O campeão regressou. Regressou dois anos depois. Num final feliz de uma época tão atípica.
Uns falam em sorte, outros falam em culpa dos adversários, mas há um dado que tem de ser realçado: os 12 pontos conquistados diante dos principais rivais. Um registo que não se via desde a era do Mourinho. Diante do SL Benfica e do Sporting CP, o FC Porto saiu sempre vencedor, tanto a jogar em casa como a jogar fora. E talvez tenha sido isso o principal motivo desta conquista.
Em Alvalade já não vencia desde a década passada e diante do SL Benfica, no Dragão, conseguiu a vitória que foi o início desta recuperação histórica. O jogo em que os portistas podiam ter ficado a dez pontos, mas que encurtaram distância para quatro. O jogo que provavelmente decidiu o título. Ainda questionam o quão meritório é este feito, mas até se torna irreal a forma como desvalorizam a recuperação portista e os triunfos nos duelos de fogo.
Ontem, no jogo que podia decidir o título, o FC Porto apenas precisava de um ponto diante do Sporting CP, mas foi mais além e somou três, fruto da vitória por 2-0 conseguida na segunda parte. Aliás, até tem sido essa uma das curiosidades da equipa de Sérgio Conceição. Depois da quarentena, quase todos os golos dos portistas foram apenas marcados na segunda parte. Isso até pode ter sido motivado pela força anímica que advém do balneário e da união que muitos falam.

Fonte: FC Porto
Ontem, os leões até entraram melhor e chegaram mesmo a assustar os portistas, mas a nova estrela dos dragões até fez esquecer ausências. O miúdo Fábio Vieira tem magia nos pés. Jogou e deu a jogar e ainda deu o primeiro sinal de campeão: um remate à trave. Os golos surgiram depois, com o capitão Danilo a abrir caminho e o contestado Marega a consolidar o triunfo.
O FC Porto venceu o Sporting CP e venceu bem. Sem margem para dúvidas. Tal como já tinha vencido anteriormente em Alvalade e tal como venceu os benfiquistas nos dois jogos. A temporada foi atípica, não há como negar, mas os portistas diante dos principais rivais foram sempre mais fortes. E no final de contas, também levou a melhor e somou o 29°. campeonato.
A festa está a ser feita, com mais ou menos contenção. Mas os jogadores, esses que foram duramente criticados durante a época, hoje são heróis. O treinador que até o lugar pôs à disposição este ano na derrota da Taça da Liga, mais uma vez, fez do FC Porto campeão, tal como os adeptos pedem consecutivamente.
Artigo revisto por Inês Vieira Brandão