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A Metamorfose de Carlos Eduardo

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No início de cada época, treinadores, jogadores e até adeptos tendem sempre a falar do célebre “período de adaptação” para as novas caras da equipa. Cá para mim, isso é apenas uma forma para aqueles que apostaram nesses novos jogadores terem uma maneira de poderem fugir a um provável insucesso, no caso de esse atleta não corresponder àquilo que se esperava dele. A razão mais óbvia, para eles, é a de que o jogador ainda não se adaptou ao novo clube, aos novos colegas e ao novo futebol.

Bem sei que existem diferenças entre jogar no Brasil ou em Portugal, como naturalmente existem diferenças entre treinar o Paços de Ferreira e o FC Porto. Contudo, para mim, quando existe qualidade, essa existe em qualquer lado, do norte ao sul de um país, seja ele qual for. Esta introdução serviu basicamente para explicar que, olhando para as aquisições desta temporada do FC Porto, esse argumento não podia ser usado em grande parte dos jogadores, porque estes já atuavam no nosso campeonato. É certo que Herrera ou Quintero chegaram de paraquedas a Portugal, mas jogadores como Ricardo, Licá, Ghilas e Carlos Eduardo já sabiam os terrenos que iam ocupar.

Não foi por acaso que falei de Hector Herrera e Juan Quintero: com as saídas de João Moutinho e James Rodriguez, o mexicano e o colombiano pareciam ser os sucessores naturais dos ex-FC Porto, até pelo valor que os portistas investiram neles. No meio campo, Defour, Josué e Herrera foram as três opções que Paulo Fonseca usou para tentar encontrar um substituto para Moutinho. Missão impossível, pois claro. Como Moutinho possivelmente só Xavi, e esse joga na Catalunha. Não era preciso, portanto, ser muito entendido para perceber que era fundamental colocar o FC Porto a jogar de forma diferente no que dizia respeito ao meio campo. Era preciso um jogador que desse intensidade, rapidez e poder de decisão no último passe.

Não vou voltar à questão do duplo pivot, até porque acho que Fonseca já a abandonou. Falo apenas das hipóteses que o treinador quis inventar, mas que não deram resultado. Os resultados não apareciam e as exibições estavam longe de agradar. Tudo isto, até ao minuto 45 do jogo contra o Sp. Braga. Ao intervalo, Lucho Gonzalez saía lesionado para dar o lugar a Carlos Eduardo. O médio brasileiro, ex-Estoril, tinha dado na pré-época excelentes indicadores de que poderia ser uma aposta válida para o decorrer da época. Sem se perceber como, não foi inscrito na Liga dos Campeões e não foi aparecendo nas convocatórias de Fonseca, depois daquele intervalo contra os bracarenses. Chamei-lhe “A Metamorfose de Carlos Eduardo”, e não me parece que haja melhor descrição para o que temos visto nos últimos jogos do tricampeão.

Podem dizer-me que um jogador não faz uma equipa. É verdade. Podem dizer-me que o coletivo tem de ser mais do que a soma das individualidades. É verdade também. Mas olhando para este FC Porto, parece que esta metamorfose assinada pelo brasileiro contagiou todos os seus colegas: a defesa deixou praticamente de cometer erros infantis, Fernando parece outro em campo, Varela anda mais solto nas alas e até Jackson faz mais golos. Coincidência? Não acredito muito nisso.

A sorte procura-se, e Carlos Eduardo procurou-a. Primeiro na equipa B e agora como indiscutível no onze de Paulo Fonseca. Já há quem o compare a um tal de Deco, que, se bem se lembra, foi dos melhores naquela posição a atuar nos azuis e brancos. O futebol é um desporto de exageros, onde as metamorfoses aparecem a cada jogo decorrido.

Todavia, algo é indiscutível: este FC Porto não é o mesmo desde Carlos Eduardo. Permita-me que afirme que há um antes e um depois do brasileiro, e que os resultados não são apenas meras coincidências desse facto. Com magia em cada movimento que faz, e inteligência dos pés à cabeça, é já complicado tentar fazer um onze inicial sem Carlos Eduardo. Coincidência? Não acredito muito nisso. Eu chamo-lhe metamorfose.

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