Quando falamos da eficiência do FC Porto nas bolas paradas, também não nos podemos esquecer de quem bate as bolas paradas. E neste momento do jogo há um nome que claramente se destaca dos demais: Alex Telles. O lateral-esquerdo tem sido, a par de Marega, o jogador mais importante do reinado de Conceição, e muita dessa importância passa pela sua fantástica capacidade de bater bolas paradas, sejam elas cantos, livres ou, mais recentemente, penáltis.
E, claro, também não podemos ignorar a competência que a equipa apresenta a defender estas mesmas situações. Nas três épocas de Sérgio Conceição ao leme, só não foi a que menos golos sofreu de bola parada na primeira. Nessa até tinha ficado atrás do SC Braga (três sofridos) e Sporting CP (seis sofridos) com sete golos contra. Mas houve uma clara melhoria nas duas época seguintes, pois sofreu menos nestas duas juntas do que na primeira, com dois golos sofridos em 2018/2019, e três para já nesta presente época.
O FC Porto é certamente uma das melhores equipas da Europa nas bolas paradas, disso não há grandes dúvidas. A quantidade de golos que marca e que evita é crucial para o recente sucesso da equipa. Ainda assim, olho também com alguma preocupação para a dependência nestes lances. É obviamente importante ser forte nas bolas paradas, especialmente para equipas que lutam por campeonatos, mas isso não pode ser em detrimento de outras fases do jogo.
Sinto que por vezes o FC Porto aposta em demasia em jogadores fortes nestes lances, mas que têm muitas falhas noutros. É preciso que exista um equilíbrio, e não me parece que os Dragões o tenham alcançado, por muito fortes que sejam no jogo aéreo. Mas é esta a filosofia de jogo de Sérgio Conceição, e, independentemente de alguma falta de qualidade dos rivais, a verdade é que este está prestes a conquistar o seu segundo título em três épocas.
Foto de Capa: Diogo Cardoso/Bola na Rede
Artigo revisto por Joana Mendes