Suécia 5-0 Portugal: Bola parada, outra vez a maldita bola parada

    A CRÓNICA: PORTUGAL VOLTA A SOFRER DEVIDO A UM PONTO FRACO QUE TINHA SURGIDO EM JOGOS ANTERIORES

    Portugal entrava neste último jogo da fase de grupos do Euro 2022 com hipóteses de apuramento para a última jornada, de acordo com o objetivo estabelecido pelo selecionador Francisco Neto. Pela frente, a poderosa Suécia, segunda melhor seleção do ranking mundial e melhor conjunto europeu. Era preciso vencer, mas Portugal já tinha mostrado contra Suíça e Países Baixos que era capaz de se bater de igual para igual com os mais fortes. Mas a maldita bola parada voltou a desequilibrar em nosso desfavor.

    Aos quatro minutos, a Suécia deu o primeiro sinal de perigo, com Kaneryd a isolar-se na meia direita e a ficar perto do golo, não fosse uma boa mancha de Patrícia Morais, uma das duas alterações no onze português (Kika Nazareth foi a outra, com Joana Marchão a começar no banco e Ana Borges a ser lateral esquerda). Contudo, Portugal susteve o ímpeto inicial das nórdicas e teve o seu próprio momento de perigo aos 17 minutos, com Carole Costa a aproveitar um mau alívio da guarda-redes Lindahl após um canto e a falhar a baliza por pouco.

    Mas, aos 21 minutos, o ponto mais fraco da seleção portuguesa neste Europeu voltou a atingir-nos: a bola parada defensiva. Após um canto batido do lado direito, Patrícia Morais saiu à bola, mas não conseguiu socar para lá da zona de perigo, com Angeldal a fazer o 1-0. Aos 33 minutos, nova contrariedade para as lusas, com Catarina Amado a sair lesionada no pé direito, de maca, após uma entrada dura de Kaneryd (viu cartão amarelo), e a entrada de Joana Marchão (Ana Borges passou para o lado direito da defesa). Aos 45 minutos, já depois de um golo anulado a Blackstenius, a Suécia chegou ao 2-0.

    Kosovare Asllani (muito boa primeira parte) bateu um livre lateral de forma rasteira para a entrada da grande área, onde Angeldal surgiu sozinha, sem marcação, a finalizar para o segundo golo. E a bola parada voltava a fazer das suas, desequilibrando um jogo que, nos outros aspetos, Portugal estava a conseguir nivelar. Os descontos da primeira parte foram penosos para Portugal, com Asllani e Kaneryd a desperdiçarem o 3-0, que chegou no último lance dos primeiros 45 minutos… de canto. Novo canto do lado direito e bola batida para a zona da confusão (primeiro poste, onde havia um grande aglomerado de jogadoras), com Eriksson a ser mais forte e a provocar o autogolo de Carole Costa, colocando as suecas confortáveis na partida.

    Aos 50 minutos, foi a Suécia a prolongar o ascendente no jogo, com Blackstenius a não chegar aos 4-0 porque Patrícia Morais fez mais uma boa mancha. 4-0 esse que chegou aos 54 minutos, de penálti, após mão na bola de Diana Silva dentro da grande área. Asllani bateu o castigo máximo de forma exímia, fazendo a bola embater na malha lateral interior, não dando hipótese à guarda-redes portuguesa, que se lançou para o lado correto. Os restantes 35 minutos seriam uma formalidade para ambas as equipas, com estados de espírito diferentes.

    Aos 60 minutos, a Suécia viu o 5-0 a ser anulado pelo VAR, por fora de jogo de Blackstenius, naquele que seria mais um golo de livre lateral. Portugal teve um raro momento de perigo aos 70 minutos, com Jéssica Silva, após um trabalho individual, a rematar bastante torto e a desperdiçar o golo de honra. E aos 76 minutos, foi Andreia Norton a rodar dentro da grande área e a rematar cruzado, com a bola a passar perto do poste mais distante. O resultado não o mostrava, mas as jogadoras lusas mostravam aqui e ali que também tinham qualidade.

