
A CRÓNICA: FC PORTO SOFRE, MAS DERROTAM PANTERAS QUE AINDA ASSUSTARAM
FC Porto contra Boavista FC já faz parte da mobília do nosso campeonato. Duas equipas da mesma região, uma rivalidade que ultrapassa décadas, no clássico dérbi da invicta. Pela 146.ª vez, estas duas equipas eram adversárias e se para axadrezados não havia muito a perder e tudo a ganhar, os dragões necessitavam da vitória para continuar na ‘caça’ ao primeiro lugar, principalmente depois das vitórias de SL Benfica e SC Braga nesta jornada.
Diogo Costa era um mero espetador na primeira meia hora, contribuindo apenas na primeira fase de construção e pouco mais, com o Boavista FC a não conseguir ter bola. O empata ajustava-se ao jogo sem oportunidades de golo que se assistia.
A pantera não ameaçava, o FC Porto tinha a bola, mas também não fazia mossa no adversário. Faltava sempre qualquer coisa no último terço que não permitia aos dragões criarem lances de perigo – fosse por desinspiração dos homens da frente ou pelo belíssimo trabalho da defesa dos homens de Petit. As equipas foram para os balneários com o jogo no nulo.
No regresso do intervalo, os axadrezados voltaram mais atrevidos e a chegar mais vezes ao último terço, porém foram os azuis e brancos a abrir o marcador. Lance na área, erro de Mangas e penálti para o FC Porto. Taremi cobrou de forma exímia a grande penalidade e adiantou a equipa da casa no resultado.
Com praticamente 25 minutos para jogar, Marcano deixou a sua equipa a jogar com menos um, depois de uma má receção permitir a Ricardo Mangas ficar isolado – para o travar precisou de puxar a camisola e foi expulso. Uma situação com potencial, que podia mudar o rumo do jogo.
Bozenik e Yusupha assustaram, numa altura em que faltavam menos de 15 minutos para o término da partida, mas os seus remates – dentro da área – passaram a meros centímetros da baliza de Diogo Costa. O eslovaco cheirou o golo aos 85 minutos, mas uma grande intervenção do guardião do FC Porto tirou-lhe o tento da igualdade.
A vitória ficou mesmo para o azul e branco da invicta, que suou muito para vencer o xadrez, no entanto, segurou o 1-0 e leva os três pontos, num triunfo importantíssimo. Jogo com emoção até ao fim, com destaque para a exibição personalizada do Boavista FC, que vendeu muito cara a derrota. FC Porto fica assim a quatro pontos de SL Benfica e volta a ter dois pontos de vantagem sobre o SC Braga.
A FIGURA

Matheus Uribe – Não marcou nem assistiu, mas o jogo é muito mais que isso. O motor do meio-campo azul e branco, foi incansável a direcionar a equipa – com e sem bola – e esteve brilhante depois da expulsão a cobrir terreno. Parecia estar em todo o lado e foi fundamental na vitória da sua equipa.
O FORA DE JOGO

Evanilson – Jogo muito aquém do esperado do avançado brasileiro. Falhou bastantes passes e não demonstrou estar ainda na sua melhor forma, acabando por ser substituído ao intervalo.
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
FC Porto
Não foi possível fazer questões ao técnico do FC Porto, Sérgio Conceição.
Boavista FC
BnR: O Boavista é uma equipa que é conhecida por ter uma grande variabilidade tática, consegue ajustar sistemas durante o jogo, sente que para defrontar uma equipa como o Porto é uma característica essencial na equipa?
Petit: Tinha falado os jogadores esta semana, que quando estamos num processo baixo de jogo, o Porto é uma equipa que nos empurra muito para trás, às vezes fala-se muito no autocarro, mas as equipas grandes com a qualidade deles empurram-nos para trás. Quando ganhássemos a bola e íamos a sair, pudesse depois haver uma perda de bola e dar um contra-ataque logo de seguida e que podíamos aí ter algumas dificuldades.
O Porto é uma equipa que mete muita gente na frente, reage muito bem à perda de bola e mete muita gente por dentro e que poderíamos causar muitas dificuldades. Na primeira parte tivemos algumas situações em que isso aconteceu, mas acho que fizemos um bom jogo. O Porto na sua casa cria muitas oportunidades, não concedemos muito. O Sérgio disse ontem, somos a quinta equipa com mais golos no campeonato e tivemos 2/3 situações, com uma grande defesa do Diogo… o resultado podia ser diferente, temos mais quatro jogos pela frente, são 12 pontos em disputa e queremos olhar mais para cima.