O que esperar dos recém-promovidos esta temporada?

    O que esperar de FC Paços de Ferreira, FC Famalicão e Gil Vicente FC? Esta poderia ser a pergunta deste artigo, o qual envolve uma análise das classificações obtidas pelas equipas recém-promovidas à Primeira Liga no ano de competição no escalão máximo, na última década.

    Recuando até à Primeira Liga 2009/2010, constata-se que SC Olhanense e UD Leiria – os dois conjuntos acabados de subir e por isso os mais recentes – conseguiram atingir a manutenção no campeonato principal. Na época seguinte foi a vez de SC Beira-Mar e Portimonense SC disputarem a principal prova nacional, com os destinos de ambos a seguirem caminhos diferentes, uma vez que os aveirenses conseguiram manter-se e os algarvios acabaram por descer de divisão. O mesmo sucedeu em 2011/2012, quando Gil Vicente FC e CD Feirense, recém-promovidos, obtiveram sortes diferentes. Os “fogaceiros” não conseguiram evitar a despromoção e os gilistas mantiveram-se no principal escalão. Na temporada seguinte o cenário repetiu-se. GD Estoril Praia e Moreirense FC, que subiram de divisão, experienciaram sentimentos distintos no final da época, uma vez que os canarinhos terminaram na quinta posição e os cónegos viram a descida confirmada, seguindo a tendência dos anos anteriores, em que, pelo menos uma das duas equipas que sobem, acabam por ser despromovidas no ano seguinte.

    O mesmo aconteceu em mais três temporadas, quando, FC Penafiel em 2014/2015, CF União da Madeira em 2015/2016 e CD Nacional na época transata viram as suas ambições defraudadas com a queda ao segundo escalão.

    O Gil de Vítor Oliveira vai tentar manter-se entre os ‘’grandes’’ depois de vários anos de ausência
    Fonte: FC Paços Ferreira

    Nesta última década, apenas em quatro temporadas se verificou o contrário, ou seja, as duas equipas promovidas conseguiram manter-se na Primeira Liga após terem subido, o que demonstra, no geral, a dificuldade destas em permanecer em simultâneo no nível mais alto do futebol nacional. Daí que, as três equipas que competem no escalão máximo em 2019/2020 depois de terem passado por divisões inferiores, necessitam de criar condições para realizarem um bom campeonato e fugirem às situações adversas da tabela classificativa. Certamente que estas formações pretendem fugir à tendência da última década e manter-se na Primeira Liga, mas o caminho revela-se complexo e só com muito trabalho e competência os objetivos ficam mais perto de serem atingidos.

    Até ao momento, as três formações nortenhas reforçaram-se consideravelmente com o intuito de competirem de igual forma com os adversários e deixarem uma boa imagem, alcançando os resultados desejáveis. No FC Paços de Ferreira, destaque para os reforços Bernardo Martins, ex-Leixões SC e SL Benfica B e Hélder Ferreira, ex-Vitória SC. Para os castores, o campeonato iniciou com uma pesada derrota em plena Luz, seguindo-se novo desaire em casa frente ao Santa Clara. Está a ser um início de época pouco agradável, mas o conjunto orientado por Filipe Rocha promete ser uma equipa bastante competitiva ao longo da temporada, como tem sido hábito do histórico pacense.

    No FC Famalicão, salientam-se as entradas de Nehuen Pérez e Gustavo Assunção, provenientes do Atlético Madrid e também de Diogo Gonçalves e Fábio Martins, com passagens por SL Benfica e SC Braga respetivamente. Os famalicenses estrearam-se na Liga da melhor maneira, tendo vencido o CD Santa Clara nos Açores e deram seguimento ao bom momento com um triunfo caseiro frente aos rioavenses. Até agora são um dos destaques da Liga e apesar de ter sido construído um plantel com jogadores interessantes, são ainda uma incógnita no que a previsões diz respeito, depois de 25 anos de ausência entre os ‘’grandes’’.

    Finalmente, o regresso do Gil Vicente FC está a ser marcado pela entrada de muitos jogadores, entre os quais se destacam Sandro Lima, que representou o GD Estoril na época passada e Alex Pinto, ex-SL Benfica B. Também Lourency e Kraev devem ser tidos em conta. Os gilistas apresentam um plantel bastante remodelado, uma vez que transitaram do CP por via administrativa. Apesar de tudo, a principal aposta centra-se em Vítor Oliveira, um treinador experiente e consagrado que vai tentar manter Barcelos no mapa dos ‘’grandes’’ do futebol nacional. A estreia vitoriosa frente ao FC Porto representou um importante fator motivacional neste regresso aos grandes palcos, embora a derrota expressiva em Moreira de Cónegos tenha servido para esfriar um pouco os ânimos.

    Conseguirão estes clubes alcançar os objetivos e permanecer no topo do futebol nacional, ou, como se tem observado pela última década, pelo menos um não conseguirá evitar a despromoção? A minha convicção é que pelo menos um acabará por ser despromovido, dando seguimento ao registo tendencial dos últimos dez anos. As respostas só serão conhecidas por volta de maio de 2020, pelo que, até lá, resta aos mais recentes primodivisionários lutar pela melhor classificação possível.

    Foto de capa: FC Famalicão

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    André da Silva Amado
    André da Silva Amadohttp://www.bolanarede.pt
    O desporto em geral atrai este jovem aveirense mas é o futebol a sua maior paixão. As conversas com amigos e familiares costumam ir dar ao futebol, hábito que preserva desde sempre. Poder escrever sobre esta vertente é o que o satisfaz, com o intuito de poder acrescentar algo de positivo ao ambiente em torno do futebol nacional.                                                                                                                                                 O André escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.