Não foi desta que Sérgio Conceição conseguiu conquistar o primeiro bicampeonato pelo Futebol Clube do Porto, enquanto treinador. O técnico azul e branco admitiu algum demérito da equipa, em alguns jogos, especialmente na primeira volta do Campeonato.
Na Liga dos Campeões, o percurso começou torto, porém endireitou-se a tempo. Mesmo assim, fica a sensação que o Porto poderia ter eliminado o Inter e ter alcançado, pelo menos, os quartos de final, se houvesse maior risco ofensivo da formação portista.
As taças acabaram por ser o refúgio de títulos do clube. No entanto, a época não pode ser completamente positiva pela falta do principal troféu nacional. Não foi desta que o treinador do Porto conseguiu um bicampeonato pelo clube, algo que escapa desde 2012/2013.
O Bola na Rede faz uma lista dos cinco jogos mais negativos da época portista.
1.
Rio Ave 3-1 FC Porto – Na quarta jornada, houve o primeiro deslize e logo frente a uma equipa vinda da Segunda Liga. Os azuis e brancos já tinham mostrado alguns sinais preocupantes no movimento ofensivo na primeira deslocação da época em Vizela. No entanto, frente ao Rio Ave, o Porto mostrou problemas nos corredores defensivos, especialmente do lado direito, algo já comum nos últimos anos.
Ao intervalo, a formação azul e branca perdia por 3-0 e apesar de ter havido uma mudança de atitude e três alterações no onze ao intervalo, os azuis e brancos não evitaram a derrota e ficavam em desvantagem pontual para o Benfica, até ao final.
2.
FC Porto 0-4 Club Brugge KV – Um dos jogos que fica na lista negra europeia do Porto e onde figuram encontros como a derrota frente ao Artmedia, igualmente no Estádio do Dragão, ou o desaire contra o APOEL, no Chipre.
O golo de Jutglà acabou por destruir a inspiração inicial portista e os erros foram-se acumulando.
Mesmo com algumas mudanças ao intervalo, a derrocada no resultado veio a seguir. O Porto mostrou mais uma vez sinais preocupantes, com David Carmo a aumentar a desconfiança dos sócios e adeptos azuis e brancos, na contratação mais cara de sempre do clube… Já parecia incontestável que faltava um elemento como Vitinha que tinha saído para a Paris Saint Germain, no verão, e a forma de jogar da equipa alterou-se com um prejuízo para a qualidade da equipa.
3.
GD Estoril Praia 1-1 FC Porto – Depois da derrota frente ao campeão belga, esperava-se a reação habitual pós-ressaca europeia no Campeonato. A verdade é que os portistas não se adaptaram as movimentações do meio-campo e dos extremos estorilistas. Mesmo assim, o Porto até conseguiu introduzir duas bolas na baliza, cujos lances acabaram por ser anulados.
Tiago Gouveia, emprestado pelo Benfica à formação da linha de Sintra, deu a vantagem à equipa da casa ainda na primeira parte. Os comandados de Sérgio Conceição voltaram com vontade, mas sem grande inspiração. Taremi, de penalti, já nos descontos, acabou por fazer o empate e reduzir a perda de pontos face ao rival Benfica.
4.
FC Porto 1-2 Gil Vicente FC – O Estádio do Dragão é a fortaleza do Futebol Clube do Porto e dificilmente quando se coloca a ganhar, não deixa escapar essa vantagem. Contudo, este encontro foi a exceção à regra.
Taremi colocou os azuis e brancos a vencerem logo no início e houve oportunidades para o Porto alargar a distância no marcador. Só que a formação treinada por Daniel Sousa começou a estar mais à vontade para atacar e obviamente explorar as laterais da defesa portista. Fran Navarro empatou ainda antes da meia hora de jogo e deixou os dragões intranquilos.
A expulsão de João Mário e o golo de penálti dos gilistas já nos descontos antes do intervalo tornaram a missão muito difícil para resgatar os três pontos. A verdade mesmo é que os portistas ainda ficaram reduzidos a nove e ficaram muito limitados na resposta ofensiva, acabando pelo resultado não se alterar. Provavelmente, este foi o resultado que acabou por ser decisivo em definitivo para o título encarnado. A reação de revolta foi do treinador ao presidente, mas especialmente contra a equipa de arbitragem….
5.
SC Braga 0-0 FC Porto – O Porto vinha de um empate nos oitavos de final da Champions a zeros frente ao Inter, mas sabia que em Braga estava obrigado a ganhar para não se afastar mais na luta pelo título. No entanto, os jogadores portistas mostraram-se letárgicos a nível ofensivo e só perto do final do jogo é que tiveram uma oportunidade clara de golo.
Uma equipa campeã que quer revalidar o título não pode falhar nesses jogos. A formação treinada por Sérgio Conceição pareceu mais preocupada em não sofrer com as suas fragilidades defensivas e a armada atacante bracarense. Faltou coragem, discernimento e assertividade. Estas duas estiveram presentes na série vitoriosa, nas nove jornadas finais da Liga Portuguesa.