi ao Estádio da Luz e perdeu, frente ao SL Benfica, por uns volumosos 10-0
    Fonte: CD Nacional

    Para um treinador que gosta de pôr as suas equipas a jogar bonito, Costinha apresentou uma equipa muito aquém do esperado. Não digo que se esperasse um Nacional que conseguisse fazer frente a um Benfica que, neste momento, está motivadíssimo, mas esperava-se, pelo menos, mais atitude por parte dos alvinegros. Não vi sequer um esforço em remar contra a maré e isso é que é de lamentar na minha opinião.

    Para quem não sabe, o Nacional é dos conjuntos que mais remata na 1ª Liga. Sendo que a média da prova se encontra nos 233, o Nacional apresenta 237 remates efetuados, isto é, uma média de 11 remates por jogo. Mas querem saber quantos foram feitos no estádio da Luz? Cinco, sendo que apenas dois deles foram enquadrados com a baliza. Ou seja, muito aquém do que é costume.

    Ainda assim, queria destacar a atitude de Costinha que, após o jogo paupérrimo da sua equipa, disse que os seus adeptos tinham todo o direito de criticar e exigir mais. Pediu ainda desculpa pela exibição e falta de atitude por parte da sua equipa que levou a esta humilhação.

    No fundo, é mesmo disso que se trata: humilhação. A partir de uma certa altura do jogo, a derrota estava mais do que sentenciada, mas era a dignificação do emblema do clube que estava em jogo e os jogadores do Nacional deviam ter mesmo feito muito mais para defender as cores do clube que representam e impedir que o resultado chegasse aos dois dígitos. O compromisso com o clube e com os seus adeptos, pelo menos, assim o obrigava.

    Bem sei que o desnível competitivo na I Liga é gritante e este resultado de 10-0 é a prova disso mesmo. Espanta-me é o facto de, depois da evolução técnica e tática do futebol nos últimos anos, ainda ser possível acontecerem resultados como este.

    O Nacional não atravessa um período propriamente fácil. Nesta segunda volta, ainda nem sequer conseguiu ganhar um único jogo para o campeonato, mas este fim-de-semana tem uma chance de poder vir a recuperar algum fôlego perdido. Vai defrontar o CD Feirense que é o último classificado do campeonato, com apenas 14 pontos, e pode ser que consiga cessar este período negro que o clube atravessa.

    Foto de Capa: CD Nacional

    Artigo revisto por: Rita Asseiceiro

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    Inês Marques Santos
    Inês Marques Santoshttp://www.bolanarede.pt
    A Inês é licenciada em Jornalismo. A experiência do Bola na Rede veio juntar duas coisas de que gosta de fazer: escrever e ver futebol. Desde nova que quer entrar no mundo do jornalismo desportivo e espera um dia conseguir marcar o seu lugar no mesmo.