O Passado Também Chuta: A memória dos Clássicos é a alegria

    o passado tambem chuta

    A bola rolará e as almas em transe apelarão a todos os mitos para regressar a casa com o sorriso do vencedor. O teatro das operações é o belo Estádio da Luz. A relva, ainda que recente e cuidada ao milímetro, aninha todos os monstros sagrados que disputaram estes jogos. Um  dos grandes jogadores de sempre de Portugal e do FC Porto estará presente e aninhado na memória de todos: Pinga.

    Participou no jogo em que o Porto sofreu um autêntico tsunami. Perdeu 12-2. Jogou-se no velho Campo Grande às 14 horas e um dos grandes de avançados de sempre do Benfica, Julinho, marcou quatro golos. Corria o ano de 1943 e o frio de Fevereiro foi combatido pelos jogadores do Benfica à base de golos. Ao reler este dérbi lendário, além de mencionar o Pinga, sinto-me na obrigação de mencionar um dos grandes centrais do futebol Português: Francisco Ferreira. Era segundo todos os relatos escritos e orais um defesa extraordinário, mas, como se essa qualidade o obrigasse a mais, nesse jogo, no minuto 77, marcou um golo. Antes já havia centrais que faziam o que hoje é considerado um predicado de alguns nas jogadas de estratégia.

    O Benfica teve o privilégio de ter centrais como o Francisco Ferreira ou mais tarde, o Germano, assim o como o Porto teve a sorte de ter um madeirense nas suas filas que ficou para sempre na História do Futebol Português: o genial Pinga.

    Pinga, um génio azul e branco Fonte: Memória Azul e Branca
    Pinga, um génio azul e branco
    Fonte: Memória Azul e Branca

    Mas, o futebol é um jogo e jogado no quintal de casa ou no campo do adversário o resultado pode ser, sempre, uma enorme surpresa. Em 1996 jogava-se no Estádio da Luz a 2ª mão da Supertaça. As duas equipas tinham bons jogadores. No Benfica alinhava o brasileiro Valdo e no Porto marcava presença o também brasileiro Edmilson. No Porto jogava o atual comentarista Fernando Mendes e no Benfica dizia presente o seu atual colega de platô José Calado. De um lado alinhava o Jorge Couto e do outro Dimas; a vestir de azul evolucionava o Sérgio Conceição e pelo Benfica driblava o João Pinto. Eram duas equipas de gabarito e com jogadores experientes. Mas, o Porto veio para triunfar. O árbitro mal apitara e o brasileiro Artur fez o primeiro golo. O Estádio da luz começou a gelar. Mas, vieram mais até somar a contundente goleada de O-5. O Porto avassalou e talvez, se não fosse a atuação do guarda-redes benfiquista, Preud` homme, o resultado poderia ter transformado a Luz num gigantesco Iceberg. Não se pode falar deste jogo sem recordar que o Porto tinha, nesse jogo, uns suplentes de luxo que entraram para acabar de esfatiar o rival: Jardel, Rui Barros e Drulovic.

    Está presente um novo Benfica-Porto. O passado estará colado às camisolas, no entanto, como o futebol é, felizmente, um jogo; pode acontecer o diluvio ou o tédio. Pode vencer, empatar ou ganhar o favorito ou o outsider. Pode-se chorar ou rir. Mas, fundamentalmente, pode-se disfrutar e ser feliz a ver um jogo de futebol.

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    Poeta de profissão, José simpatiza com o Oriental e com o Sangalhos.                                                                                                                                                 O José não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.