«Era um sonho chegar à Primeira Divisão com o FC Alverca» – Entrevista BnR com Rafa Castanheira

    BnR: Falando precisamente sobre isso, quando vos calhou o Sporting CP em sorteio em que é que pensaram?

    RC: Em primeiro lugar há sempre aquele nervosismo. Aquele: “Ai é o Sporting CP, parece que vamos defrontar o bicho papão”, porque somos uma equipa inferior, somos uma equipa de 3º divisão e, de repente, vamos defrontar um dos grandes de Portugal. Isto dito assim até parece estranho, mas depois dentro de campo as coisas são diferentes. Perde-se esse nervosismo e a motivação está no máximo. Acho que todos os jogadores querem jogar estes jogos, não só por ser uma montra, mas porque se calhar é o jogo mais aproximado que alguns terão de uma realidade superior e isso é muito bom. Eu, por exemplo, nunca tinha jogado assim nestas condições e se pudesse jogava sempre assim.

    BnR: Sempre acreditaram que era possível eliminá-los?

    RC: Sempre que defrontamos uma equipa superior, a pressão não está do nosso lado. O normal seria o Sporting golear-nos e passar à fase seguinte. Nós só tínhamos em mente desfrutar do jogo, consciencializados de que talvez pudéssemos surpreender. Afinal, a Taça é a Taça. A esperança tem que estar sempre presente. Temos sempre de acreditar que temos hipóteses de vencer, senão nem vale entrar em campo e jogar. Acreditámos sempre. O “mister” transmitiu bem a mensagem e conseguimos ganhar. É uma noite que, certamente, ninguém vai esquecer.

    BnR: É público que jogaste essa partida lesionado. Sentiste que era um jogo de uma vida?

    RC: Não tinha como não jogar. Fiz de tudo para estar dentro de campo e também graças ao trabalho dos fisioterapeutas, em específico do Diego, que me ajudou bastante na minha recuperação, porque eu durante a semana praticamente estava fora do jogo. Eu à segunda-feira estava fora do jogo, disseram-me: “Assim não vais jogar”, mas o Diego sempre acreditou em mim. Tive uma boa recuperação e consegui jogar esse jogo. Eu não tinha como perder esse jogo, é a verdade. Foi muito bom.

    BnR: Esta vitória é, certamente, especial para todos, mas para ti deve ser ainda mais devido à tua ligação à cidade. Como é que foi conseguir um feito deste nível e ver as bancadas cheias de caras conhecidas?

    RC: É uma sensação indescritível. Juntamente com a subida ao Campeonato de Portugal e a manutenção do ano passado, este jogo foi um dos melhores momentos pelos quais passei no futebol. Ver o estádio cheio de adeptos da casa e eliminares um grande, é algo único. Depois há toda uma envolvência diferente neste tipo de jogos, há uma maior presença da comunicação social, há mais conferências de imprensa. Durante toda a semana seguinte, os jornais falaram do jogo. É um ambiente completamente diferente para nós. Mas, lá está, se almejamos chegar mais longe temos que nos habituar a este ambiente. Relativamente às bancadas foi incrivelmente gratificante ver a cidade toda a apoiar a equipa. Fez-nos sentir uma equipa grande. Por ser natural desta cidade, o orgulho é ainda maior.

    Rafa a festejar com os adeptos depois da vitória sobre o Sporting CP
    Fonte: FC Alverca

    BnR: Pegando precisamente na conferência de imprensa, depois do jogo disseste que ninguém tinha noção do que tinham feito ali dentro. Passadas estas semanas, já olham para trás e acreditam que eliminaram o Sporting CP?

    RC: Agora, sim, já caímos na realidade. Acho que até caímos da pior forma possível. Na semana a seguir perdemos um jogo que não podíamos ter perdido (1-2 frente ao CD Pinhalnovense), pois o campeonato é o nosso grande objetivo. Estamos agora a tentar dar uma boa resposta e queremos retomar o nosso ciclo de vitórias.

    BnR: Como é que foram os dias seguintes à eliminação do Sporting CP?

    RC: Foi incrível, acho que quase nem dormimos. É obvio que para um jogador é positivo ser falado por bons motivos. Agora, esta atenção e mediatismo tem um lado bom e um lado mau. O bom é encararmos esta vitória como um feito incrível, mas seguir em frente tentando sempre fazer melhor. O mau é deixarmos o nosso ego falar por nós e ter a atitude negativa de que os nossos próximos adversários vão ser mais fáceis. Isso não é, de todo, bom, mas aprendemos com os erros. Agora é melhorar e voltar ao bom caminho no campeonato.

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