Banho, batismo, afogamento. Ensinamento, lição, masterclass. Qualquer um dos vocábulos, seguido de “tático/a”, serve para designar aquilo que o FC Porto de Sérgio Conceição fez ao Benfica de – consta – Roger Schmidt. Os 1×1 foram dos dragões. As superioridades numéricas nos corredores, com grande projeção dos laterais, foram dos dragões. O controlo do meio-campo com bola foi dos dragões. O controlo do meio-campo sem bola foi dos dragões.
As bolas paradas perigosas foram dos dragões. Os lances de bola corrida periclitantes foram dos dragões. A construir curto e largo e a acelerar por dentro, o FC Porto dinamitou as linhas encarnadas do primeiro ao último minuto. Ao contrário das águias, que, pela falta de laterais dignos do nome e pela presença de dois médios a construir desde trás, não tem quem ligue o jogo ao último setor, os azuis-e-brancos encontravam quer Pepê, quer Evanilson entrelinhas para ajudar a saltar a pressão.
Quando não, encontravam um dos laterais bem abertos para criar superioridade e ajudar os alas a provocar desequilíbrios no drible. As dinâmicas de Francisco Conceição e João Mário, já cimentadas, e as que se vão construindo entre Wendell e Galeno – dois dos melhores em campo – não deram hipótese a um Benfica que não tem capacidade para defender as suas laterais.
Ainda antes da expulsão, o FC Porto já parecia jogar com mais um. Com mais um em cada metro quadrado do terreno. A supremacia tática dos portistas foi plena. Foi uma verdadeira lição. Resta saber se Roger Schmidt vai a tempo de aprender.