A Arbitragem não desculpa tudo

    fc porto cabeçalho

    O FC Porto atrasou-se na luta pelo título com o empate cedido na Mata Real. Os Dragões viram os encarnados reforçarem a liderança do campeonato para seis pontos e, apesar de nada estar perdido por esta altura, as contas ficam mais complicadas.

    É verdade que a equipa comandada por Nuno Espírito Santo tem razões para estar descontente com algumas arbitragens na presente época. Mas, na minha opinião, o que é ainda mais verdade é que os Dragões são uma equipa muito inconsistente e o campeão decide-se com base na consistência e qualidade de jogo apresentada durante uma competição. Para além desta inconsistência, é mais do que legítimo afirmar que o planeamento desportivo no início da temporada roçou o nível de desastre e esta a ganhar figura nos resultados que a equipa de futebol apresenta.

    Em primeiro lugar, destaco a falta de alternativas a André Silva. O jovem avançado português tem estado muito bem nesta primeira época como titular indiscutível de dragão ao peito. Infelizmente, talvez fruto da tenra idade, o ponta de lança apresenta alguma inconsistência no que toca a marcar golos fáceis de concretizar e a decidir jogos. A verdade é que não se pode pedir muito mais a André Silva. Muito menos se pode pedir alguma coisa a Rui Pedro que é ainda mais jovem e não está preparado para pegar de estaca na equipa principal dos Dragões. Depoitre foi claramente um erro de casting que se está a pagar caro. Afinal de contas, a equipa líder do campeonato conta com três avançados como: Jonas, Mitroglou e Jimenez (um avançado que custou 20 milhões e que é a alternativa aos primeiros dois).

    Feita esta análise, torna-se óbvio de perceber que o planeamento desportivo e a proposta ofensiva feita para atacar o título, parece-me má tendo em conta as soluções dos rivais e a idade de André Silva. Pedia-se um avançado experiente e que não fosse um erro de casting como Depoitre. O avançado belga ainda custou cerca de 6 milhões aos cofres azuis e brancos e não está a render nem metade desse preço.

    Diogo Jota também não tem o faro goleador que a equipa necessita Fonte: FC Porto
    Diogo Jota também não tem o faro goleador que a equipa necessita
    Fonte: FC Porto

    Continuando a abordar as soluções no sector ofensivo, os erros não acabam por aqui. É incompreensível perceber que nesta altura, uma das escolhas que a equipa fez para mudar o rumo de jogo na Mata Real recaíram em Silvestre Varela. Claramente, o FC Porto ainda sofre com algumas  das escolhas de Lopetegui (nomeadamente a dispensa de Ricardo Quaresma) e com os erros que a direção tem cometido. Os Dragões vão ficar sem Brahimi durante cerca de um mês e Corona não se tem mostrado com a regularidade necessária e que se pedia nesta altura da época. Varela está longe de ser o jogador influente de outrora e Otávio está a regressar de lesão. A única esperança e dúvida prende-se em Kelvin. Será que o jogador brasileiro vem do Brasileirão mais maduro e com outra capacidade para ser influente? É esperar para ver.

    Custa-me estar a entregar de bandeja o campeonato ao SL Benfica mas parece-me irrealista o sonho de ver os Aliados de azul e branco este ano. A arbitragem que afastou o FC Porto da Taça de Portugal, o péssimo planeamento para a Taça da Liga (a arbitragem também não desculpa a eliminação precoce desta competição) e os seis pontos de vantagem para os maiores rivais reduzem-me as esperanças para o que resta desta época. Já para não falar da Liga dos Campeões. Percebo que no futebol são onze contra onze, mas se percebermos a qualidade que a equipa de Turim (que é penta campeã italiana) apresenta, é difícil prever um desfecho feliz desta eliminatória.

    Foto de capa: FC Porto

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    Rafael Velho
    Rafael Velhohttp://www.bolanarede.pt
    O Rafael é estudante de Jornalismo e Comunicação e é observador assíduo da Premier League e da liga mais espectacular do mundo que é a NBA. Chora e vibra pelo Porto e o seu maior talento é ser treinador de bancada. Dentro dos pavilhões assume-se como um adepto dos LA Lakers desde que se apaixonou pela beleza do Basquetebol.                                                                                                                                                 O Rafael escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.