No centro da defesa encontram-se as duas grandes surpresas e os principais responsáveis, na minha modesta opinião, para o excelente registo defensivo da equipa: Felipe e Marcano. Já aqui abordei, num artigo passado, esta dupla e, como tal, não me vou alongar por aí além. Apenas dizer que têm sido intransponíveis e que têm demonstrado uma enorme complementaridade e cumplicidade. Com estes dois monstros não passa nada.
O posto de lateral esquerdo pertence, incontestavelmente, a Alex Telles. O brasileiro contratado este verão aos turcos do Galatasaray, depois de uma época de empréstimo no Inter de Milão, tem-se apresentado a um nível elevadíssimo. Incansável, tem demonstrado um enorme pulmão a fazer todo o corredor esquerdo do FC Porto. É um lateral de pendor ofensivo mas tem sido, no entanto, a defender que mais me tem surpreendido: sublime. A atacar é forte, tanto em condução e no cruzamento. Ainda assim, pode melhorar na inteligência de jogo e na combinação com os seus colegas pois, por vezes, procura demais o jogo direto (não sei se por indicação do treinador) e raramente procura movimentos interiores, sendo o cruzamento um dos seus vícios mesmo quando não parece ser a melhor opção. Excelente lateral o Porto foi encontrar na Turquia.
No meio campo, no vértice mais recuado, encontra-se o nosso campeão europeu: Danilo. E está a protagonizar uma época verdadeiramente extraordinária. É o patrão do meio campo portista. Dotado de um enorme pulmão, é fundamental quer a defender, com inúmeros roubos de bola e segundas bolas ganhas, e a atacar, por via do transporte de bola, queimando linhas e empurrando a equipa para a frente. Tem sido, igualmente, uma agradável surpresa no capítulo do passe, tanto curto como à distância. No meio campo do Dragão manda Danilo Pereira.
Isto no processo defensivo, porque no ofensivo quem comanda é Óliver Torres, pequeno médio espanhol que, após um inicio de temporada algo inconstante, se vem afirmando como um dos melhores (senão o melhor) jogadores da equipa portista. Joga e faz jogar. Em pés de veludo põe a equipa a trabalhar como se de uma sala de máquinas se tratasse. É uma enciclopédia de bom futebol e pelos seus pés passa todo o processo ofensivo da equipa. E depois, alia a tudo isto uma enorme capacidade defensiva, quer através de uma inteligente ocupação dos espaços ou de inúmeros roubos de bola. Um pequeno grande jogador.
Sobre a direita do ataque joga aquele que tem sido o jogador mais excitante, por assim dizer, do FC Porto versão 2016/2017: Jesus Manuel Corona. O mexicano, como se previa, saiu da sombra para a ribalta e deu um salto qualitativo, esta época, para níveis de excelência, tendo-se afirmado como principal extremo da equipa e maior agitador do ataque portista.