    Até ao final, Portugal ainda viria a sofrer o 5-0 aos 90+1 minutos, com Stina Blackstenius a fazer um grande golo, na sequência de uma saída rápida da Suécia para o ataque. Resultado pesado, mas que mostra a legitimidade da candidatura da equipa nórdica à conquista do Euro, com Portugal a não ter tido grandes argumentos para nivelar hoje.

    A FIGURA

    Kosovare Asllani (Suécia) – É verdade que é Angeldal a fazer os dois primeiros golos, o que, pelas ‘regras’, se é que elas existem, a tornaria como a figura do jogo. Mas aproveito para destacar Kosovare Asllani, centrocampista (apesar de jogar com o 9 nas costas) de 32 anos que joga no AC Milan. Muito evoluída tecnicamente e muito inteligente na tomada de decisão, teve vários momentos de classe ao longo do jogo, bateu várias das bolas paradas que causara apuro às portuguesas e conseguiu inscrever o seu nome na lista de marcadoras, concretizando um penálti aos 54 minutos.

     

    O FORA DE JOGO

    Resposta lusa na bola parada defensiva – Portugal sofre dez golos neste campeonato da Europa, sendo que sete deles são de bola parada (incluindo o penálti de hoje). Fala-se muito da diferença de estatura das nossas jogadoras para as adversárias, mas isso não explica tudo. A bola parada também depende muito do posicionamento das futebolistas, com a Suécia a provocar o caos na nossa pequena área nos pontapés de canto (dois golos surgiram dessa forma), evitando que as lusas conseguissem afastar a bola convenientemente. E o lance do 2-0 surgiu num livre lateral estudado pelas nórdicas, com Portugal a ser apanhado desprevenido, sem ninguém a proteger a entrada da grande área. Portugal sai de Inglaterra com aspetos positivos para recordar, mas a incapacidade em defender bolas paradas prejudicou-nos bastante.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SUÉCIA

    As suecas alinharam em 4-3-3 nesta partida, com o selecionador Peter Gerhardsson a fazer duas alterações em relação à vitória sobre a Suíça. Caroline Seger e Lina Hurtig começaram no banco, promovendo as entradas de Jonna Andersson e Johanna Rytting Kaneryd. Glas, Ilestedt, Eriksson e Andersson compuseram o quarteto defensivo, à frente de Lindahl, com um meio-campo composto por Angeldal, Asllani e Björn. Kaneryd, Rolfö e Blackstenius.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Lindahl (6)

    Glas (6)

    Ilestedt (6)

    Eriksson (6)

    Andersson (6)

    Asllani (8)

    Angeldal (8)

    Björn (7)

    Kaneryd (7)

    Rolfö (7)

    Blackstenius (8)

    SUBS UTILIZADAS

    Schough (5)

    Sembrant (5)

    Hurtig (5)

    Bennison (5)

    Rubensson (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

    Francisco Neto, que tinha apresentado o mesmo onze nas duas partidas anteriores, trocou duas peças para o jogo de hoje, com Patrícia Morais a render Inês Pereira na baliza, e Kika Nazareth a entrar para o vértice mais ofensivo de um 4-4-2 losango, saindo do onze Joana Marchão e passando Ana Borges para a posição de lateral esquerda (Marchão foi mesmo chamada ao jogo após a lesão de Catarina Amado, passando Borges para o lado direito da defesa). De resto, Diana Gomes e Carole Costa permaneceram no centro da defesa, com Dolores Silva, Tatiana Pinto e Andreia Norton no trio de meio-campo. Na frente, Kika Nazareth fez o papel de apoio às duas avançadas, Jéssica Silva e Diana Silva.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Patrícia Morais (5)

    Catarina Amado (4)

    Diana Gomes (4)

    Carole Costa (4)

    Ana Borges (5)

    Dolores Silva (4)

    Tatiana Pinto (4)

    Andreia Norton (5)

    Kika Nazareth (4)

    Jéssica Silva (5)

    Diana Silva (4)

    SUBS UTILIZADAS

    Joana Marchão (4)

    Andreia Faria (4)

    Fátima Pinto (4)

    Sílvia Rebelo (-)

    Telma Encarnação (-)

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