No entanto, também não era o jogo para Marega procurar a profundidade em centrais que passam mais de metade do jogo encostados à sua grande área. Aliás, isso é o que se passa em 90% dos jogos que o FC Porto disputa no campeonato português, e por alguma razão eu sou crítico de muitas vezes Marega atuar de início. Mas isso são temas para outros artigos.
Estes dois jogos que referi acima são assim exemplos claros de que já não há certezas sobre o esquema tático que vamos ver nos dragões. É interessante pelo facto de servir como um dado surpresa na preparação das equipas adversárias. Já não se sabe se Marega vai fazer companhia a Taremi, se Marega vai jogar sozinho, se Taremi vai jogar sozinho ou se Taremi vai fazer companhia a Toni Martínez.
Esta última dupla que referi também é um conceito novo na era de Sérgio Conceição. Recentemente, já vimos dois jogos em que se manteve um 4-4-2, mas sem Marega no onze. Na visita a Tondela, vimos uma dupla Toni Martínez e Evanilson. A vitória foi clara dos portistas.
Na receção ao FC Famalicão, vimos Taremi e Toni Martínez a surgir no onze inicial. A vitória foi sofrida, mas viu-se um bom futebol e um bom entrosamento entre os dois avançados. Mais uma prova de que com defesas posicionais, os avançados posicionais são os únicos capazes de criar dificuldades.
Nestes jogos em que o o sistema de dois avançados é escolhido como modelo inicial, não é de descartar uma mutação tática ao longo dos 90 minutos. O 4-4-2 já deu lugar ao 4-3-3 sempre que o FC Porto se sentia mais “apertado” pelo adversário nos instantes finais do encontro. O jogo frente ao Vitória SC foi apenas um exemplo. Tínhamos uma dupla constituída por Marega e Taremi que deu lugar a um 4-3-3 com Toni Martínez sozinho na frente de ataque. Grujic é sempre o elemento a mais que entra para reforçar o meio-campo.
E depois deste monólogo de sistemas táticos, surge a principal questão deste artigo. 4-4-2 ou 4-3-3, em que é que ficamos? Ou estou muito enganado ou o 4-4-2 vai continuar a ser o pilar base, e o 4-3-3 para jogos complicados. Mas reitero que não me surpreende que continuemos a ver algumas surpresas no onze inicial portista. Talvez tenha chegado a hora de romper com o modelo de jogo tradicional.