A pergunta que se coloca é: o que esperar deste retorno de Bruno Costa à cidade invicta? Depois de meia época no Portimonense, e de na última temporada ter sido uma das figuras do surpreendente Paços de Ferreira que acabou em 5.º lugar no campeonato, o médio português, de 24 anos, regressa assim ao FC Porto. Com a contratação do extremo brasileiro Pepê, ex-Grémio, e do central Fábio Cardoso, ex-Santa Clara, Bruno Costa torna-se então o terceiro reforço oficializado pelos dragões.
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A dúvida que surge não recai sobre qualidade inerente no jogador, mas sim na forma como se estabeleceu o negócio. Bruno Costa saiu na época 20/21, a custo zero, para o Paços de Ferreira e, logo na época seguinte, o FC Porto garante o seu regresso ao pagar 2,5 milhões de euros.
Mais uma vez, a meu ver, houve uma má gestão por parte da SAD portista – já que praticamente dispensaram inicialmente Bruno Costa. Se viam qualidade no médio português, que fez todo o percurso de formação nos dragões, deveriam ter renovado o seu contrato e emprestado ao FC Paços de Ferreira, assim como fizeram quando o emprestaram ao Portimonense SC.
A gestão feita pela SAD portista, no que toca às renovações de contrato com os seus atletas, tem de ser melhorada. O caso de Iván Marcano, por exemplo, retrata essa má gestão – saiu a custo zero para o AS Roma e uma época depois retorna ao Dragão num negócio avaliado em cerca de 3 milhões de euros. O retorno de Bruno Costa mostra, mais uma vez, esta má gestão, e também demonstra que o FC Porto deve valorizar (ainda mais) os “produtos da casa”, isto é, os jovens formados no clube.

No entanto, voltemos à questão inicial: o que esperar do retorno de Bruno Costa? Veio para ser suplente ou para ser uma ameaça aos titulares? A sua vinda é prenúncio de saída de outro jogador da mesma posição? São perguntas cujas respostas, de momento, não sabemos responder, todavia, uma coisa é certa: é um jogador diferente (para melhor) daquele que saiu há uma época e meia do FC Porto.
Está muito mais maduro enquanto jogador. A sua passagem pelo Portimonense mas sobretudo a grande época que realizou no Paços de Ferreira, fez com que se afirmasse no panorama nacional, mostrando toda a sua qualidade e potencial.

Fatores como a inteligência, o posicionamento e uma graúda visão de jogo tornam-no num jogador interessante para o plantel portista. Com isto, pretendo dizer que, independentemente das saídas que possam haver no meio-campo dos azuis e brancos, Bruno Costa chega como um jogador para render os titulares ao longo dos jogos ou para descansá-los em certos confrontos, face ao exigente calendário que o FC Porto vai ter.
Como se costuma dizer, é um bom jogador para “se ter no banco”. Havia melhores opções na respetiva posição a jogar no campeonato? Sim, por exemplo, Ryan Gauld, Ugarte ou até mesmo o próprio Al Musrati. Contudo, são jogadores que, de momento, significariam negócios financeiramente difíceis para os cofres dos azuis e brancos.
Sendo assim, para aumentar o leque de opções e competir com os titulares, não há melhor opção que Bruno Costa face ao período financeiro atravessado pelo FC Porto, um clube que precisa de vender para contratar.