📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

Quo vadis Nacional? ou: A Lei de Murphy não é só um clichê

- Advertisement -

O filme da época

O plantel, assumidamente mais modesto que em anos anteriores, garantia, contudo, uma época tranquila e, quiçá, uma palavra a dizer na concorrida luta pelos lugares europeus. Apesar da saída de jogadores influentes como João Aurélio e Soares, a equipa mantivera algumas pedras basilares, como Sequeira, Aly Ghazal ou Salvador Agra, aos quais se juntaram jogadores como Tobias Figueiredo, Víctor García e o retornado Tiago Rodrigues. A qualidade individual parecia suficiente para criar um grupo estável e competitivo, mas esta nunca se traduziu verdadeiramente para o coletivo. Ao comando da equipa continuava Manuel Machado, a entrar para a quinta temporada consecutiva, na sua terceira passagem pelo clube. Figura mítica e exímio conhecedor do emblema madeirense, o ‘Professor’ fora responsável por algumas das mais bem-sucedidas prestações da História alvinegra. O campeonato começou atribulado, à semelhança dos anos anteriores. O Nacional de Machado, porém, estava habituado a realizar segundas voltas substancialmente mais fortes, algo que o próprio treinador não se coibiu de salientar por diversas vezes, contribuindo para o que parecia uma atitude excessivamente relaxada dos jogadores. Desta vez, no entanto, o ‘Professor’ acabaria por não ter oportunidade de provar essa tese, sendo despedido antes da 16.ª jornada e a quatro dias da reabertura do mercado de janeiro.

Salvador Agra era uma das figuras de um plantel que ficou muito aquém do espectável Fonte: CD Nacional
Salvador Agra era uma das figuras de um plantel que ficou muito aquém do espectável
Fonte: CD Nacional

O eleito para a sucessão foi Predrag Jokanović, homem da casa, chamado uma vez mais a fazer de pronto-socorro. A escolha foi algo surpreendente, mas havia uma lógica por trás. O sérvio já tinha assumido anteriormente o leme alvinegro em situações adversas, se bem que nunca antes em circunstâncias tão dramáticas. Durante o mês de janeiro chegaram seis reforços, dos quais apenas se destacaram positivamente Adriano Facchini e Filipe Gonçalves, que encaixaram sem dificuldades nas vagas deixadas por Rui Silva e Ghazal. Os dois novos jogadores pegaram imediatamente de estaca e afirmaram-se como patrões da equipa, ao contrário de nomes como Zequinha ou Aristeguieta, que pouco produziram. Mesmo com as novas chegadas, o regresso do antigo jogador acabou por não corresponder ao desejado pela direção e com um pecúlio de onze jogos somados – seis empates e cinco derrotas – o ciclo de Joka chegava ao fim. João de Deus foi o homem que se seguiu, aceitando a ingrata tarefa de tentar salvar os insulares a oito jogos do termo do campeonato. Mas também a aposta no técnico setubalense se revelou gorada, com apenas uma vitória e um empate. O ex-treinador da equipa B do Sporting CP trouxe um estilo de jogo mais complexo e que requeria mais tempo para aperfeiçoar, numa altura em que era essencial reunir as tropas e espicaçar o balneário. As exibições até melhoraram, mas a fragilidade emocional era por demais evidente, tal a incapacidade de reagir às adversidades. A três jornadas do fim, o Nacional tinha já o seu destino traçado.

Marco António Milho
Marco António Milhohttp://www.bolanarede.pt
Nascido no Funchal, licenciou-se em Ciências da Comunicação, antes de passar pela redação do Diário de Notícias da Madeira. Dividido entre a rádio e a escrita, é amante incorrigível do jornalismo, do cinema, da história e do desporto em geral, onde o futebol e o basquetebol ocupam o lugar de destaque.                                                                                                                                                 O Marco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Wolverhampton: internacional português falha as próximas semanas de competição

Toti Gomes é um dos jogadores mais importantes do Wolverhampton. O jogador encontra-se lesionado e vai falhar os próximos jogos.

Antigo capitão do Caldas manifesta revolta com a mudança de estádio para a receção ao Braga: «Grandes demais para este futebol português podre e...

O antigo capitão do Caldas, Thomas Militão, não escondeu a revolta com a mudança de estádio para o encontro da Taça de Portugal. O jogo frente ao Braga vai decorrer em Torres Vedras.

O furacão azul e branco | Alverca 0- 3 FC Porto

No momento do terceiro tento do FC Porto, em que Borja Sainz coloca a bola no canto esquerdo da baliza defendida por André Gomes, essa tempestade extrema atingiu o apogeu.

Sporting ‘à caça’ de um extremo: eis a comparação entre Yeremay Hernández e Luís Guilherme

O Sporting está em busca de um novo extremo e pode avançar para a contratação de um atleta no mercado de inverno.

PUB

Mais Artigos Populares

Análise às equipas #3: Haas, quando a porta fechou… e a estabilidade entrou

A temporada de 2025 marcou um ponto de viragem...

Francisco Trincão faz balanço no Sporting e destaca importância de Cristiano Ronaldo na Seleção: «Temos de ter noção do que continua a fazer»

Francisco Trincão fez um ponto de situação do seu período no Sporting. O avançado português deixou também muitos elogios para Cristiano Ronaldo.

Pedri agradado com o Sporting: «Jogam um bom futebol»

Pedri falou sobre a atual edição da Champions League. O médio do Barcelona elogiou o Sporting, que também está na prova.