Marítimo 1-0 FC Porto: o resultado da incompetência

Pronúncia do Norte

Depois de uma vitória muito sofrida contra o Marítimo para a Taça da Liga, no Dragão, no último fim-de-semana, o FC Porto foi aos Barreiros para jogar contra o mesmo adversário, desta vez num jogo a contar para o campeonato nacional. Um golo de Derley, na conversão de uma grande penalidade, foi o suficiente para dar a vitória aos insulares.

O Marítimo entrou muito forte na partida e durante o primeiro quarto de hora conseguiu aparecer quase exclusivamente no meio-campo portista, impedindo o adversário de sair a jogar. Foi precisamente nesse período que conseguiu chegar ao golo: Danilo Pereira driblou dois opositores, entrou na área e foi infantilmente pontapeado no pé pelo seu homónimo de azul e branco. O árbitro não teve dúvidas ao assinalar uma grande penalidade a favor do Marítimo, calmamente aproveitada por Derley, que fez o seu nono golo na Liga e igualou o seu ex-colega Héldon na terceira posição da lista dos melhores marcadores da competição.

Mesmo depois do golo, o Marítimo continuou a pressionar muito o adversário, não dando tempo e espaço ao meio-campo do FC Porto – hoje composto por Defour, Josué e Carlos Eduardo – para criar qualquer jogada de envolvimento ofensivo. Na verdade, o FC Porto só conseguiu soltar-se da apatia a dez minutos do final do primeiro tempo, quando os maritimistas recuaram um pouco as suas linhas. O intervalo chegou e Paulo Fonseca tinha muitas falhas para corrigir, uma vez que o FC Porto só havia chegado por uma vez com perigo à baliza do Marítimo, num remate forte e sem ângulo de Ricardo Quaresma.

Na segunda parte, o FC Porto procurou ser mais agressivo na procura do golo e o Marítimo optou por manter a defesa coesa e organizada para segurar a vantagem, buscando, sempre que possível, o contra-ataque. O problema é que, sem Fernando e Lucho como vozes de comando no miolo e num relvado em que o esférico rolava com mais dificuldade do que deveria, o FC Porto nunca foi capaz de fazer circular a bola de forma fluida e precisa e raramente criou ocasiões de perigo para a baliza do regressado Salin. Maicon e Mangala, sempre impetuosos, iam fazendo faltas desnecessárias; Defour nunca foi capaz de pegar no jogo e mostrou mais uma vez uma tremenda dificuldade em arriscar no passe, tendo tido uma das performances mais cinzentas da época; Carlos Eduardo esteve muito menos interventivo e decisivo do que em desafios anteriores; Varela e Jackson estiveram, pura e simplesmente, em dia não; Danilo e Josué também estiveram longe do bom desempenho de um passado recente. Em suma, os únicos que conseguiram estar ao seu nível foram o capitão Hélton – que cumpriu sempre que foi chamado a intervir –, Alex Sandro – que não concedeu facilidades defensivas e procurou integrar-se nas poucas iniciativas ofensivas dos dragões – e Quaresma – o mais perigoso do ataque portista, ainda que tenha abusado do individualismo quando a equipa mais precisava dele, já na parte final.

Quaresma foi dos que mais lutou para inverter a situação.  Fonte: Mais Futebol
Quaresma foi dos que mais lutou para inverter a situação.
Fonte: Mais Futebol

Embora o Marítimo se tenha retraído no segundo tempo, como, aliás, era previsível e compreensível, o FC Porto, por demérito próprio e por mérito da organização colectiva do adversário, teve muito poucas chances de marcar. O remate à meia volta de Varela foi o único que verdadeiramente terá assustado a formação de Pedro Martins. Paulo Fonseca ainda tentou mexer na partida – tirando o desastrado Defour para lançar Quintero à passagem da hora de jogo; fazendo Ghilas render Varela cerca de 10 minutos depois e arriscando a saída de Maicon para permitir a Licá actuar os 10 minutos finais da partida. No entanto, apesar da maior acutilância da equipa motivada pelas mexidas e de procurar encostar o Marítimo às cordas nos minutos finais, o FC Porto jamais revelou competência suficiente para criar lances com “cabeça, tronco e membros”. Os passes falhados foram mais do que muitos, as movimentações inacreditáveis multiplicaram-se, a apatia generalizada voltou a reinar, os erros individuais feriram a equipa e a desordem colectiva matou-a.

Numa das piores exibições da época, o FC Porto consumou a sua terceira derrota da temporada para o campeonato, voltou a apresentar inúmeras fragilidades e deu, mais uma vez, provas da inconsistência que nunca deixou de exibir desde o início da temporada. Este resultado, justo e vergonhoso, poderá permitir aos principais rivais do FC Porto na luta pelo título aumentar a distância pontual para os dragões. Se vencerem os respectivos compromissos, já têm uma certeza: nenhum deles sairá do derby da Luz no terceiro lugar. Este é o resultado da incompetência.

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