Sérgio Conceição tornava-se treinador do FC Porto na época de 2017/18, onde se antecipava uma época sem esperanças para os dragões: para além de estarem sob alçada de um penoso fair play financeiro por parte da UEFA, os azuis e brancos caminhavam para o quinto ano consecutivo sem ganhar um único título.
Contudo, com um plantel altamente limitado em soluções, Sérgio Conceição colocou novamente os dragões na trilha dos campeões, pondo assim término à potencial conquista do pentacampeonato por parte do rival SL Benfica.
Com a contratação de apenas um jogador (Vaná, por cerca de 1 milhão de euros) e do retorno de vários emprestados ao clube, Sérgio Conceição formou no FC Porto um plantel tenaz e ambicioso, capaz de ser campeão nacional.
Porto é campeão da #LigaNOS 2017/18! 🏆 pic.twitter.com/Eju4SZmu6A
— B24 (@B24PT) May 5, 2018
No entanto, a SAD do FC Porto, mesmo com os troféus e os autênticos “milagres” que Sérgio Conceição deu ao clube, nunca foi capaz de dar ao treinador dos dragões um plantel vasto com várias soluções de qualidade em todos os setores.
Esta época, a quinta temporada consecutiva de Sérgio Conceição no comando da equipa principal, caminhava para o mesmo “problema” do costume: um bom plantel, sim, mas com algumas lacunas.
O FC Porto, a precisar de vender urgentemente, preparava-se para perder ativos preciosos, como são os casos de Corona, Sérgio Oliveira ou até mesmo de Mbemba.
Mas, como todos sabemos, os dragões não conseguiram vender nenhum desses ativos – péssimo mercado do FC Porto a nível financeiro, mas excelente a nível desportivo.

Com isto, Sérgio Conceição tem à sua disposição um plantel com várias soluções, algo que há muito tempo não se via no Dragão. Na baliza, na defesa e no meio-campo, as soluções são altamente viáveis, no entanto, o ataque é o chamariz deste plantel.
Com a permanência de Luis Díaz e, sobretudo, de Corona, o FC Porto fica com um setor ofensivo invejável. Além dos já citados Corona e Luis Díaz, há ainda Otávio, Pepê, Francisco Conceição, Fábio Vieira e os pontas de lança Taremi, Toni Martínez e Evanilson.
E agora, quem joga? Quem serão os titulares? Penso que deve ser a maior das dúvidas que tem “atormentado” Sérgio Conceição durante estes dias. Este “problema proveitoso” é tão grande que pode levar Sérgio Conceição a preterir o seu 4x4x2, e subsequentes dinâmicas, em detrimento do 4x3x3.
Passo a explicar: no esquema atual dos dragões (4x4x2), Sérgio Conceição deve escolher, para apenas dois lugares disponíveis, entre Otávio, Corona e Luis Díaz, isto é, um deles, à priori, fica no banco de suplentes.
Após uma intensa reflexão, cheguei à conclusão de que é inconcebível deixar qualquer um deles que seja no banco. Nesta fase inicial da época, Corona não deverá ser opção inicial para começar a titular, devido à atual forma física que apresenta, mas, quando estiver a 100%, será titular absoluto.

Será que Sérgio Conceição estaria disposto a abdicar do seu duplo pivô por um meio campo a três, com Otávio sendo um deles? Estaria propenso a abdicar da dupla Taremi e Toni Martínez?
Com isto quero dizer que somente num esquema de 4x3x3 jogadores como Otávio, Luis Díaz e Corona poderiam coabitar no onze titular.
E não esquecer que ainda há Pepê, o qual custou 15 milhões de euros aos cofres do FC Porto, que já começou a destilar a sua qualidade no jogo frente ao FC Arouca, e ainda Fábio Vieira e Francisco Conceição, dois jovens de enorme qualidade que querem ganhar o seu espaço na equipa titular.
Grande jogo e grande vitoria!! Sempre juntos malta! 🔥🐉 sempre por mais… 🙏🏻🙌🏻💙 pic.twitter.com/7b2iuQ4nbi
— Pepê (@25pepe_) August 28, 2021
Pergunto-me todos os dias: com estas soluções a 100%, como será o FC Porto de 2021/22? Será que teremos uma equipa com as mesmas dinâmicas, contudo com um sistema tático diferente?
Se para os adeptos portistas é uma incógnita, imaginemos para Sérgio Conceição, que vai ter estas incessantes dúvidas ao longo dos treinos.
Todavia, uma coisa é certa – desta vez, Sérgio Conceição não terá de fazer milagres: finalmente, ao fim de cinco anos ao leme dos dragões, terá à sua disposição um plantel para 2021/22 que é sinónimo de soluções e qualidade.
Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos