Ao longo dos últimos anos o SC Braga tem tido um crescimento exponencial em Portugal. A revolução liderada por António Salvador no clube minhoto, levou a que o SC Braga se assumisse com um dos candidatos ao título, por diversas vezes, nas últimas edições do campeonato.
Desde a chegada de Jesualdo, passando por Jesus, Domingos Paciência, Leonardo Jardim ou Paulo Fonseca, o SC Braga tem conseguido formar e atrair bons treinadores – com alguma inconstância pelo meio.
Abel Ferreira, o homem que comanda as rédeas minhotas é desde há duas temporadas o responsável por uma das equipas que melhor futebol pratica em Portugal. O antigo lateral direito conseguiu acumular bons trabalhos na equipa B dos minhotos que lhe permitiram chegar à ‘cadeira de sonho’ – e depois de uma temporada onde liderou os guerreiros do Minho em cinco partidas e da temporada passada, acima da média, Abel apresenta para esta temporada uma equipa com um estilo de jogo diferente e que poderá estar mais próxima do que nunca de poder ombrear na luta com os três ‘clássicos’ grandes pelo título de campeão nacional.
A temporada do SC Braga não começou da melhor forma com a eliminação precoce na 3.ª Pré-eliminatória da Liga Europa frente aos ucranianos do Zorya. O SC Braga demonstrou ter sempre mais argumentos do que os ucranianos mas algum nervosismo acabou por deitar abaixo a equipa liderada por Abel Ferreira.
Depois da primeira vitória no campeonato frente ao CD Nacional, os minhotos foram surpreendidos nos Açores frente ao CD Santa Clara com um empate a três, depois da equipa ter estado em vantagem por igual número de golos. A verdade é que depois disso a equipa conseguiu dar a volta por cima e somou vitórias em todos os jogos disputados. A vitória desta segunda-feira frente ao crónico candidato Sporting CP acabou por confirmar que este Braga de Abel Ferreira está diferente – com mais posse de bola, com mais controlo sobre o jogo, a arriscar menos no jogo mas a consolidar o seu processo defensivo.
O plantel dos minhotos sofreu algumas mexidas mas as pedras basilares mantiveram-se na pedreira – Matheus, entretanto lesionado, Goiano, Raúl Silva, Wilson Eduardo, Esgaio, Horta e Dyego Souza. A estes craques juntaram-se ainda nomes como: Novais, Claudemir, Palhinha, Eduardo Teixeira, Murilo ou Pablo Santos. A equipa do SC Braga está recheada de qualidade e de jogadores que conseguem, individualmente, resolver o jogo – basta ver o caso de Dyego Souza, melhor marcador do campeonato ou de jogadores como Horta e Wilson Eduardo que conseguem acrescentar qualidade e assumir protagonismo em quase todos os jogos.
Se isso já não bastasse, a equipa funciona como um todo no seu coletivo e é, atualmente, a equipa que melhor futebol pratica em Portugal. O novo SC Braga de Abel mais cauteloso, mais frio e calculista está mais próximo daquilo que uma equipa grande quer ser. Depois da temporada de 2009/2010 em que Domingos Paciência lutou taco a taco com Jorge Jesus para ser campeão, Abel Ferreira tem tudo para discutir o título com os três grandes.
A juntar à boa prestação do SC Braga há que olhar para um FC Porto que se apresenta uns furos abaixo do que apresentou outrora, um SL Benfica irregular e que ainda está à procura da sua equipa base e de um Sporting CP que está numa nova fase, com um novo presidente e com novas ideias.
Até lá o que podemos afirmar é que este SC Braga vai ser um osso duro de roer. Os guerreiros do Minho prometem lugar até ao final do campeonato pelo título, o que seria inédito. Resta agora saber que roupagem vai assumir a equipa de Abel daqui para a frente, se a equipa vai manter o estilo que tem apresentado neste início de campeonato ou se vai voltar ao estilo de jogo mais vertiginoso da época passada – que apresentou bons espetáculos, mas que aqui e acolá fez a equipa perder pontos desnecessários.
Foto de Capa: SC Braga