O vídeo-árbitro, conhecido por muitos como VAR, era suposto ser um meio fiável para auxiliar as decisões do árbitro em todos os casos que fosse solicitado. Assim, a Liga Portuguesa assumiu-se como uma das primeiras ligas a possuir este tipo de tecnologia nas competições. “Um investimento pelos clubes de futebol profissional”. No entanto, desde o início da sua atualização, o VAR tem deixado um sonho meio incompleto e pouco – até mesmo nada – fiável.
Exemplos desta falta de confiança são demasiados para serem enumerados. No entanto, há a existência de alguns conhecidos pela sua extrema controvérsia e por serem de tal forma escandalosas.
No passado fim-de-semana sucedeu a 13.ª jornada do campeonato e a decisão do VAR no jogo disputado na tarde de sábado entre o CD Tondela e o Famalicão FC deixou algo a desejar, a nível de arbitragem. Ao final de quase sete minutos de ponderação – o que se me fosse questionado era um ultraje -, dada a circunstância em que foi anulado o golo que daria a vitória ao Famalicão FC (que acabou por sair derrotado da partida). Outro escândalo com o emblema minhoto já se tinha sucedido no jogo contra o Moreirense FC, onde o resultado acabou por ficar empatado.
O clube acabou por tomar medidas legais e apelar à igualdade, “(…)uma competição que se pretende disputada em condições de igualdade por todos os participantes, impõe-se que sejam as instituições desportivas as primeiras a manifestar esses princípios fundamentais.” refere o clube. Os esclarecimentos estão pedidos publicamente. É de salientar que o clube de Vila Nova de Famalicão tem vindo a enfrentar alguns problemas de arbitragem desde a perda da primeira posição na tabela classificativa.
Outro exemplo, o Boavista FC recebeu o SL Benfica na sexta-feira, dia 6 de dezembro, a partida estava empatada após intervalo. Aos 54′, surge o golo dos encarnados por Franco Cervi na sequência de uma falta. O Boavista FC viu a sua competitividade cair perante a falta sobre Marlão. O resultado podia ter sido outro, no caso da intervenção – diga-se de passagem que seria de forma correta – do VAR, no entanto, é pouco provável que o domínio benfiquista tivesse ficado por aí na partida.
A arbitragem em Portugal vai mal, isso não é desconhecido a ninguém. O vídeo-árbitro foi instalado com as melhores das intenções, mas na prática continua sempre o mesmo cenário a suceder-se: os grandes são cada vez mais beneficiados e os pequenos cada vez mais (e mais) prejudicados. Perante este cenário inseguro e decadente, o VAR é necessário para alguma coisa na Liga Portuguesa? Ou um mero “tapa-olhos” para ninguém ser responsabilizado pelos atos cometidos?
Foto de Capa: Liga Portugal
Artigo revisto por Joana Mendes