FC Sion 1-2 SC Braga: A Arte de Complicar

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Com o passado recente do Braga na Liga Europa a colocar a equipa num patamar respeitado, há que fazer o possível para continuar a assegurar esse mesmo respeito por essa Europa fora. Com as coisas a correrem bem por cá, tanto no campeonato como na Taça de Portugal, o Braga tinha todas as condições para viajar confiante para a Suíça e com a determinação necessária para poder controlar a eliminatória. O primeiro quarto de hora da partida confirmou isso mesmo.

Os Minhotos entraram em campo, como se diz na gíria táctica, com uma equipa longa, onde as famosas linhas do modelo organizacional tendem a jogar muito separadas. O Braga conseguiu trocar a bola e ter a sua posse em várias zonas do terreno, assumindo o domínio nesta fase preponderante do jogo. Tal como sempre na estratégia do Braga, a primeira fase do jogo permitiu perceber que os médios-alas, Rafa e Alan, seriam elementos chave no modelo ofensivo do Braga, ora esticando o jogo na procura das bolas longas que partem da defesa, ora moldando com os movimentos rápidos a organização dos ataques. Mas como acontece nas equipas que não jogam muito juntas, as chamadas “equipas curtas”, aumenta a probabilidade de aproveitamento de espaço entre linhas, aumentando também a possibilidade de os adversários criarem situações de perigo.

Foi precisamente nestes momentos de ruptura na posse de bola que o Braga sentiu mais dificuldades. O Sion apareceu em jogo com um meio campo denso, que muitas vezes conseguiu impor-se perante a pressão de Vuckvic e Luiz Carlos. Assim sendo, tanto aproveitando a perda da bola como saindo em ataque organizado, o Sion acabou por ter muitas vezes o espaço suficiente no meio-campo do Braga para causar perigo.

Embora o primeiro quarto de hora da partida tenha sido fulcral, aparecendo, inclusive, o esperado golo do Braga, o restante tempo da primeira parte caracterizou-se por algum equilíbrio na organização de ataques, que destoa do concreto domínio do Braga na gestão da posse. E este ponto explica-se com as perdas de bola do Braga ou, em alguns casos, de alguma falta de organização nas saídas, durante as quais a equipa não se superou em relação ao bloco pressionante do adversário que estava responsável pelo bloqueio organizativo que teve como figura determinante o suiço Salatic, numa operação que facilitou a vida, por exemplo, ao português Carlitos, que com rapidez reconstruia situações de ataque. Os Minhotos acabavam a primeira parte encostados às cordas.

O 0-1 ao Intervalo fez suspeitar um Braga mais tranquilo na segunda parte, acabando por se suceder o inverso. O Sion entrou melhor, mais convicto e assumindo as rédeas do jogo. O que havia acontecido nos primeiros quinze minutos da primeira parte verificou-se de novo no começo da segunda, mas com a outra equipa. O golo aconteceu durante uma consecutiva toada ofensiva do Sion, com um bom trabalho de um jogador interessante, Konaté.

Rafa foi determinante na vitória Fonte: SC Braga
Rafa foi determinante na vitória
Fonte: SC Braga

A confiança que a igualdade poderia dar à equipa da casa não se consumou. Parece que o Sion não soube assumir de vez a partida, e embora haja mérito essencialmente do meio-campo do Braga, sabendo Paulo Fonseca que deveria colocar os centristas nas zonas altas do terreno, fomentando as oportunidades de golo e evitando construções do Sion, honra seja feita a um rapaz que tantas vezes quer, e sabe, chamar o protagonismo para junto de si. Estes pormenores que alguns teóricos associam aos jogadores experientes, Rafa já os detém. Ter técnica enche a vistas dos adeptos, mas conjuga-la com a inteligência táctica é de mestre. Sendo certo que a entrada de Josué ajudou para fazer tremer o jogo, foi Rafa que de destacou durante o processo desigualdade, tanto pelo bom golo que marcou, como pelo banho táctico que voltou a impor a um adversário. Tudo isto me faz crer que o Braga já não sabe viver sem Rafa, mas que num curto espaço de tempo terá que se habituar.

Com um jogo que poderia ter sido mais fácil, e que em muitos momentos só não o foi por culpa própria – ainda que o Sion também tenha o seu mérito, sendo uma equipa ainda com pouco ritmo mas com ideias e jogadores esclarecidos -, o Braga deixou claro que tem condições para dominar a segunda mão na Pedreira e carimbar a passagem para a próxima fase.

A Figura:

Rafa – Claramente. Além de teimar em aparecer com classe em vários jogos, tal como fez neste, revela uma maturidade fantástica durante o jogo. Sabe jogar sabendo estar, no momento certo, onde a equipa e a bola pedem.

O Fora de Jogo:

Willy Boly – Em alguns momentos o Central do Braga pareceu-me pouco esclarecido, tendo hesitando em lances que poderiam ter sido letais, tal como sucedido com o primeiro golo, de Konaté, onde Boly fez o que pôde.

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Ricardo Gonçalves Dias
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O primeiro contacto do Ricardo com a Bola foi no futsal. Mais tarde passaria pelas camadas jovens do Oriental, esse gigante de Lisboa. O sonho acabou algum tempo depois e hoje lida bem com isso. E com a escrita também.                                                                                                                                                 O Ricardo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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