Clássico ao detalhe: Da pressão de Zé Luís à preponderância de Uribe

    O FC Porto deslocou-se ao Estádio da Luz este sábado para defrontar o maior rival pelo título de campeão nacional e atual detentor do mesmo, SL Benfica, tendo vencido por duas bolas a zero. Vamos então à análise do jogo dos dragões na Luz.

    O FC Porto entrou dominante, assumindo o controlo do jogo e da posse de bola, numa demonstração de força perante o teórico favoritismo do SL Benfica, que jogava diante dos seus adeptos e que vinha de uma temporada 100% vitoriosa.

    Os homens de Sérgio Conceição construíram com bola os seus ataques, jogando sempre entre linhas, com um destaque, principalmente no primeiro tempo, para Romário Baró, que apareceu diversas vezes isolado a oferecer linha de passe, ajudando a equipa a progredir no terreno. Baró teve, inclusive, oportunidades de golo, não tendo finalizado da forma mais correta. Todo o meio-campo portista se movimentou em progressão, dando sempre oportunidades de triangulações com os laterais e extremos portistas, criando superioridade numérica no lado da bola e, com isso, chegando com mais perigo à baliza de Vlachodimos.

    Após a situação de finalização, quando a bola passava para a posse do Benfica, o processo defensivo dos azuis e brancos começava logo em Zé Luís, o primeiro homem, juntamente com Marega, a sair na pressão ao portador da bola, de forma a obrigar as águias a jogar direto na frente, onde os dragões tinham Pepe e Marcano para disputar bolas nas alturas, e a dar tempo ao meio-campo portista, nomeadamente a Danilo e Uribe, de se posicionarem corretamente para contrariar a ofensiva adversária. Esta pressão dos avançados portistas surtiu resultados, tendo os médios defensivos do SL Benfica, no caso Florentino e Samaris, de recuar excessivamente para dar linhas de passe aos seus defesas, e partindo assim, por completo, o meio-campo encarnado, não havendo pontos de ligação para uma progressão com bola, como habitualmente sucede.

    Zé Luís foi crucial não só pelo seu golo, mas pelas suas ações defensivas
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Nas jogadas em que os homens da casa conseguiram suprir as primeiras linhas de pressão portista, havia muita dificuldade por parte dos avançados encarnados de interligarem o jogo, sendo prontamente cercados por dois ou três elementos portistas que, ao sobrecarregar o lado da bola, ganharam facilmente a posse do esférico.

    O primeiro golo portista surgiu de um canto, com Zé Luís a mostrar o seu instinto de golo e a aparecer no local exato e no momento certo para finalizar com classe por baixo das pernas de Vlachodimos.

    Para a segunda parte, o SL Benfica procurou mexer com o jogo, abdicando de Samaris e lançando Taraabt como elo de ligação entre a defesa e o ataque encarnados, mas, de uma forma geral, o marroquino não conseguiu trazer desequilíbrio ao jogo, fruto da pressão incessante do FC Porto e das movimentações constantes dos jogadores azuis e brancos cortando linhas de passe.

    À medida que o relógio ia correndo, os homens de Bruno Lage iam acumulando nervosismo e tentavam lançar-se para diante, de forma a chegar ao golo que lhes garantiria o empate, e o FC Porto cumpriu o seu papel de aguentar o ímpeto vermelho e branco e procurar o contra-ataque, sobretudo através do jogo direto para Marega, que acabou por marcar o segundo dos dragões e fechar a partida.

    Num jogo em que o FC Porto esteve taticamente irrepreensível, muito graças ao trabalho da equipa técnica por ter estudado bem o adversário e esmiuçado as suas lacunas, a finalização continuou a ser o grande problema a apontar. Os azuis e brancos pecaram em várias jogadas, na definição no último terço do terreno, com destaque para um remate falhado de Marega quando estava completamente isolado frente a Vlachodimos.

    O aspeto crucial da partida, e onde penso que os portistas terão ganho mais vantagem sobre os encarnados, foi a inclusão de Uribe como duplo pivot, trancando assim as portas do meio-campo, anulando o jogo vertical do SL Benfica e anulando Rafa, uma das principais ameaças encarnadas. O colombiano dos dragões foi praticamente a sombra do extremo português durante todo o jogo, fazendo-o perder a notoriedade que tem habitualmente no processo ofensivo dos lisboetas.

    O FC Porto sai de Lisboa com os três pontos e com a sensação de missão cumprida. Os dragões foram superiores em todos os aspetos e dominaram o adversário no aspeto tático.

    Foto de capa: FC Porto

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Pedro Pinto Diniz
    Pedro Pinto Dinizhttp://www.bolanarede.pt
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