A CRÓNICA: CANSAÇO DO SC BEIRA-MAR E DETERMINAÇÃO DO CD SANTA CLARA
Mais um domingo repleto de jogos a contar para a competição rainha no nosso país, a Taça de Portugal. O SC Beira-Mar e o CD Santa-Clara defrontaram-se a contar para a terceira eliminatória desta prova, no Estádio Municipal de Aveiro. O resultado esse, sorriu aos açorianos que com um resultado por 1-3 passam à quarta eliminatória da prova. Foi mais um jogo que opôs um velho nome do futebol português frente a uma equipa da primeira divisão.
A primeira parte foi bastante dividida, evidenciando a capacidade de equipas do Campeonato de Portugal de fazer face a equipas do escalão mais alto do futebol nacional. Assistiu-se, na primeira-parte a um Beira-Mar sem medos (a fazer relembrar o jogo do ano passado contra o Marítimo) e um Santa Clara que se deixou surpreender pela capacidade de troca de bola da equipa de Ricardo Sousa.
A segunda metade do encontro trouxe os golos. Primeiro por intermédio de Pedro Aparício que isolado chutou para o fundo das redes da baliza açoriana. Neste momento do jogo, notou-se uma grande motivação do conjunto do Campeonato de Portugal para conseguir manter o ritmo imposto e continuar a causar estragos na defesa contrária. No entanto, as constantes movimentações a meio campo fizeram com que alguns jogadores perdessem o fulgor com que reataram a partida. Os golos da reviravolta do conjunto de Daniel Ramos, foram de Thiago Santana e de Carlos Jr., ambos de cabeça após cruzamentos do lado esquerdo do ataque, sendo que o primeiro foi na sequência de um canto daquele lado. Já no final do jogo, houve ainda tempo para o terceiro golo do Santa Clara, desta vez, foi Ukra que conseguiu aproveitar uma bola perdida no meio da área para rematar forte e colocado para o fundo das redes de Gabriel Miotti.
Esta fase final do encontro foi de facto frutífera para o Santa Clara, já que o Beira-Mar acusou desgaste e falta de discernimento nesses instantes finais. Ficou sublinhada a maior experiência de um clube da primeira liga que vem de um ritmo competitivo mais exigente.
A FIGURA
Ex-Figueirense e Náutico, Thiago Santana e Carlos Júnior, ex-Atlético Mineiro e Internacional, marcam e Santa Clara avança de fase na Taça de Portugal: https://t.co/pg2F22aE5n pic.twitter.com/KQPfi5CyZM
— Planeta Brazuka (@planetabrazuka_) November 22, 2020
Thiago Santana – A estrela do conjunto açoriano foi dos pupilos de Daniel Ramos que sempre trabalhou para a vitória. Muitas vezes sozinho e de costas para a baliza conseguiu prosseguir o momento ofensivo dos açorianos e foi mesmo o autor do golo que reestabeleceu a igualdade no marcador.
O FORA DE JOGO
Pierre Sagna é o mais recente reforço do CD Santa Clara.
O lateral de 29 anos assina por temporada e meia. pic.twitter.com/ituC70RHMi
— Diário de Transferências (@DTransferencias) January 30, 2020
Sagna – Foi uma má exibição do lateral-direito no Estádio Municipal de Aveiro. Perdeu muitas bolas, não conseguiu intercetar o passe que isolou Pedro Aparício no único golo do Beira-Mar e mostrou falta de entrosamento ofensivo pela excessiva proximidade do extremo direito da equipa, dificultando, por vezes o ataque por esse lado.
ANÁLISE TÁTICA – SC BEIRA-MAR
O histórico clube de Aveiro jogou num 4-2-3-1 frente ao Santa Clara, demonstrando que vinha para lutar pela vitória no jogo. Impôs um estilo de jogo pressionante no meio-campo e conseguiu, por várias vezes intercetar bolas dos açorianos no seu meio campo-defensivo. As consequentes transições eram feitas a um toque e deforma rápida. Este estilo de jogo permitiu que o Beira-Mar chegasse à vantagem na segunda-parte, contudo na primeira notou-se que se trata de um estilo extremamente desgastante porque requer os onze jogadores em movimento constante. E assim se fez notar também nos últimos vinte minutos da partida. O Santa Clara aproveitou-se deste fator para fazer a reviravolta e o Beira-Mar ficou algo sem capacidade de resposta para a frescura física dos açorianos.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Gabriel (5)
João Nogueira (6)
Edgar (5)
Caio Sena (6)
Mário Mendonça (6)
Garruço (6)
Ivo Lemos (6)
Dieguinho (7)
Aparício (7)
Zé Pedro (7)
Michel Renner (6)
SUBS UTILIZADOS
Diogo Tavares (5)
Rui Sampaio (5)
Sylla (-)
ANÁLISE TÁTICA – CD SANTA CLARA
O Santa Clara optou por lançar vários dos habituais titulares a jogo. Um deles, a estrela da equipa Thiago Santana, foi aliás quem marcou o golo do empate num momento em que o Santa Clara até nem estava por cima do encontro. Os açorianos conseguiram defender bem na primeira-parte as investidas do Beira-Mar, mas com o desgaste dos aveirenses começaram a ser mais pressionantes e tomaram conta do jogo até final da primeira metade. Os açorianos, com calma, iam segurando o nulo enquanto apostavam em transições mais rápidas pelas alas,já que o posicionamento das duas linhas mais recuadas do Beira-Mar não lhes permitia causar perigo através da construção a partir de trás.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
André F. (5)
Sagna (4)
Mikel (5)
Fábio Cardoso (6)
João Lucas (6)
Rashid (6)
Nene (6)
Lincoln (6)
Carlos Jr. (6)
Thiago Santana (8)
Diogo Salomão(7)
SUBS UTILIZADOS
Jean Patric (5)
Costinha (6)
Anderson Carvalho (5)
Rafael Ramos (-)
Ukra (7)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
SC Beira-Mar
BnR: Há a ambição dentro do balneário de voltar a curto-médio prazo voltar às ligas profissionais de futebol?
Rui Sampaio: Se me perguntar a mim, enquanto adepto, claro que quero ver o Beira-Mar de volta à primeira. Mas há que ter noção que só com calma e muito trabalho é que chegamos lá. Estamos num bom caminho, mas é um caminho ainda muito longo. O Beira-Mar é um histórico e, como tal, há essa ambição.
CD Santa Clara
BnR: Contou que o desgaste fosse um fator decisivo no resultado do jogo, já que o estilo de jogo do Beira-Mar é bastante desgastante para os seus jogadores?
Daniel Ramos: Não tivemos bons timings de pressão, mas a ideia era fazê-lo. Perdemos algumas bolas e permitimos que o Beira-Mar acreditasse no jogo. Foi uma primeira parte onde houve muito suor de parte a parte que provocou desgaste para a segunda parte, isso é claro, notou-se. Nós estávamos preparados para isso, o Beira-Mar pareceu-me menos preparado para a intensidade do jogo. Ou seja, era fundamental haver cabeça, procurar os espaços onde a bola podia entrar e ter boas decisões próximos da baliza. Perante um relvado difícil como este e com o desgaste que se viu, houve um aumento do tempo de execução que nos foi benéfico, porque tomámos melhores decisões.