Este artigo de opinião foi escrito antes do jogo de ontem, frente ao Gil Vicente FC.
Inicio de setembro, no mundo do Futebol, é sempre sinal de que o mercado de transferências teve o seu término. Toda a agitação, desilusão, desespero e emoção que acompanham este período frenético da vida de qualquer clube fica para trás.
Como na vida, também nesta vertente, há sempre vencedores e derrotados, há sempre equipas que partem para mais um início de temporada com maior entusiasmo do que outras. Embora pareça que tudo fique definido em setembro, a verdade é que não fica, porque fosse caso disso, mais valia entregar os títulos de forma antecipada.
Contudo, também diz muito sobre o projeto desportivo que envolve uma equipa e a forma e a seriedade com que todos os problemas são abordados e no caso do FC Porto… Bem, não se pode tecer muitos elogios.
De uma maneira geral, a equipa está claramente mais debilitada do que há uns meros três meses e isso, infelizmente, tem-se refletido nas exibições da equipa. Desde janeiro, os dragões viram partir Luis Diaz, Fábio Vieira, Mbemba, “Chico” Conceição e Vitinha, num bolo total que rendou aos cofres portistas a quantia de 120 milhões de euros, se a Matemática não me falha.
Estamos perante um número redondo, é certo, mas só o SL Benfica na venda de Darwin conseguiu 75 milhões de euros! Isto dá que pensar ou, pelo menos, devia fazer todos os adeptos/sócios refletirem sobre o estado atual do emblema azul e branco.
No entanto, o mais grave ainda é o facto de o FC Porto não conseguir fechar um substituto direto para o meio-campo ou haver uma aposta já dentro do clube para suprir a saída dos jogadores daquela zona do terreno, nomeadamente Vitinha. Quem assiste às partidas dos dragões percebe que há um deserto de ideias, no que toca à organização de jogo e criatividade, o que leva, certamente, a qualquer adepto questionar “Onde anda o Vitinha?”.
Foi um mercado, um pouco à semelhança dos anteriores, sofrível em que o FC Porto não tem a força financeira de outros emblemas e que, felizmente, só tem sido atenuado pela qualidade dos jogadores de dentro e claro pela competência de Sérgio Conceição, que neste momento, é o verdadeiro obreiro de todas as últimas conquistas.
𝙑𝙖𝙢𝙤𝙨 𝙘𝙤𝙢 𝙩𝙪𝙙𝙤 🐉🐉 #GVFCFCP pic.twitter.com/mPwznygNfm
— FC Porto (@FCPorto) September 2, 2022
Um clube como o FC Porto está acostumado fazer das suas fraquezas forças e esperemos que seja mais um ano assim e sinal de sucesso, mas como diz e bem o povo português no conhecido ditado popular “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” e nem sempre vão aparecer jovens de qualidade acima da média da formação ou emprestados que retornam e mostram a sua real valia.
Atualmente, e neste início de setembro, há um claro favorito em Portugal e expresso isso com muita pena minha, o SL Benfica, que fez um mercado competente e que soube colmatar muitas das fragilidades que apresentava na época anterior. Isto, após ser evidente que os dragões apresentavam o plantel mais equilibrado do campeonato, mas que devido a outras questões foi desmontado e não foi reforçado como se impunha que fosse.
Agora, cabe a Sérgio Conceição conseguir mais um feito ao serviço do emblema que tanto ama, que tanto nós adeptos amamos. Não será fácil, mas se há alguém que é capaz de o conseguir, é ele. Assim, também não deverá ser crucificado caso não o consiga, pois não o merece e, porque não tem culpa que a competência do seu serviço não se alastre a outras áreas do clube.
Artigo revisto por Joana Mendes