Liderou o FC Porto entre 1991 e 1993, tendo conquistado o bicampeonato e uma supertaça. Natural de Belo Horizonte, no Brasil, Carlos Alberto Silva assumiu o comando técnico dos azuis e brancos depois da saída de Artur Jorge, ajudando a fixar as bases de uma equipa forte e dominadora que se destacou a nível nacional. Foi um dos treinadores que mais vezes orientaram o FC Porto, ocupando o décimo lugar num top de dez.
Carlos Alberto Silva chegou ao Porto já com provas dadas enquanto treinador. No Brasil, onde iniciou a sua carreira, levou o Guarani F.C. à conquista do campeonato brasileiro, um feito único alcançado pelo clube e que não mais se voltou a repetir. Mais tarde, na época que antecedeu a sua chegada às Antas, rumou a terras nipónicas, conquistando com o F.C. Nippon Tokyo Verdy o campeonato japonês. No FC Porto, veio suceder ao português Artur Jorge e começou desde logo a mostrar serviço. Nas duas épocas em que orientou a equipa sagrou-se bicampeão nacional e conquistou uma Supertaça Cândido de Oliveira. No entanto, o seu nome fica também associado à primeira participação portista na Liga dos Campeões (anteriormente era designada Taça dos Campeões Europeus), na época de 1992/93, onde partilhou a fase de grupos com o A.C. Milan, Gotemburgo e PSV. Sob o seu comando, em 97 jogos disputados, os azuis e brancos conseguiram uma impressionante marca de apenas 54 golos sofridos, tendo marcado por 167 vezes. Ficam ainda para registo 62 vitórias e apenas 14 derrotas.
“Tinha aquele jeito introvertido, mas era um excelente conversador e enquanto foi nosso treinador mostrou ser sempre um trabalhador incansável, com os bons resultados que conhecemos”, declarações de Jorge Nuno Pinto da Costa ao site oficial do clube.
Dividiu o banco de suplentes com Augusto Inácio, seu adjunto na altura e que o recorda sobretudo pela sua “voz de trovão”, e teve à sua disposição alguns dos jogadores mais icónicos do universo portista, a começar pelo guarda redes, Vitor Baía. O onze-tipo azul e branco era, pela sua altura, composto por nomes como João Pinto, Aloísio, Fernando Couto, André e Domingos. E é mesmo Aloísio, ex-central da equipa, que o recorda como um “um grande treinador e uma excelente pessoa”, em entrevista ao Porto Canal, acrescentando que Carlos Alberto Silva tinha “uma forma fervorosa de estar no banco”.
A sua saída do FC Porto acababou por levá-lo novamente para terras de Vera Cruz, onde permaneceu cerca de três anos. Regressou à Europa na época de 1996/97 para assumir o comando técnico do Deportivo da Coruña e depois, entre 2002 e 2004, voltou a Portugal para orientar o Clube Desportivo Santa Clara. Carlos Alberto Silva acabou por falecer no início deste ano, a 20 de Janeiro, com 77 anos, não passando o momento em branco por parte do emblema portista que, na pessoa de Jorge Nuno Pinto da Costa, recordou a sua passagem pelo clube.
“Carlos Alberto Silva ganhou por mérito próprio um lugar na história do FC Porto. Foi bicampeão pelo nosso clube, mas nesta altura o que mais recordo é a relação de amizade que mantivemos todos estes anos”
Foto de Capa: FC Porto
artigo revisto por: Ana Ferreira