Em relação ao meio campo e ao tal transportador de jogo (reconhecendo que Danilo está a ser formatado para assumir novas funções e a mostrar um leque mais alargado de capacidades, particularmente neste aspeto do jogo), seria com o maior agrado que veria a chegada de Wendel ao Dragão (caso se confirmem os rumores que vão apontando nesse sentido). Já em relação ao papel de extremo, confinado aos nomes de Brahimi e Corona quando a equipa atua em 4-4-2, creio que nada se perderia se se juntasse a estes dois um outro fantasista capaz de desmontar defesas com os malabarismos desconcertantes que são apanágio tanto do argelino como do mexicano. Uma hipotética vinda de um extremo teria de obedecer a uma caraterística fundamental e que o diferenciaria de Yacine e Jesús: a verticalidade.
Poder-me-ão contrariar dizendo que isso já existe no plantel, mas convenhamos que Hernâni tarda em ser uma real mais-valia ou mesmo opção para uma eventual alteração do estilo de jogo. Há também a hipótese de Ricardo Pereira, quando utilizado como extremo, oferecer esse sentido mais retilíneo ao futebol portista mas, muito sinceramente, o jovem português está a exibir-se a um altíssimo nível na lateral direita.
E por falar em Hernâni, eis que é também momento de avaliar possíveis saídas. O nome do português faz todo o sentido caso, naturalmente, entre alguém. Além dele, existirão sempre as dúvidas de Casillas e Layún, pouco satisfeitos com a condição de suplentes que vão carregando, mas, para ambos os casos, o plantel oferece todas as garantias. O caso de Óliver parece-me bem mais complexo. O espanhol tem uma qualidade inquestionável mas esbarra na tal ideia de Sérgio que se implementou de tal maneira após a derrota europeia com o Besiktas JK ao ponto de Herrera ser neste momento um elemento essencial na dinâmica imposta pelos azuis e brancos. O investimento em Óliver foi muito grande e custa muito pensar na hipótese de não ver esse investimento ser traduzido em rendimento desportivo, mas a equipa estará sempre m primeiro lugar e cabe à SAD, em comunhão com as decisões do treinador, decidir o melhor para o jogador e para o clube.
Acima de tudo, a ideia que fica é a de que o FC Porto operará cirurgicamente neste mercado de transferências, não cometendo as loucuras de outrora, optando pelas oportunidades que este mini-defeso lhe proporcionar em função das (poucas) necessidades que tem.
Foto de Capa: Bola na Rede